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Joscelino III de Edessa (c. 1135 — década de 1190) foi senescal do Reino de Jerusalém e conde titular de Edessa de 1159 até à sua morte. Filho de Joscelino II de Edessa com a sua esposa Beatriz, herdou o título nobiliárquico do pai, apesar de Edessa ter sido perdida para Zengui em 1144 e o resto do condado (incluindo o senhorio de Turbessel) ter sido perdido ou vendido anos antes de Joscelino III assumir o título.
Joscelino III passou a sua infância em Turbessel, residência dos condes de Edessa. A cidade de Edessa, primeira capital do condado, foi-lhes tomada por Zengui a 23 de Dezembro de 1144. A 4 de Maio de 1150 o seu pai foi capturado por Noradine, acabando por morrer na prisão da cidadela de Alepo em 1159.
Vendo-se impossibilitada de defender os seus domínios, em Agosto de 1150 a sua mãe vendeu o que restava do condado ao imperador bizantino Manuel I Comneno. Depois mudou-se com o tesouro da venda para o Reino Latino de Jerusalém, juntamente com Joscelino e as suas irmãs Inês de Courtenay e Isabel (futura esposa de Teodoro II da Arménia)[1].
Em 1158, a irmã de Joscelino Inês de Courtenay casou-se com o conde Amalrico de Jafa, mas quando este sucedeu ao seu irmão Balduíno III de Jerusalém no trono em 1162, os barões do reino recusaram-se a aceitar Inês como rainha, e Amalrico anulou o casamento por motivos de consanguinidade. No entanto, os dois filhos desta união, Sibila e o futuro Balduíno IV, foram reconhecidos como legítimos[1].
A partir de 1164 os estados cruzados envolveram-se no conflito do Califado Fatímida do Egito, tentando ganhar o domínio da região. Quando Amalrico lançou uma campanha contra Shirkuh, Noradine invadiu o Principado de Antioquia como manobra de diversão para aliviar a pressão sobre o seu general. Na batalha de Harim a 12 de Agosto de 1164, Boemundo III de Antioquia, Raimundo III de Trípoli e Joscelino III de Edessa foram derrotados e aprisionados, o que obrigou Amalrico a abandonar apressadamente o Egito[1].
Boemundo III foi libertado passado pouco tempo, mas Raimundo III permaneceu na prisão até 1173[1]. Depois de resgatado, cercou Homs a 1 de Fevereiro de 1175, obrigando Saladino a levantar o cerco a Alepo. Em agradecimento, o emir desta cidade libertou os seus prisioneiros cristãos, entre os quais Reinaldo de Châtillon e Joscelino III[2], apesar de também ser relatado que este resgate só ocorreu quando a sua irmã pagou um resgate de 50 000 dinares, provavelmente com uma ajuda do [[tesouro real.
Depois de suceder ao seu pai no trono de Jerusalém em 1174, Balduíno IV de Jerusalém o leproso nomeou o seu tio Joscelino senescal do reino em 1176[1]. Devido à doença rei, tinham-se formado facções pela sua sucessão, e os parentes maternos (entre os quais Joscelino III) tornaram-se rivais dos paternos, liderados pelo conde Raimundo III de Trípoli.
Em 1180 Joscelino foi enviado como embaixador ao Império Bizantino. Após o noivado da princesa Isabel de Jerusalém (meia-irmã de Balduíno) com Onofre IV de Toron nesse ano, os domínios de Toron passaram para a coroa em troca de um feudo monetário. Em 1182 Balduíno IV cedeu a Joscelino uma parte destes, o Castelo Real em Mi'ilya e várias terras ao redor de São João de Acre, que passaram a constituir o chamado senhorio de Joscelino[1], e concedeu um a Inês um rendimento do usufruto de Toron. Inês morreria no final de 1184, poucos meses antes do seu filho.
Joscelino tornou-se então guardião do seu sobrinho-neto Balduíno Vem 1185, durante a regência de Raimundo III de Trípoli[1]. Raimundo, que era também pretendente ao trono, temia que o acusassem de conspiração se fosse nomeado como guardião pessoal do jovem e adoentado rei e este morresse. Pelo contrário, Joscelino não era pretendente e, devido aos interesses da sua família, tinha todos os motivos para querer manter o seu sobrinho-neto vivo.
Balduíno V obteve apoio adicional com a chegada da Itália do seu avô paternal Guilherme V de Monferrato, mas morreria em Acre em 1186, e Joscelino e Guilherme escoltariam o caixão até Jerusalém. Entretanto Raimundo III de Trípoli dirigiu-se com Balião de Ibelin a Nablus, numa tentativa de instalar Isabel I de Jerusalém como rainha. No entanto, o golpe falhou e Sibila foi coroada juntamente com o seu segundo esposo Guido de Lusinhão.
Os novos monarcas concederam mais territórios de Toron a Joscelino, que por seu lado os ofereceu como dote à sua filha mais velha Beatriz, pelo noivado desta com Guilherme de Valença irmão de Guido de Lusinhão. A sua segunda filha Inês casaria com um sobrinho de Guido, mas se Beatriz morresse ainda na menoridade, Guilherme casar-se-ia com Inês.
Com Balião de Ibelin, Joscelino comandou a retaguarda na batalha de Hatim a 4 de Julho de 1187, de ambos escaparam para fugir para Tiro. A 8 de Julho, Saladino cercou São João de Acre e Joscelino rendeu-se no dia seguinte, sob a condição de este poupar as vidas da população. No entanto, indignada com a pouca resistência oferecida, esta revoltou-se e incendiou parte da cidade[1].
Com todos os seus domínios perdidos, Joscelino juntou-se ao cerco de Acre da Terceira Cruzada. O último documento assinado pelo conde de Edessa foi um foral de 25 de Outubro de 1190, após a morte de Sibila. No mês seguinte, Isabel, pretendente rival de Guido pela coroa de Jerusalém, restaurou a posse do Castelo Real e Toron a Onofre de Toron, aquando da sua eventual reconquista, ao aceitar o anulamento do seu casamento.
É assim bastante provável que Joscelino tenha morrido durante o cerco a Acre, uma vez que não há registo de ter levantado objecções a estas disposições, que teriam acabado com as hipóteses de as suas filhas se casarem com a Casa de Lusinhão. No entanto, só há a certeza da sua morte em Outubro de 1200. O senhorio de Joscelino foi comprado em 1220 às suas filhas por Hermann de Salza, mestre dos Cavaleiros Teutónicos.
Após o seu resgate do cativeiro em 1175, Joscelino casou-se com Inês de Milly, filha de Henrique de Milly, senhor de Petra (senhorio vassalo do Reino de Jerusalém), de quem teve duas filhas[2]:
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