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grupo de empresas que fabricam produtos industrializados semelhantes e em larga escala Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Indústria é uma atividade econômica que surgiu na Primeira Revolução Industrial, no fim do século XVIII e início do século XIX, na Inglaterra, e que tem por finalidade transformar matéria-prima em produtos comercializáveis, utilizando força humana, máquinas e energia.[1][2][3][4]
A Revolução Industrial, por sua vez, surgiu da transição do capitalismo comercial para o capitalismo industrial da segunda metade do século XVIII.[5] Esta Primeira foi baseada em vapor,[6] carvão e ferro, mas a partir de 1860 surge a Segunda Revolução Industrial, empregando aço, energia elétrica e produtos químicos, e simultaneamente o capitalismo industrial se tornou capitalismo financeiro.[5][6] A partir de 1970 ocorreu a Terceira Revolução Industrial, com o desenvolvimento da informática.
As indústrias são divididas em grupos:[1][2][7]
Tipo de indústria | Descrição |
---|---|
Indústria de base | Transformam matéria-prima bruta em matéria-prima processada, para a utilização por outras indústrias. |
Indústria de bens intermediários[2] | Produzem máquinas e equipamentos utilizados nas indústrias de bens de consumo.[2] |
Indústria de bens de consumo | Transformam matéria-prima fabricada pela indústria de base em itens para o consumidor final. Podem ser subdivididas em três subgrupos, de acordo com o que produzem:
Encontram-se muito dispersas geograficamente,5 situadas próximos ao centros urbanos, para proporcionar maior acesso pelos consumidores.[7] |
São os fatores que determinam a instalação de indústrias em determinado local.[9] Cada tipo de indústria precisa de alguns fatores mais intensamente do que de outros.[9] Todos os ramos industriais necessitam fundamentalmente de boa rede de transportes e de telecomunicações.[9] Mas, por exemplo: indústrias de base precisam mais de disponibilidade de matérias-primas e energia (ou facilidade de recepção destes) do que outras coisas; indústrias de alta tecnologia requerem mão-de-obra altamente qualificada; indústrias de bens de consumo dão importância à proximidade de um mercado consumidor amplo; etc..[9]
Estes fatores variam ao longo da história, e por isto os atuais fatores não são os mesmos dos primórdios da industrialização.[9] Por exemplo, na Primeira Revolução Industrial, um dos mais importantes fatores eram as reservas de carvão mineral, a principal fonte energética da época.[9] Atualmente, entretanto, o carvão não tem importância para indústrias que não sejam a siderúrgica – apesar de que mesmo assim, a importância para esta reduziu-se muito.[9]
É um conjunto de métodos de produção industrial onde o funcionário deve apenas desenvolver suas tarefas simples e repetitivas o mais rapidamente possível, sem necessidade de saber algo além disto no processo produtivo, deixando o conhecimento do processo produtivo exclusivamente sob responsabilidade dos gerentes.[6][10][11][12][13] Isto também facilita demissões e contratações,[14] acirrando a concorrência entre os operários.
A separação rigorosa entre produção e desenvolvimento, entretanto, foi um dos fatores que causaram a decadência deste modelo: cabe aos trabalhadores o aumento da produtividade da indústria, mas certamente não são os operários desqualificados e desmotivados que organizam isto.[15] A solução cabe então ao setor de desenvolvimento, que consegue apenas melhorar por meio da criação de mecanismos mais complexos, e portanto mais difíceis para serem operados pelos funcionários sem qualificação.[15] A lógica era rígida demais para se aperfeiçoar ao longo do tempo.[15]
É o modelo de produção instituído pelo estadunidense Henry Ford em 1914[17] que é a variante mecanizada do taylorismo, onde acrescenta-se às características do modelo anterior o ajuste dos operários às máquinas.[12][13] Consiste em aumentar a produção por meio do aumento da eficiência, repassar a diminuição dos custos de produção decorrente do aumento da eficiência para os consumidores e assim vender mais, o que permite manter o baixo preço do produto.[11][18] O aumento da eficiência se deu, em sua fábrica, pelo aperfeiçoamento da Linha de Montagem: os trabalhadores realizavam apenas uma função específica, portanto não necessitando de qualificação, e para tal ficavam parados em frente a uma esteira rolante que trazia as peças, como em uma empacotadora de carne, de onde a ideia surgiu.[10][11][17][19][20] Com isto, a indústria precisava de apenas uma pequena quantia de trabalhadores especializados e uma enorme de operários não-qualificados.[21] A maior inovação, entretanto, era a fragmentação do processo produtivo, o que permitia que os engenheiros encontrassem mais facilmente os problemas e que fossem feitas alterações em apenas parte do processo.[21]
O fordismo teve seu auge da metade da década de 50 até o fim da de 60, e já no começo dos anos 70 mostrou-se enfraquecido e seriamente contraditório.[22] A crise deste modelo é creditada a dois fatores distintos: pode ser devido ao seu sucesso, que pode ter atingido já o máximo que o modelo poderia oferecer; ou causada pela mudança dos padrões de consumo.[14]
É um modelo de produção criado por Taiichi Ohno[23] nas fábricas da Toyota, logo após a Segunda Guerra Mundial, motivado pela incapacidade do Japão adotar o fordismo, que requer produção e consumos em massa, impossíveis em um país com pequeno mercado consumidor e pouca produção de matérias-primas.[24][25] Neste modelo, o trabalhador pode escolher a melhor forma de realizar seu trabalho, é capacitado a qualificar suas obrigações e capacidades, e trabalha em equipes que se autogerenciam e são totalmente responsáveis pelo que produzem e por seus integrantes.[6][20][26] Esta autogerência significa que todos são supervisores dos outros, e que por isto o controle sobre o operário é muito mais intenso[25] – não significando que todos são líderes, pois apenas um o é.[27] Busca-se produzir apenas o necessário no momento em que for demandado (just in time), reduzindo assim os estoques.[23][24][25] Nesta pequena produção, busca-se a maximização da qualidade.[24][25] Entretanto, isto, para manter o sistema capitalista, estimula redução da vida útil do produto, fenômeno conhecido como obsolescência programada, ou aprimoramento de qualidade em parte supérfluas, como a embalagem.[28]
As maiores concentrações de indústrias no mundo estão na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, apesar de eventualmente surgir um ou outro foco de importância relativa.[3] Na Europa, a região chamada “triângulo vital” é a mais industrializada.[3] O Japão disputa com a Alemanha o lugar de segunda potência industrial.[3]
Os Estados Unidos são a maior potência industrial da atualidade, com seu Nordeste, incluindo a área dos Grandes Lagos, sendo a mais antiga e importante região industrial do planeta.[3] Mais recentemente, a orla da Califórnia e o Golfo do México tornaram-se também áreas com grande quantidade de indústrias.[3]
A crise do petróleo favoreceu as indústrias japonesas que adotavam o toyotismo, pois este modelo requeria menos consumo energético, devido à produção apenas quando necessária.[24]
Na América Latina, devido à grande crise dos anos 30, os regimes populistas criaram a estratégia de substituição das importações, que foi aplicada em outros países nos anos 50 (como a Coreia do Sul).[12] Essa estratégia basicamente consistia em investir o lucro das exportações primárias na criação de indústrias montadas com equipamentos comprados dos países desenvolvidos, e proteger estas novas indústrias com barreiras alfandegárias.[12] México, Argentina e Brasil passaram por esta fase, acrescentando a ela relações salariais semifordistas reguladas pelo corporativismo.[13]
Estes são os 50 principais países em valor total da produção industrial em dólares americanos para o ano apontado, de acordo com o Banco Mundial:[29]
Ranking | País/Região | Milhões de $US | Ano |
---|---|---|---|
Mundo | 13.809.122 | 2019 | |
1 | China | 3.896.345 | 2019 |
2 | Estados Unidos | 2.317.176 | 2018 |
3 | Japão | 1.027.967 | 2018 |
4 | Alemanha | 747.731 | 2019 |
5 | Coréia do Sul | 416.903 | 2019 |
6 | Índia | 394.531 | 2019 |
7 | Itália | 298.442 | 2019 |
8 | França | 266.634 | 2019 |
9 | Reino Unido | 243.114 | 2019 |
10 | Rússia | 222.544 | 2019 |
11 | Indonésia | 220.503 | 2019 |
12 | México | 217.852 | 2019 |
13 | Brasil | 173.668 | 2019 |
14 | Espanha | 154.833 | 2019 |
15 | Canadá | 151.724 | 2016 |
16 | Turquia | 143.017 | 2019 |
17 | Tailândia | 137.544 | 2019 |
18 | Suíça | 131.718 | 2019 |
19 | Irlanda | 119.868 | 2019 |
20 | Polônia | 100.011 | 2019 |
21 | Países Baixos | 99.648 | 2019 |
22 | Arábia Saudita | 99.438 | 2019 |
23 | Austrália | 78.657 | 2019 |
24 | Malásia | 78.279 | 2019 |
25 | Áustria | 74.710 | 2019 |
26 | Singapura | 73.677 | 2019 |
27 | Filipinas | 69.568 | 2019 |
28 | Suécia | 69.262 | 2019 |
29 | Bélgica | 63.569 | 2019 |
30 | Venezuela | 58.236 | 2014 |
31 | Argentina | 57.726 | 2019 |
32 | Bangladesh | 57.284 | 2019 |
33 | República Checa | 55.270 | 2019 |
34 | Irã | 53.417 | 2017 |
35 | Nigéria | 51.634 | 2019 |
36 | Egito | 48.241 | 2019 |
37 | Porto Rico | 47.834 | 2018 |
38 | Dinamarca | 45.507 | 2019 |
39 | Israel | 44.314 | 2018 |
40 | Vietnã | 43.172 | 2019 |
41 | Romênia | 42.453 | 2019 |
42 | África do Sul | 41.400 | 2019 |
43 | Argélia | 41.278 | 2019 |
44 | Finlândia | 38.670 | 2019 |
45 | Emirados Árabes Unidos | 36.727 | 2019 |
46 | Colômbia | 35.439 | 2019 |
47 | Paquistão | 34.658 | 2019 |
48 | Omã | 30.283 | 2018 |
49 | Hungria | 29.349 | 2019 |
50 | Peru | 28.733 | 2018 |
Em 2017, a Região Sudeste foi responsável por 58% do valor da transformação industrial do Brasil, seguido pelas regiões Sul (19,6%), Nordeste (9,9%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,6%).[30] São Paulo tinha em 2019 um PIB industrial de R$ 400,9 bilhões, equivalente a 28,9% da indústria nacional.[31] São Paulo detinha 40,3% dos estabelecimentos industriais em 2012.[8]
A industrialização no Brasil se deu do meio da década de 1950 até o fim da década de 1970, focada em substituição das importações, liderada pelo Estado e com participação estrangeira.[32] Assim, houve uma extraordinária transformação industrial no país nas três décadas após o fim da 2ª Guerra Mundial, tendo um desempenho impressionante mesmo quando comparado com outros países da época, quando a economia mundial passava por intenso crescimento.[32]
Há quatro interpretações que explicam a industrialização do Brasil:[33]
O processo de expansão do capitalismo no Brasil tem sido realizado pela dependência à agricultura, e uso de um Capitalismo de Estado semi-socialista, com excessiva dependência do Governo Federal para tudo, que hiper-concentra poder, o que facilita a corrupção e o populismo.[34] O fordismo desenvolveu-se no país com estilos diferentes, em função do regime político e das políticas econômicas vigentes.[35] A produção do país permaneceu hiper-concentrada no sudeste por um tempo excessivo, e somente no século XXI a industrialização começou a se espalhar de forma mais efetiva no território nacional.[35] A fase inicial de desenvolvimento industrial e gerencial ocorreu em regimes populistas, que originaram formas paternalistas de relações entre trabalho, capital e Estado.[35] Com a ditadura, surgiram formas muito diferentes de gerenciamento da produção, e o período identificou-se fortemente com o fordismo clássico.[35] Com a democratização política na década de 80, o padrão alterou-se, ocorrendo modernização paralela a mudanças nas economias avançadas, incluindo adoção de sistemas de produção flexíveis.[35] Isto porquê os mercados de exportação tornaram-se mais atraentes, e assim houve estímulo para modernização tecnológica e organizacional, fazendo os processos de produção ligados à exportação atualizarem-se mais amplamente e rapidamente, e guiando investimentos em qualidade e produtividade praticamente apenas neste sentido.[35] Nessa época, houve maior demanda por trabalhadores mais qualificados nas empresas que adotaram novos métodos de produção.[35]
Após a abertura comercial e a implantação do Plano Real, houve investimentos na indústria durante o triênio 1995-97.[36][37] Com estes investimentos, nesta década, surgiu o toyotismo no Brasil.[27]
A indústria, no sentido de manufatura, tornou-se um setor fundamental da produção e do trabalho em países norte-americanos e europeus durante a Revolução Industrial, o que acabou com as antigas economias mercantil e feudal através de muitos avanços tecnológicos rápidos e sucessivos, como a produção de aço e carvão. Ela é auxiliada pelos avanços tecnológicos, e tem continuado a desenvolver-se em novos tipos e setores mesmo nos dias de hoje. Os países industrializados, em seguida, assumiram uma política econômica capitalista. Ferrovias e navios a vapor começaram rapidamente a criar ligações com mercados mundiais anteriormente inalcançáveis, permitindo que as empresas privadas se desenvolvessem a níveis até então inéditos de tamanho e riqueza. Após a Revolução Industrial, cerca de um terço da produção econômica do mundo derivava de indústrias de transformação, mais do que a participação da agricultura. [carece de fontes]
A indústria está dividida em quatro setores. Eles são:
Setor | Definição |
---|---|
Primário | Envolve a extração de recursos diretamente da Terra, incluindo agricultura, mineração e madeireira. Eles não processam os produtos de forma nenhuma; enviam para as fábricas para ter lucro. |
Secundário | Esse grupo envolve-se no processamento de produtos vindos de muitas indústrias primárias. Inclui todas as indústrias; aquelas que refinam metais, produzem móveis ou empacotam produtos agropecuários como a carne. |
Terciário | Esse grupo foca-se no oferecimento de serviços. Inclui professores, administradores e outros serviços do gênero. |
Quaternário | Esse grupo se concentra na pesquisa científica e tecnologia. Inclui cientistas.[38] |
Existem muitos outros tipos de indústrias e frequentemente são organizadas em diferentes classes ou setores, recebendo uma grande variedade de classificações.
Os sistemas de classificação da indústria usados pelo governo normalmente dividem as indústrias em três setores: agricultura, manufatura e serviços. O setor primário é formado pela agricultura, mineração e extração de matérias-primas. O setor secundário é a de manufaturas. O setor terciário foca a produção de serviços. Algumas vezes, fala-se em setor quaternário, que consiste de serviços intelectuais como a pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Sistemas de classificação baseados no mercado tais como o Global Industry Classification Standard[39] e o Industry Classification Benchmark[40] são usados nas finanças e pesquisa de mercado. Esses sistemas de classificação normalmente dividem as indústrias de acordo com a similaridade de funções e mercados e identificam negócios que produzem produtos relacionados.
As indústrias fazem parte da humanidade desde a Primeira Revolução Industrial que teve início no final do século XVIII e começo do século XIX na Inglaterra. [...] A indústria está incumbida de transformar a matéria-prima em um produto com a finalidade de ser comercializado para pessoas ou outras indústrias, isso ocorre com a indispensável participação da força de trabalho humana, incluindo as máquinas e a energia. A atividade econômica em questão recebe inúmeras classificações, porém podem ser divididas basicamente em dois tipos: indústria de base e de bens de consumo. Indústria de base São aquelas que atuam na transformação de matéria-prima bruta em matéria-prima para outras indústrias[...]. Indústria de bens de consumo Nessa categoria industrial o objetivo é a produção direcionada ao consumidor final, para a fabricação de mercadorias que atenda esse mercado é preciso utilizar matéria-prima oriunda da indústria de base. Esse tipo de indústria divide-se em: Indústria de bens duráveis[...].Indústria de bens semi-duráveis[...]. Indústria de bens não-duráveis[...].
A atividade industrial consiste no processo de produção que visa transformar matérias-primas em mercadoria através do trabalho humano e, de forma cada vez mais comum, utilizando-se de máquinas. […] As indústrias de bens de produção, também chamadas de indústrias de base ou pesadas, são responsáveis pela transformação de matérias-primas brutas em matérias-primas processadas, sendo a base para outros ramos industriais. […] As indústrias de bens intermediários caracterizam-se pelo fornecimento de produtos beneficiados. Elas produzem máquinas e equipamentos que serão utilizados nos diversos segmentos das indústrias de bens de consumo. […] As indústrias de bens de consumo têm sua produção direcionada diretamente para o mercado consumidor, ou seja, para a população em geral. Também ocorre a divisão desse tipo de indústria conforme sua atuação no mercado, elas são ramificadas em indústrias de bens duráveis e de bens não duráveis. Indústrias de bens duráveis – são as que fabricam mercadorias não perecíveis. […] Indústrias de bens não duráveis – produzem mercadorias de primeira necessidade e de consumo generalizado, ou seja, produtos perecíveis.
Conjunto de actividades de transformação que participam na produção de um bem, e que implicam um grande consumo de energia e a ocupação de mão-de-obra qualificada.[...]” […] As indústrias de bens de consumo Trata-se de indústrias destinadas a satisfazer as necessidades dos consumidores, fornecendo produtos para consumo directo e final, isto é, sem finalidades produtivas. […] As indústrias de bens de consumo[...] encontram-se geograficamente muito dispersas. […] As maiores concentrações industriais do mundo ocorrem na Europa, América do Norte e Japão, embora surjam noutras regiões focos mais ou menos importantes de industrialização. Na Europa, a região mais industrializada é a do chamado «triângulo vital», que vai do centro da Grã-Bretanha até ao norte da Península Itálica. Na América do Norte, os Estados Unidos são hoje a maior potência industrial do mundo. O Nordeste, incluindo a zona dos Grandes Lagos, constitui a mais antiga e mais importante região industrial de todo e Globo. Recentemente, a orla costeira da Califórnia e a faixa do Golfo do México tornaram-se também regiões de forte concentração industrial. O Japão disputa com a Alemanha o lugar de segunda potência industrial do mundo, a seguir aos E.U. de extrema diversidade e utilizando uma tecnologia das mais avançadas do mundo, a produção industrial japonesa invadiu o mercado mundial, competindo com os países há muito industrializados.
No dia a dia da economia industrial, a palavra indústria está caracterizada por diversos significados, desde uma empresa de pequeno porte, até uma fábrica de qualquer tamanho de um parque industrial, que trabalhe com atividade de transformação, que usem maquinarias que tenham como objetivo criar um terceiro produto.
O capitalismo industrial é uma nova fase desse sistema econômico, que surge em meio a um processo de revoluções políticas e tecnológicas, na segunda metade do século XVIII. Com essa nova fase é superado o capitalismo comercial, também chamado de mercantilismo, que surgiu em fins do século XIV e vigorou até então. […] As máquinas passaram a ser utilizadas em larga escala, tornando ultrapassados os métodos de produção anteriores, de caráter artesanal. Esse processo ficou conhecido como Revolução Industrial e teve seu início na Inglaterra. […] A primeira Revolução Industrial Esse modelo de capitalismo começou a se desenvolver a partir de 1760, quando a Inglaterra viveu a primeira Revolução Industrial. O que marca essa fase é a invenção do tear mecânico e da máquina a vapor, o uso de carvão e do ferro. [...] A partir de 1860, outros países investiram também na formação de suas indústrias, numa fase que é denominada de segunda Revolução Industrial. Assim, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Estados Unidos e Japão iriam, até o começo do século XX, aplicar grandes capitais na produção de aço, energia elétrica e produtos químicos. Durante essa fase, também, o capitalismo industrial se transformou em capitalismo financeiro, quando empresas e bancos se uniram, para obterem maiores lucros. […] Por fim, a partir da década de 1970, o capitalismo financeiro passou por uma nova fase, chamada por alguns economistas de terceira Revolução Industrial. Essa fase decorre da Era da Informática, ou seja, do desenvolvimento dos microcomputadores e da ampliação crescente da oferta de informação, que deu um salto com a popularização da Internet, nos anos de 1990.
O processo de industrialização foi mais evidente na Inglaterra com a Revolução Industrial. A primeira fase dessa revolução foi marcada pelo aparecimento da máquina a vapor [...]. […] Na Segunda Revolução Industrial houve a introdução de outras tecnologias para otimizar a produção de energia sem ser a vapor - a eletricidade e o petróleo. […] Taylor acreditava que o aperfeiçoamento se conquista com a especialização. Pensando assim, ele propõe a divisão do trabalho em tarefas específicas, com execução repetitiva e contínua, no ritmo da máquina […]. […] Ao contrário do sistema de massa, essa outra concepção de produção delega aos trabalhadores a ação de escolher qual a melhor maneira de exercerem seus trabalhos[...]. Com isso, o trabalhador deve ser capacitado, para qualificar suas habilidades e competências, que antes não eram necessárias. […] Dois conceitos inovadores que surgiram na Toyota merecem destaque: equipe de trabalho (team work) e qualidade total. Em uma fábrica "enxuta" todo o trabalho é feito por equipes. Quando um problema aparece, toda a equipe é responsável. Quando ocorre um defeito na montagem de uma peça, a equipe de montagem se organiza na busca de maneiras de resolver o problema. Há uma cobrança entre os pares para que cada membro atue de uma maneira que não prejudique os companheiros. Algumas fábricas delegam à equipe a função de demitir ou aceitar novos funcionários.
Essencialmente, indústria significa atividades humanas que realizam a transformação de matéria-prima em algum produto que pode ou não ser comercializado. Porém, a indústria moderna realiza a transformação de matéria-prima, com a utilização de mão-de-obra, máquinas e energia; em bens de consumo. Apesar dessa característica, as indústrias são classificadas de forma distinta. […] Indústria de bens de consumo As indústrias de bens de consumo atuam em atividades que visam abastecer o mercado que atende o consumidor final. As mercadorias concebidas nesse tipo de indústria são oriundas das indústrias de bens de produção e também da agricultura. Essas são localizadas próximo aos centros urbanos a fim de proporcionar maior acesso aos consumidores. As indústrias de bens de consumo são classificadas de acordo as mercadorias que produzem, assim, se diferem em: Indústrias de bens duráveis: atuam na produção de mercadorias de grande vida útil, nessa categoria está a indústria de automobilística e eletroeletrônica. Indústria de bens não-duráveis: atua na produção de bens de consumo perecíveis, exemplo: a indústria alimentícia, vestuário e todos aqueles que envolvem extinção.
Bens de produção ou indústria de base: é o tipo de indústria que transformam matéria-prima bruta para outras indústrias.[...] Bens de consumo: é o tipo de indústria que destina a sua produção para o mercado consumidor, ou seja, para o consumo da população.No Brasil, a região Sudeste é a mais industrializada, representando 70% do total do valor da produção industrial do Brasil; sendo o Estado de São Paulo o principal destaque da região, representando 51,8% do valor da produção industrial do país, e possuindo aproximadamente 40,3% do total dos estabelecimentos industriais do Brasil.
Fatores locacionais são os fatores que viabilizam a instalação de indústrias num determinado lugar. Para cada tipo de indústria pesa mais um fator e menos outro. Para indústrias de base pesa mais a disponibilidade de matérias-primas e de energia ou a facilidade de recepção desses recursos naturais. A existência de mão-de-obra altamente qualificada pesa mais para a instalação de indústrias de alta tecnologia. A proximidade de um amplo mercado consumidor é mais importante para indústrias de bens de consumo. Agora, para todos os ramos industriais é fundamental a existência de boa rede de transportes e de telecomunicações. […] Não podemos afirmar que os fatores locacionais ainda são os mesmos que existiam nos primórdios da industrialização porque o peso de determinado fator para a localização industrial varia ao longo da história. Nos séculos XVIII e XIX, durante a primeira Revolução Industrial, um dos fatores mais importantes para a localização das indústrias eram as reservas de carvão mineral, a mais importante fonte de energia na época. Hoje, o carvão não é mais importante, a não ser para a indústria siderúrgica, e, mesmo assim, com a melhoria dos sistemas de transportes, é possível instalar siderúrgicas distante das minas de carvão e ferro. O Japão, por exemplo, é grande produtor de aço sem dispor desses recursos. Já para as indústrias típicas da revolução técnico-científica, a mão-de-obra com alto nível de qualificação é o fator locacional mais importante.
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro mecânico, desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial que ficou conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como se chegava ao resultado final.Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de divisão técnica do trabalho, sendo que o conhecimento do processo produtivo era de responsabilidade única do gerente, que também fiscalizava o tempo destinado a cada etapa da produção. Outra característica foi a padronização e a realização de atividades simples e repetitivas. […] Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez, desenvolveu o sistema de organização do trabalho industrial denominado fordismo. A principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do trabalho.
O Taylorismo é uma teoria criada pelo engenheiro Americano Frederick W. Taylor (1856-1915) que a desenvolveu a partir da observação dos trabalhadores nas indústrias. O engenheiro constatou que os trabalhadores deveriam ser organizados de forma hierarquizada e sistematizada, ou seja, cada trabalhador desenvolveria uma atividade específica no sistema produtivo da indústria (especialização do trabalho). No taylorismo, o trabalhador é monitorado segundo o tempo de produção, cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados aqueles que se sobressaem, isso provoca a exploração do proletário que tem que se “desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado. Dando prosseguimento à teoria de Taylor, Henry Ford (1863-1947), dono de uma indústria automobilística (pioneiro), desenvolveu seu procedimento industrial baseado na linha de montagem para gerar uma grande produção que deveria ser consumida em massa. Os países desenvolvidos aderiram totalmente, ou parcialmente, a esse método produtivo industrial, que foi extremamente importante para consolidação da supremacia norte-americana no século XX.
Posteriormente à Primeira Guerra Mundial, nos anos 20, havia se generalizado um modo revolucionário de organização do trabalho nos Estados Unidos e, de forma parcial, na Europa: o taylorismo. Tratava-se, no processo de trabalho, de expropriar os operários de seu savoir-faire, dali em diante sistematizado por engenheiros e técnicos através dos métodos de “Organização Científica do Trabalho”. Um passo a mais e tinha-se a incorporação desse conhecimento sistematizado no sistema automático de máquinas, ditando o modo operacional a operários expropriados da iniciativa: essa é a vertente produtiva do “fordismo” [...]. […] Aproveitando-se da grande crise dos anos 30, os regimes populistas da América Latina – seguidos por outros países dos anos 50, a exemplo da Coréia do Sul – inauguraram a “estratégia de substituição de importações”. Tratava-se de proceder à acumulação das receitas das exportações primárias na indústria de bens de consumo, pela aquisição de bens de capital no centro e pela proteção a essas indústrias nascentes mediante fortes barreiras alfandegárias.
Como princípio geral da organização do trabalho (ou "paradigma industrial"), o fordismo é o taylorismo acrescido da mecanização. Taylorismo significa: uma estrita separação entre a concepção do processo de produção, que é tarefa da equipe de planejamento e organização, e a execução de tarefas estandardízadas e formalmente determinadas. Segundo esse princípio, o envolvimento dos trabalhadores diretos é tido como não necessário na implementação das prescrições da equipe de O&M. […] Todavia os "velhos países industrializados" d o Terceiro Mundo haviam conhecido uma forma anterior de industrialização — "cepaíina" —, com um regime de substituição de importações e relações salariais semifordistas reguladas pelo corporativismo: é o caso do México, da Argentina e do Brasil.
Primeiro, há diferenças entre as teorias quanto à natureza exata do ‘problema do fordismo’. Para. Piore e Sabel [...], o problema reflete a maior fragmentação das preferências dos consumidores e o desajuste entre os antigos regimes de produção em massa e a necessidade de atender a demandas de mercado crescentemente heterogêneas. Para a escola francesa da regulação, a crise do taylorismo e do fordismo originou-se não de seu fracasso, mas do seu êxito, já que a ênfase recai sobre os limites ao aumento da produtividade dentro das condições de organização existentes, consideradas fordistas. O argumento é que as linhas de montagem estão perfeitamente equilibradas, os cargos foram analisados à perfeição quanto aos ‘conteúdos de trabalho’ e os tempos definidos aos operários foram estabelecidos em níveis ótimos. Para Piore e Sabel, a crise é um reflexo da obsolescência do fordismo diante dos novos padrões de consumo, enquanto para os teóricos da escola da regulação trata-se mais exatamente da exaustão do fordismo, que não pode gerar ganhos adicionais de produtividade. É importante terem mente essas diferenças. No modelo da especialização flexível, os problemas do fordismo são exógenos ao sistema produtivo; na teoria da regulação, eles residem em seu interior - para sermos mais precisos, em seus limites. […] A aproximação entre fordismo e inflexibilidade negligencia um aspectó básico do taylorismo: o de ter buscado um tipo de projeto de postos de trabalho que permitisse reduzir ao mínimo os tempos de treinamento, de modo que as empresas pudessem auferir ao máximo o que hoje se chama flexibilidade numérica ou externa [...]; ou seja, facilitar a demissão e admissão de pessoal.
A taylorização, ao generalizar o one best way, o “melhor gesto”, aumentava automaticamente a produtividade média no sentido estrito ao longo de uma curva de aprendizagem, e impedia qualquer compensação do crescimento da produtividade por uma diminuição da intensidade. Além disso, a experiência de trabalho trazia cada dia a descoberta de novos one best way, deslocando assim para o alto a curva de aprendizagem. O movimento ao longo dessa curva necessariamente diminui ao fim de um certo tempo. O deslocamento da curva para o alto depende da capacidade dos trabalhadores (de col bleu ou de col blanc) de inventar novas técnicas. Ora, os princípios tayloristas, ao polarizar esta capacidade coletiva entre uma massa de trabalhadores desqualificados e pouco motivados, de um lado, e os engenheiros e técnicos da engenharia e da OeM, de outro, limitam gradualmente a esse segundo setor a luta pela produtividade e pela inovação. E tal setor apenas pode contribuir ao crescimento da produtividade geral pelo desenvolvimento de máquinas cada vez mais complexas, a serem colocadas à disposição dos trabalhadores não qualificados. Assim, os próprios princípios tayloristas explicam a diminuição dos ganhos de produtividade e a alta do coeficiente do capital.
Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis[...]. […] Desta forma, dentro deste sistema de produção, uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária utilização de mão-de-obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção.
Fordismo é o nome dado ao modelo de produção automobilística em massa, instituído pelo norte-americano Henry Ford. Esse método consistia em aumentar a produção através do aumento de eficiência e baixar o preço do produto, resultando no aumento das vendas que, por sua vez, iria permitir manter baixo o preço do produto.
Uma das marcas do Fordismo foi o aperfeiçoamento da Linha de Montagem. Com isto, os automóveis eram construídos em esteiras rolantes que funcionavam enquanto os operários ficavam, praticamente, parados nas “estações”, quando realizavam pequenas etapas da produção. Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. […] Mas o sucesso de tamanha produção e grande venda estava na Linha de Montagem idealizada por Ford, quando esta fazia com que cada peça chegasse ao trabalhador que tinha função específica. Aí, as peças se moviam de “estação” em “estação de trabalho”. Este sistema de estações, curiosamente, foi idealizado por Ford, depois que ele tinha conhecido o trabalho dos empacotadores de carne, em Chicago, onde os pedaços de carne se moviam em ganchos, que corriam pela Linha, para que a carcaça do animal fosse desmontada. Assim, juntando com as teorias do Taylorismo, Ford pensou na reversão do processo, ou seja, a Linha de Produção para montagem de automóveis.
O termo "fordismo" faz referência a Henry Ford (1863-1947), introdutor da linha de montagem na indústria automobilística. Nas fábricas da Ford Motor Company, fundada por ele, o automóvel a ser montado se deslocava por uma esteira rolante, enquanto os operários, dispostos junto à esteira, realizavam operações padronizadas. […] Enquanto o trabalhador fordista repetia mecanicamente gestos padronizados, o trabalhador toyotista trabalhava em ágeis equipes, encarregadas não apenas da produção, mas também do controle de qualidade do produto. O trabalho tornou-se menos burocrático, impulsionado por operários polivalentes, capazes de operar mais de uma máquina.
Embora as realizações de Ford sejam popularmente atribuídas à sua introdução da linha de montagem, esta foi apenas uma pequena parte da revolução. A introdução da linha de montagem pressupunha a produção em massa de peças padronizadas e intercambiáveis em um grau muito elevado, o que só se poderia obter organizando a maquinaria especializada de maneira tal que permitisse tanto a desqualificação do operário qualificado como a separação rigorosa entre produção e montagem. Uma vez que isto foi conseguido, o desenvolvimento da linha de montagem foi quase uma formalidade. […] A fragmentação de tarefas significava que os engarrafamentos na produção podiam ser identificados de imediato, oferecendo problemas tecnológicos e/ou organizacionais bem definidos para os engenheiros de Ford. Significava também que as mudanças tecnológicas podiam ser introduzidas uma a uma, substituindo-se determinadas ferramentas ou alterando-se a organização de uma determinada seção da fábrica sem ter de transformar o sistema como um todo. Neste sentido, a fragmentação fordista de tarefas e a padronização de componentes introduziu uma nova flexibilidade que abriu o caminho para o dinamismo tecnológico. […] O fordismo envolvia não só uma revolução na tecnologia e no consumo, mas também nas relações sociais de produção. Primeiro, a rigorosa decomposição de tarefas, incluindo a separação precisa entre tarefas especializadas e não-especializadas, permitindo a diferenciação rigorosa da força de trabalho, o que reforçou a existência de um “mercado de trabalho duplo”, composto de uma pequena camada de trabalhadores especializados e uma grande massa de operários não-qualificados, imigrantes.
O Fordismo funcionou em níveis próximos ao ótimo, da metade da década de 50 até o final da década de 60. Entretanto, no começo dos anos 70 já estava enfraquecendo e expondo sérias contradições [...].
Pensado inicialmente por Ohno como um sistema para aumentar a produtividade reduzindo estoques e efetivos e flexibilizando a produção, o toyotismo foi muito além. Reduzindo postos de trabalho não deixou de responder às pressôes de trabalhadores que já ocorriam em 1968 e 69 com a crise nos modelos taylorista e fordista e a quebra do acordo tácito entre capital e trabalho. A redução de pessoal permitida pela autonomação, ou reorganização do lay out da fábrica, pôde ser intensificada com o avanço tecnológico e os projetos de automação. A flexibilização da produção, com intuito de possibilitar variações maiores aos produtos, foi além, possibilitando dispersar a produção em diferentes plantas de diferentes localidades.
Após o desenvolvimento do Fordismo nos Estados Unidos, na primeira metade do século XX, o Japão se encontrou em um cenário totalmente desfavorável à implementação desse sistema de produção. O Fordismo tinha como característica principal, a produção em massa, sendo necessários enormes investimentos e uma grande quantidade de mão-de-obra. Ora, o Japão tinha um pequeno mercado consumidor. Além disso, o país não possui uma grande quantidade de matérias-prima, inviabilizando assim, o princípio fordista da produção em massa. Elaborado por Taiichi Ohno, o toyotismo surgiu nas fábricas da montadora de automóvel Toyota, após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, esse modo de produção só se consolidou como uma filosofia orgânica na década de 70. O toyotismo possuía princípios que funcionavam muito bem no cenário japonês, que era muito diferente do americano e do europeu. O toyotismo tinha como elemento principal, a flexibilização da produção. Ao contrário do modelo fordista, que produzia muito e estocava essa produção, no toyotismo só se produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques. Essa flexibilização tinha como objetivo a produção de um bem exatamente no momento em que ele fosse demandado, no chamado Just in Time. Dessa forma, ao trabalhar com pequenos lotes, pretende-se que a qualidade dos produtos seja a máxima possível. Essa é outra característica do modelo japonês: a Qualidade Total. A crise do petróleo fez com que as organizações que aderiram ao toyotismo tivessem vantagem significativa, pois esse modelo consumia menos energia e matéria-prima, ao contrário do modelo fordista. Assim, através desse modelo de produção, as empresas toyotistas conquistaram grande espaço no cenário mundial.
Toyotismo é o modelo japonês de produção, criado pelo japonês Taiichi Ohno e implantado nas fábricas de automóveis Toyota, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, o novo modelo era ideal para o cenário japonês, ou seja, um mercado menor, bem diferente dos mercados americano e europeu, que utilizavam os modelos de produção Fordista e Taylorista. […] A idéia principal era produzir somente o necessário, reduzindo os estoques (flexibilização da produção), produzindo em pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a padronização pela diversificação e produtividade. […] Na realidade da fábrica, o que ocorre é o aumento da concorrência entre os trabalhadores, que disputam melhores índices de produtividade entre si. Tais disputas sacrificam cada vez mais o trabalhador, e tem como conseqüência, além do aumento da produtividade, o aumento do desemprego. Em suma, a lógica do mercado continua sendo a mesma: aumentar a exploração de mais-valia do trabalhador.
A Toyota trabalha com grupos de oito trabalhadores(...) Se apenas um deles falha, o grupo perde o aumento, portanto, este último garante a produtividade assumindo o papel que antes era da chefia
Na década de 1990, o impulso ideológico do toyotismo atingiu o empreendimentismo capitalista no Brasil, no bojo do complexo de reestruturação capitalista e do a juste neoliberal propiciado pelos governos Collor e pelo governo Cardoso. […] Sob o toyotismo, a competição entre os operários é intrínseca à idéia de trabalho em equipe. Os supervisores e os líderes de equipe desempenham papéis centrais no trabalho em equipe. […] Em virtude do incentivo à competição entre os operários, cada um tende a se tornar supervisor do outro. Somos todos chefes, é o lema só trabalho em equipe sob o toyotismo. Eis, portanto, o resultado da captura da subjetividade operária pela lógica do capital, que tende a se tornar mais consensual, mais envolvente, mais participativa: em verdade, mais manipulatória. Surge um estranhamento pós-fordista, sob o toyotismo, que possui uma densidade manipulatória maior do que em outros períodos do capitalismo monopolista.
Um primeiro elemento diz respeito à temática da qualidade nos processos produtivos. Na fase de intensificação da taxa de utilização decrescente do valor de uso das mercadorias [...], necessária para a reposição do processo de valorização do capital, a falácia da qualidade total, tão difundida no “mundo empresarial moderno”, na empresa enxuta da era da reestruturação produtiva, torna-se evidente: quanto mais “qualidade total” os produtos devem ter, menor deve ser seu tempo de duração. A necessidade imperiosa de reduzir o tempo de vida útil dos produtos, visando a aumentar a velocidade do circuito produtivo e desse modo ampliar a velocidade da produção de valores de troca, faz com a “qualidade total” seja, na maior parte das vezes, o invólucro, a aparência ou o aprimoramento do supérfluo, uma vez que os produtos devem durar pouco e ter uma reposição ágil no mercado. A “qualidade total”, por isso, não pode se contrapor à taxa de utilização decrescente do valor de uso das mercadorias, mas deve adequar-se ao sistema de metabolismo socio-econômico do capital, afetando desse modo tanto a produção de bens e serviços, como as instalações e maquinarias e a própria força humana de trabalho.
No caso específico do Brasil, como se sabe, o processo de industrialização, entre a metade dos anos 50 até o final dos anos 70, é um exemplo típico de substituição de importações liderada pelo Estado com forte participação de capital e tecnologia estrangeiros. [...] uma das principais especificidades de um processo de industrialização tardia é exatamente a possibilidade de se conciliar racionalidades privadas (ao nível da firma) e públicas (no sentido de interesses sociais) que são qualitativamente divergentes. Tais interesses – diferentes mas não conflitantes – permitem a combinação de ações de mercado com o planejamento. […] Como resultado, o Brasil passou por uma extraordinária transformação industrial durante as três décadas que se seguiram ao final da 2ª Guerra Mundial. Num período em que a economia mundial era marcada por intenso crescimento, o desempenho brasileiro foi impressionante, mesmo se comparado a outros países.
[...] as interpretações correntes sobre as origens da industrialização brasileira são apresentadas em quatro grupos: a teoria dos choques adversos, a ótica da industrialização liderada pelas exportações, a visão do capitalismo tardio e a ótica da industrialização promovida intencionalmente por políticas do governo. A teoria dos choques adversos corresponde à interpretação da industrialização brasileira como resultado de estímulos à produção industrial provenientes de dificuldades no comércio internacional e de implementação de políticas internas expansionistas. […] Sob a ótica da industrialização liderada pelas exportações, a origem e o crescimento inicial da indústria brasileira relacionam-se linearmente com as exportações. O crescimento do setor exportador implicava, pois, uma expansão do mercado interno e das importações de maquinaria, e se traduzia em um aumento dos investimentos industriais. Uma retração no setor exportador, ao contrário, provocava uma redução nesses investimentos. […] Na visão do capitalismo tardio, a emergência e evolução de uma indústria manufatureira em São Paulo é analisada como uma etapa do desenvolvimento de uma economia agrícola exportadora capitalista e determinada, portanto, em primeiro lugar, por fatores internos. […] Finalmente, a ótica da industrialização intencionalmente promovida por políticas do governo dá ênfase à proteção concedida à indústria como um fator que teria propiciado a emergência e o desenvolvimento de um setor manufatureira num país agrícola exportador, identificando, ainda, ciclos alternados de investimento e de produção, determinados por alterações na taxa de câmbio.
É importante salientar que o processo de expansão do capitalismo monopolista no Brasil tem sido feito não só pela sujeição da agricultura à indústria através da transformação desta em consumidora dos produtos industriais, mas também através do tributo que os rentistas cobram à agricultura (renda da terra). […] Assim a agricultura brasileira está subordinada à indústria, de um lado, como consumidora potencial de produtos de origem industrial, mediada pelo Estado, e de outro, subordinada aos proprietários de terras que têm cobrado também o seu tributo para permitir a produção necessária.
Caracteriza-se como fordismo o modelo industrial de expansão econômica e progresso tecnológico baseado na produção e consumo de massa, na crescente divisão do trabalho em todos os níveis da atividade econômica, na extensa mecanização e no uso de máquinas dedicadas e de trabalho não qualificado [...]. […] Os métodos japoneses tê sido analisados sob uma vasta nomenclatura: toyotismo, niponização, fujitsuísmo, ohnoísmo, sonysmo […]. Esses rótulos caracterizam, de modo geral, a predominância de um sistema organizacional, como o just in time desenvolvido na Toyota por iniciativa de seu diretor Sr. Ohno, nas décadas de 50 e 60. […] Visto numa perspectiva histórica, o desenvolvimento do fordismo no Brasil apresentou estilos diferentes, em correspondência ao regime político e às políticas econômicas em diferentes períodos. As configurações históricas variam largamente, e o Brasil tem tido suas variantes particulares. O Estado e o regime político, seja populista, autoritário ou democrático, sempre foram condições especiais para o desenvolvimento do fordismo no Brasil. Algumas das características definidoras do modelo fordista, particularmente a produção de massa e os mercados de massa, têm sido restritas no Brasil e têm se desenvolvido apenas em regiões particulares (principalmente no Sul e Sudeste) e nos setores industriais modernos. Todavia, os estilos de gerenciamento das regiões e indústrias mais avançadas têm tido um grande impacto sobre o padrão geral de desenvolvimento brasileiro. A fase inicial de desenvolvimento industrial e gerencial ocorreu sob regimes populistas, levando a formas paternalistas de relações entre o capital, o trabalho e o Estado. Seguiu-se a ditadura, e dado o estilo anterior de gerenciamento da produção, alternativas históricas muito diferentes existiram. [...] Esse é o período fortemente identificado com o fordismo clássico. Na década de 80 o padrão se modificou ao longo da democratização do regime político. Essa modernização ocorreu paralelamente a mudanças nas economias avançadas, envolvendo a adoção de sistemas flexíveis de produção. A instabilidade de políticas econômicas, todavia, tem impedido a continuidade dos investimentos, inovações e difusão das tecnologias e técnicas organizacionais. […] Nos anos da década de 80 os mercados de exportação tornaram-se mais atraentes, o que deu um grande empurrão para a modernização tecnológica e organizacional. Isso criou um padrão duplo de renovação tecnológica no setor industrial moderno, em que os processos de produção ligados às exportações foram atualizados em maior velocidade e amplitude. Assim, investimentos em produtividade e qualidade foram relacionados basicamente à orientação para o mercado exterior. Com relação à estrutura de empregos, a década de 80 parece ter apresentado um tendência em direção à maior demanda por trabalhadores mais qualificados naquelas empresas que adotaram novos métodos de produção. Essa tendência no Brasil não se defrontou com escassez desse tipo de trabalhadores em nenhuma proporção maior do que em países de economias mais avançadas, nem mostrou direções peculiares.
Este trabalho descreveu o processo de investimento que teve lugar na indústria brasileira no triênio 1995-97, depois de concluída a abertura comercial e implementado o programa de estabilização - o Plano Real.
O período posterior (1995/97) é descrito por Bielschowsky como um “mini - ciclo de modernização”, em que os investimentos, embora ainda orientados para a redução de custos, contariam com maior grau de imobilização devida à reposição de equipamentos.
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