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cardeal católico (1841-1920) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
José Sebastião de Almeida Neto, O.F.M. Disc. (Lagos, 8 de fevereiro de 1841 – Vilariño de Abaixo, Comarca de Vigo, 7 de dezembro de 1920) foi o décimo-segundo Patriarca de Lisboa com o nome de D. José III (função para que foi designado em 6 de abril de 1883). Anteriormente exercera o cargo de bispo de Angola e Congo (1879).
José Sebastião de Almeida Neto | |
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Cardeal da Santa Igreja Romana | |
Patriarca emérito de Lisboa Cardeal protopresbítero | |
Atividade eclesiástica | |
Ordem | Ordem dos Frades Menores |
Diocese | Patriarcado de Lisboa |
Nomeação | 9 de agosto de 1883 |
Predecessor | Dom Inácio do Nascimento Cardeal de Morais Cardoso |
Sucessor | Dom António Cardeal Mendes Bello |
Mandato | 1883 - 1907 |
Ordenação e nomeação | |
Profissão Solene | 15 de agosto de 1875 |
Ordenação presbiteral | 1 de abril de 1865 |
Nomeação episcopal | 22 de setembro de 1879 |
Ordenação episcopal | 18 de abril de 1880 Igreja de São Julião, Lisboa por Dom Gaetano Cardeal Aloisi Masella |
Nomeado Patriarca | 9 de agosto de 1883 |
Cardinalato | |
Criação | 24 de março de 1884 por Papa Leão XIII |
Ordem | Cardeal-presbítero |
Título | Santos XII Apóstolos (1886-1920) |
Brasão | |
Lema | SOLI DEO OMNIS HONOR ET GLORIA |
Dados pessoais | |
Nascimento | Lagos 8 de fevereiro de 1841 |
Morte | Vilariño de Abaixo 7 de dezembro de 1920 (79 anos) |
Nome religioso | Frei José do Sagrado Coração |
Nacionalidade | português |
Progenitores | Mãe: Catarina Lúcia de Almeida Pai: Raimundo José Neto |
Funções exercidas | -Bispo de Angola e Congo (1879-1883) |
Sepultado | Cripta da Capela de San Telmo (1920-1928) Panteão dos Patriarcas de Lisboa (1928-atual) |
dados em catholic-hierarchy.org Cardeais Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Era filho de Raimundo José Neto, que participou na Guerra Peninsular,[1] e de sua mulher Catarina Lúcia de Almeida. Realizou seus primeiros estudos religiosos no Seminário Episcopal de Faro.
Recebeu as primeiras ordens como sub-diácono em 20 de setembro de 1862 e foi feito diácono em 21 de maio de 1864. Em 1 de abril de 1865 foi ordenado Padre.[1]
Entrou para a Ordem dos Frades Menores Descalços em 15 de agosto de 1875, adoptando o nome de José do Sagrado Coração. Em 1897, sua Ordem foi incorporada pela Ordem dos Frades Menores.[1]
Foi indicado bispo de Angola e Congo pelo rei Dom Luís I de Portugal em 30 de julho de 1879.[1]
Eleito bispo de Angola e Congo em 22 de setembro de 1879, sendo consagrado em 18 de abril de 1880, na Igreja de São Julião, Lisboa, por Gaetano Aloisi Masella, Arcebispo-titular de Neocesareia e núncio apostólico em Portugal, assistido por Aires de Ornelas e Vasconcelos, arcebispo de Goa, e por José Lino de Oliveira, bispo-emérito de Angola.[1][2]
Ele foi indicado pelo rei de Portugal para o Patriarcado de Lisboa em 12 de julho de 1883, sendo sua nomeação como patriarca em 9 de agosto.[1]
O Papa Leão XIII conferiu-lhe a dignidade de cardeal no consistório de 24 de março de 1884, recebendo o chapéu vermelho e o título dos Santos XII Apóstolos no consistório de 10 de junho de 1886.[1][2]
Presidiu ao casamento do infante D. Carlos com D. Amélia de Orleães, na Igreja de São Domingos, em Lisboa, em 22 de maio de 1886.[1]
Em novembro de 1907 resignou ao Patriarcado e retirou-se para um convento de sua ordem, em Leiria e em janeiro de 1909, ele passou a viver no convento de Varatojo. Devido à perseguição religiosa com a implantação da República Portuguesa, foi expulso de Portugal em 9 de outubro de 1910 e foi viver no convento franciscano de Fuente del Maestre, Badajoz, na Espanha e a partir de 30 de maio de 1913, residiu no convento de Villarino de Ramallosa.[1] Em 4 de setembro de 1913, em Sigmaringen, casou o rei Dom Manuel II de Portugal, que havia batizado, dado a primeira comunhão e a confirmação, com sua prima, a princesa Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen.[1]
Em setembro de 1914, durante o conclave para eleger o sucessor de Pio X, o cardeal José Neto foi involuntariamente envolvido numa divertida questão jornalística. Os assessores do ministro português Bernardino Machado pregaram uma partida ao jornal O Mundo, dirigido pelo republicano França Borges. Na presença de um repórter do jornal, fingiram receber um telegrama oriundo de Roma, confirmando a eleição do cardeal José Neto para papa. A brincadeira prosseguiu com telefonemas de congratulações, pelo que o repórter acreditou na história. Os intrujões nunca pensaram que O Mundo ainda iria a tempo de refazer a sua primeira página, pelo que, no dia 2 de setembro, o jornal de França Borges publicou a sua manchete mais embaraçosa, noticiando a eleição do papa português que, afinal, nunca o viria a ser.[3]
Morreu em 7 de dezembro de 1920, à 1h30min, em Vilariño de Abaixo, na paróquia de San Pedro da Ramallosa, na Comarca de Vigo.[4] Em 9 de dezembro, seu corpo foi transferido para Tui, também na Galiza, onde chegou às 5 horas. O corpo foi recebido pelo Bispo Manuel Lago de Tui, por vários cânones do capítulo da catedral e pela comunidade franciscana do "Colegio de San Antonio". O caixão foi colocado em um catafalco elevado no meio da catedral. Em 10 de dezembro, às 11h, a missa de réquiem solene foi cantada por Dom Manuel Vieira de Matos, Arcebispo de Braga.
O rei Afonso XIII de Espanha ordenou honras militares para o cardeal. Após a missa, o bispo de Tuy entregou a oração fúnebre. Os restos mortais foram sepultados na cripta da capela de San Telmo, o túmulo dos bispos de Tuy. Em 28 de abril de 1928, o corpo foi exumado e solenemente trasladado para Lisboa, onde foi enterrado em 30 de abril na tumba dos patriarcas da Igreja de São Vicente de Fora.[1]
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