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Jornal trotskysta Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Trabalho é o mais antigo jornal da imprensa operária ainda em circulação no Brasil, editado sem interrupções desde 1978, foi a principal voz dos trotskystas brasileiros durante o período final da ditadura militar brasileira.[1]
O Trabalho | |
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Capa do número 0 do Jornal O Trabalho, de 1º de Maio de 1978 | |
Periodicidade | Quinzenal |
Formato | Tabloide |
Sede | São Paulo |
País | Brasil |
Preço | R$ 5,00 |
Fundação | 1 de maio de 1978 (46 anos) |
Proprietário | Corrente O Trabalho do PT |
Publicações irmãs | A Verdade |
Página oficial | otrabalho.org.br |
Desde sua primeira edição é um jornal auto-sustentado, ou seja, é mantido pela contribuição dos próprios trabalhadores, mantendo o princípio de independência financeira diante da classe capitalista. O jornal O Trabalho é órgão de imprensa da Corrente O Trabalho do PT, Seção Brasileira da Quarta Internacional, formada por militantes trotskistas que rejeitaram a política do "entrismo sui generis" aplicada por Michel Pablo a partir de 1953 nas seções da IV Internacional.[2][3]
Seu principal dirigente é o economista Markus Sokol, que na época da luta armada integrou a Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares (VAR – Palmares)[4].
Em novembro de 1976, ocorreu uma reunião na cidade de Praia Grande/SP na qual foi decidida a fusão entre a Fração Bolchevique-Trotskista, a Organização de Mobilização Operária (OMO) e o Grupo Outubro. Dessa fusão surgiu a Organização Marxista Brasileira (OMB). Posteriormente a OMB fundiu-se com a Organização Comunista 1° de Maio, o que deu origem à Organização Socialista Internacionalista (OSI)[4].
No final dos anos 70, várias organizações que reivindicavam o legado trotskismo no Brasil uniram-se ao Comitê Internacional pela Reconstrução da Quarta Internacional - CORQUI, que tinha como um de seus principais dirigentes Pierre Lambert. Da unificação desses grupos surgiu a Organização Socialista Internacionalista - OSI, que em 1981 ingressou no Partido dos Trabalhadores. A Organização Socialista Internacionalista - OSI então tornou-se uma corrente interna ao PT, adotando o nome do seu periódico, O Trabalho[3].
O jornal circulou pela primeira vez no dia 1º de maio de 1978, durante o período da ditadura militar brasileira, e teve como editor o jornalista Paulo Moreira Leite[4]. Grande parte de seu relativo prestígio na esquerda brasileira dava-se por suas ligações com a corrente estudantil "Liberdade e Luta", conhecida como "Libelu", que ficou muito conhecida por ser uma das primeiras organizações a levantar a palavra de ordem "Abaixo a Ditadura"[3].
Durante a Ditadura Militar o jornal foi perseguido pelo Serviço Nacional de Informações por seu posicionamento anti-racista[5].
No início dos anos 80, logo depois que a OSI ingressou no PT (após um curto período de vacilação), houve uma tentativa frustrada de unificação com a Convergência Socialista, atualmente PSTU. O fracasso dessa tentativa é até hoje motivo de polêmica entre os dois grupos; os "morenistas" (como se intitulam os membros do PSTU) afirmam que a organização francesa ligada a O Trabalho (OCI), havia "capitulado" ao recém eleito governo de François Mitterrand na França, da coalizão PS/PCF. Já os partidários de Pierre Lambert negam qualquer "capitulação", afirmando que os "morenistas" têm uma compreensão equivocada da política de Frente Única, elaborada por Lênin e Trotsky no terceiro Congresso da Internacional Comunista[6]. Essas diferenças afastaram os dois grupos até os dias de hoje, como expressam a permanência de O Trabalho na Central Única dos Trabalhadores e no Partido dos Trabalhadores e a criação da CONLUTAS pelo PSTU.
Em 1986 uma forte crise atingiu O Trabalho. A maioria de sua direção à época, que tinha como seu principal expoente Luis Favre (político franco-argentino que permanece no PT), contrariando as orientações internacionais, decidiu se dissolver no interior da tendência Articulação do PT (da qual faziam parte Lula, José Dirceu e as principais lideranças do PT e da CUT) e não mais editar o jornal. Um importante grupo, particularmente em São Paulo, conseguiu manter a continuidade do jornal e da organização, que perdeu muitos militantes[6].
Dentre as cisões dessa organização, merecem destaque:
Parte do arquivo histórico do grupo encontra-se disponível para pesquisa no Centro Sérgio Buarque de Holanda da Fundação Perseu Abramo.
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