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Os colonos judeus fundaram a comunidade judaica asquenaze na Alta (século V a X) e Baixa Idade Média (c.1000–1299). A comunidade prosperou sob o reinado de Carlos Magno, mas foi bastante afetada durante as Cruzadas. A acusação de terem envenenado poços de água durante a Peste Negra (1346–53), originou matanças em larga escala dos judeus alemães,[1] e à sua fuga para a Polónia. As comunidades judaicas das cidades de Mainz, Speyer e Worms, tornaram-se o centro da vida judaica durante o período medieval. "Este foi uma era de ouro pois os bispos daquelas localidades protegiam os judeus, o que trazia mais comércio e prosperidade".[2] Com o início da Primeira Cruzada, comunidades inteiras, como as de Trier, Worms, Mainz e Colônia, foram dizimadas. O final do século XV marcou um período de ódio religioso que apontou os judeus como a origem de todos os males. As atrocidades de Chmielnicki (1648, na parte ucraniana da região sudeste da Polónia), e os seus Cossacos, empurraram os judeus polacos de volta para a Alemanha ocidental. Com a queda de Napoleão em 1815, o nacionalismo crescente resultou num aumento da repressão. Entre agosto e outubro de 1819, tiveram lugar vários pogroms na Alemanha, conhecidos como Tumultos Hep-Hep. Durante este período, vários estados alemães retiraram direitos civis aos judeus. Como resultado, muitos judeus alemães começaram a emigrar.
Do tempo de Moisés Mendelssohn até ao século XX, gradualmente, a comunidade foi conseguindo a sua emancipação, e prosperou. Na I Guerra Mundial, aproximadamente 100 mil alemães judeus lutaram pelo II Reich.[3]
Em 1919, por iniciativa de Leo Löwenstein,[5] foi criada a Reichsbund jüdischer Frontsoldaten[6] (associação de soldados judeus veteranos de guerra). O objetivo desta organização era combater a Dolchstoßlegende ("Lenda da Punhalada pelas Costas"), que acusava judeus e outros de traidores da pátria e lançava sobre tais grupos a culpa pela derrota alemã. Em torno de 12 mil soldados judeus morreram durante a guerra, servindo no Exército Imperial Alemão.[7]
Em janeiro de 1933, cerca de 522 000 judeus viviam na Alemanha. No entanto, no seguimento da ascensão do nazismo (Machtergreifung) e das suas ideologias e políticas antissemitas, a comunidade judaica foi severamente perseguida. Mais de metade (cerca de 304 000) emigrou durante os primeiros seis anos do regime nazi. Em 1933, a perseguição aos judeus passou a fazer parte da política nazi. Em 1935 e 1936, o ritmo da perseguição aumentou ainda mais; no ano de 1936, os judeus ficaram proibidos de exercer qualquer tipo de profissão para, assim, prevenir qualquer influência ao nível educativo, político e na industria. Na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, as SS realizaram uma operação contra os judeus que ficou conhecida como "A Noite dos Cristais" (Kristallnacht). As montras das lojas e dos escritórios judeus foram destruídas e vandalizadas, e muitas sinagogas foram incendiadas. O crescente antissemitismo originou uma onda de emigração em massa dos judeus da Alemanha durante a década de 1930. Na véspera da Segunda Guerra Mundial, apenas residiam na Alemanha cerca de 214 000 judeus.
A restante comunidade foi praticamente dizimada durante o Holocausto na sequência das deportações para o Leste europeu no final da guerra, entre 160 000 e 180 000 judeus alemães terão sido mortos no genocídio executado pelo regime nazista.[8] No Holocausto, as vítimas ascendem aos 6 milhões de judeus europeus. Em 19 de Maio de 1943, foi declarado que a Alemanha estava "limpa de judeus" (judenrein ou judenfrei, "livre de judeus"). Dos 214 000 judeus residentes na Alemanha, cerca de 90% morreram durante o Holocausto.[8] Depois da guerra, a comunidade judaica começou lentamente a crescer, devido, principalmente, à imigração vinda das ex-repúblicas soviéticas e de expatriados de Israel. No início do século XXI, a população judaica na Alemanha era de cerca de 200 000, e representava a única comunidade judaica em crescimento na Europa.[9]
Atualmente, a maioria dos judeus alemães são de língua russa. Estima-se serem cerca de 250 000.[10]
As leis atuais na Alemanha criminalizam a negação do Holocausto (§130 StGB); as violações desta lei são punidas com até cinco anos de prisão.[11] Em 2007, o ministro do Interior alemão, Wolfgang Schäuble, deu ênfase à política oficial da Alemanha: "Não vamos tolerar qualquer forma de extremismo, xenofobia ou antissemitismo."[12]
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