Um califado (do árabe خلافة, transliterado khilāfa ou khilafat) é uma forma monárquica de governo[1] (inicialmente electiva, mais tarde absoluta) originada na Arábia do século VII, cuja identidade política se baseia na reivindicação de sucessão ao Estado Islâmico de Maomé e na identificação de um monarca chamado califa como seu herdeiro e sucessor. O título de califa, que era equivalente a títulos como rei, czar e cã noutras partes do mundo, deu origem a muitas guerras civis, conflitos sectários e califados regionais paralelos.
Descrição
De acordo com os sunitas, o califa deve, idealmente, ser um membro da tribo dos coraixitas, eleito pelos muçulmanos ou por seus representantes;[2] já para os xiitas, ele deve ser um imã que descenda diretamente da Ahl al-Bayt, a família do profeta Maomé.
Desde o advento do islã no século VII até 1924, diversas dinastias alternaram-se sucessivamente no califado, incluindo: os omíadas (661–750), que foram expulsos de Damasco para Córdoba, no Alandalus (Ibéria muçulmana); os abássidas (750–1258), que governaram a partir de Bagdá; os fatímidas, que governaram a partir de Cairo, no Egito; e, finalmente, os otomanos.
Sob os otomanos o califado veio com a conquista das cidades sagradas Meca e Medina num sentido de criar uma unidade com os Árabes. O árabe tornou-se lingua oficial,[3] até na capital Istambul. Na corte o sultão fez os principais ulemás seguirem a confissão sunita. Promulgado logo após a conquista de Selim I, nas regiões da Arabia e península do Sinai, em 1517. A legitimação perante os árabes é algo que contribuiu em muito a promulgação desse califado e também se autoproclamaram protetores do Haje.[4]
O posto de Califa reconhecido e que vinha da linha original de califas durou até 1924 quando o posto foi extinguido por Mustafa Kemal Atatürk como parte de um sistema de reformas e secularização da recém-criada República da Turquia. Abdul Mejide II foi o último Califa.[5]
O califado é a única forma de governo que tem a total aprovação na teologia islâmica tradicional, e "é o conceito político central do islamismo sunita, por consenso da maioria muçulmana nos primeiros séculos".[6]
Ver também
Referências
- «Califado». www.dicio.com.br. Consultado em 14 de abril de 2014
- Encyclopedia of Islam and the Muslim World, (2004) v.1, p.116–123
- HOURANI, Albert (2006). Uma história dos povos arabes. São Paulo: Compainha das letras. 288 páginas. ISBN 9788571643772
- DANFORTH, Nick (2014). «The myth of the Caliphate». Foreign Affairs. Consultado em 1 de julho de 2018
- «Cevdet Küçük, Abdülmecid Efendi, Türk Diyanet Vakfı İslam Ansiklopedisi» (PDF). Consultado em 6 de março de 2015. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2015
- John O. Voll: Professor of Islamic history at Georgetown University. «Revivalism, Shi'a Style». Nationalinterest.org
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