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A Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (International Olympiad on Astronomy and Astrophysics ou somente IOAA) é uma competição anual de astronomia e astrofísica para estudantes do ensino médio. Trata-se de uma das Olimpíadas Internacionais de Ciências. A sua primeira edição ocorreu em 2007, na Tailândia, e a mais recente foi realizada no Brasil, em 2024. Participam equipes representando seus respectivos países, formadas por até cinco alunos e dois professores. Um país pode enviar mais de uma equipe desde que cubra financeiramente os gastos desta e que seja aceito pelo Comitê Organizador Local. A próxima edição ocorrerá em 2025 na Índia[1].
A avaliação é composta por uma prova teórica, uma prova de análise de dados experimentais e por outras provas práticas (podendo ser de observação do céu real, planetário ou outras atividades), além de uma prova em grupos, que podem ser formados por alunos de um mesmo país ou ser de formação mista. Cabe ao Comitê Organizador Local elaborar as avaliações, tal como a natureza dos grupos, sujeitas à aprovação do Júri Internacional.
A prova teórica deve ser composta por aproximadamente cinco a sete questões curtas, cinco a sete questões intermediárias, e duas a três questões longas, abordando conteúdo teórico geral de astronomia e astrofísica, em áreas como astrofísica básica (envolvendo mecânica celeste, espectroscopia, entre outros), coordenadas e tempos, Sistema Solar, evolução e astrofísica estelar, sistemas estelares, galáxias e aglomerados, cosmologia, instrumentação astronômica e tecnologias espaciais. São esperados conhecimentos básicos em física e matemática a nível de ensino médio, mas as resoluções padrão não devem exigir o uso de cálculo, números complexos ou resolução de equações diferenciais. A duração da prova, normalmente, é de 5 horas.
A prova prática deve abordar duas provas, uma observacional e outra de análise de dados.
Na prova observacional, que pode ser realizada em céu real ou em planetários, podem ser cobrados conhecimentos de constelações, estrelas, estrelas binárias, objetos de céu profundo, uso de cartas celestes e catálogos, estimativas de coordenadas celestes e magnitudes de astros, latitude do observador, e do tempo sideral e solar local. Binóculos, telescópios e detectores podem ser usados, mas informações suficientes devem ser fornecidas aos alunos.
Já a prova de análise de dados cobra análise estatística de dados sobre fenômenos astronômicos, exigindo a correta elaboração de gráficos em diferentes escalas, identificação de fontes de erro, estimativa da influência destas no resultado final, manipulação e propagação de erros e conhecimento de algumas técnicas experimentais em astronomia e estatística básica. A duração máxima de todas as provas deve ser no máximo de 5 horas.
As regras da prova em grupo não são rígidas, podendo envolver diversos tipos de problemas e ter duração variada. Ela deve exigir habilidades de trabalho em grupo, como organização, comunicação entre os membros (que podem ser de diferentes países), divisão de tarefas e brainstorming. Até 2017 as equipes eram nacionais, e a partir de então passaram a ser disputadas por equipes mistas com membros de países diferentes.
Após a correção das provas e a revisão das notas, é elaborado um ranking baseado na nota total obtida por cada estudante, considerando peso de 50% para a prova teórica e 50% para a prática (25% para a parte observacional e 25% para a de análise de dados).
Até 2018, as premiações eram distribuídas de acordo com a média aritmética das notas obtidas pelos três primeiros colocados. Tomando-se essa média como 100%, a pontuação dos estudantes era calculada em função desta nota de referência. A definição dos premiados seguia o seguinte critério:
A partir de 2019, o critério de premiação foi alterado. A mediana das notas finais (M) é calculada, e os premiados são definidos de acordo com o critério a seguir:
Caso a mediana supere 50% do valor total das questões, define-se M como sendo 50% desse valor total.
Para distribuição das menções honrosas, são calculadas novas medianas para a prova teórica (MT) e prova prática (MP). Os competidores que tiverem notas superiores a MT ou MP nas respectivas provas, e que não tenham conseguido medalha, recebem menções honrosas.
São oferecidos ainda prêmios especiais para os alunos que se destacam com a maior pontuação global e com os melhores desempenhos individuais na prova teórica e na experimental. A melhor equipe na prova em grupos também recebe um prêmio.
O Brasil participa da IOAA desde sua primeira edição em 2007. As equipes que representam o Brasil na IOAA são formadas através um processo seletivo organizado pela Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Atualmente, os melhores alunos do Nível 4 da OBA são convidados a participar do processo de seleção que dura aproximadamente um ano e é composto de três etapas: uma fase inicial online, uma prova presencial, e um treinamento presencial. Desde 2018, os estudantes de nono ano do ensino fundamental com nota superior a 9,0 na prova de Nível 3 da OBA também podem participar do processo seletivo.
Edição | Ano | País Sede | Ouro | Prata | Bronze | Honra |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | 2007 | Tailândia | - | 1 | 1 | - |
2 | 2008 | Indonésia | - | 1 | 1 | 1 |
3 | 2009 | Irã | - | 3 | 1 | 1 |
4 | 2010 | China | - | 1 | 3 | 1 |
5 | 2011 | Polônia | - | - | 2 | 2 |
6 | 2012 | Brasil | - | 2 | 1 | 6 |
7 | 2013 | Grécia | - | 2 | 3 | - |
8 | 2014 | Romênia | - | - | 2 | 3 |
9 | 2015 | Indonésia | - | - | - | 4 |
10 | 2016 | Índia | - | - | 2 | 3 |
11 | 2017 | Tailândia | - | 1 | 2 | 2 |
12 | 2018 | China | - | 1 | 3 | 1 |
13 | 2019 | Hungria | - | - | 3 | 2 |
N/A[2] | 2020 | Estônia[3] | 4* | 2* | 4* | - |
14 | 2021 | Colômbia[4] | 2 | 4 | 4 | - |
15 | 2022 | Geórgia | 1 | 2 | 2 | - |
16 | 2023 | Polônia | 2 | 2 | - | 1 |
17 | 2024 | Brasil | - | 2 | 3 | - |
TOTAL* | 5 | 22 | 33 | 27 |
2007:
2008:
2009:
2010:
2011:
2012:
*Devido à pandemia do COVID-19, a IOAA 2020 foi substituída por uma competição virtual, a GeCAA (Global e-Competition on Astronomy and Astrophysics). A GeCAA foi organizada pelo comitê internacional da IOAA com extensiva ajuda da Olimpíada Estoniana de Astronomia.
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