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cineasta português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, São Julião da Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 — Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos 1960.
João César Monteiro | |
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Nascimento | 2 de fevereiro de 1939 Figueira da Foz |
Nacionalidade | português |
Morte | 3 de fevereiro de 2003 (64 anos) Lisboa |
Ocupação | Cineasta |
Atividade | 1972 – 2003 |
Cônjuge | Margarida Gil |
Festival de Veneza | |
Leão de Prata 1989 |
Prosseguiu a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual — Veredas e Silvestre —, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).
Filho ilegítimo de Arménio Santos, de 46 anos de idade, proprietário, divorciado, natural de Tavarede, de uma família da burguesia rural, anticlerical e anti-salazarista, e de Maria Clementina Monteiro Varela, de 30 anos, doméstica, solteira, natural de Alcochete. Aos 15 anos João César Monteiro transferiu-se para Lisboa — a «capital do Império», como gostava de lhe chamar —, a fim de prosseguir os estudos liceais.
Expulso do Colégio Moderno, alegadamente por contrair uma doença venérea, afirma numa entrevista, em 1973:[1]
Nasci aos 2 de Fevereiro de 1939, na Figueira da Foz.Tive infância caprichosa e bem nutrida, no seio de uma família fortemente dominada pelo espírito, chamemos-lhe assim, da 1 ª República.
Por volta dos 16 anos, fixei-me com a família em Lisboa, para poder prosseguir a minha medíocre odisseia liceal. Instalado no colégio do dr. Mário Soares, acabei por ser expulso ao contrair perigosíssima doença venérea. Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos.
É dos poucos cineastas associados ao movimento do Novo Cinema que não prossegue estudos universitários. A propósito, o seu alter-ego no filme Fragmentos de um Filme Esmola (1973), explica-se assim: «A escola é a retrete cultural do opressor».
Depois de trabalhar para o produtor Castello Lopes, torna-se assistente de realização de Perdigão Queiroga quando este roda o filme O Milionário (1962).
Em 1963, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vai para a Grã-Bretanha estudar na London School of Film Technique.
De volta a Portugal, em 1965, inicia a rodagem daquela que viria a ser a sua primeira obra: Quem espera por sapatos de defunto morre descalço. O filme só será concluído cinco anos depois, como média-metragem.
A sua obra, polémica e dificilmente classificável, caracteriza-se pelo lirismo, em forma de filmes-poema. A sua veia satírica como realizador tem sido objecto de estudo para portugueses e estrangeiros, críticos e académicos. João César Monteiro, que tem sérios detractores, é conhecido como um dos mais importantes realizadores portugueses.
Foi no entanto um dos realizadores que obteve mais reconhecimento internacional: foi duas vezes premiado no Festival de Veneza, a primeira vez com o Leão de Prata, por Recordações da Casa Amarela, de 1989, e a segunda vez com o Grande Prémio do Júri, por A Comédia de Deus, em 1995.
Protagonizou a maior polémica do cinema nacional, em 2000, com Branca de Neve.
O seu último filme, estreado em 2003, intitula-se Vai e Vem.
Morreu de cancro no pulmão em 2003.[2]
Em 2005 foi atribuído o seu nome a uma rua na Azinhaga da Salgada, em Lisboa.
Colaborador | Total | ||||||||||||||||||
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Membros de elenco recorrentes (4 ou mais filmes) | |||||||||||||||||||
Luís Miguel Cintra | 7 | ||||||||||||||||||
Manuela de Freitas | 9 | ||||||||||||||||||
Margarida Gil | 4 | ||||||||||||||||||
Membros de equipa técnica recorrentes (4 ou mais filmes) | |||||||||||||||||||
Acácio de Almeida (Cinematografia) | 6 | ||||||||||||||||||
Mário Barroso (Cinematografia) | 5 | ||||||||||||||||||
Paulo Branco (Produção) | 5 | ||||||||||||||||||
Margarida Gil (Assistente de realização) | 4 | ||||||||||||||||||
José António Loureiro (Cinematografia) | 4 | ||||||||||||||||||
Paulo Miranda (Maquinista) | 4 | ||||||||||||||||||
Joaquim Pinto (Som e produção) | 9 | ||||||||||||||||||
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