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Hélio Gracie

lutador de jiu-jitsu brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Hélio Gracie
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Hélio Gracie (Belém do Pará, 1 de outubro de 1913Petrópolis, 29 de janeiro de 2009) foi o patriarca da família Gracie.[1] Foi responsável pela difusão do Jiu-Jitsu no Brasil e idealizador do estilo de arte marcial brasileira conhecido como Jiu-jitsu brasileiro. Hélio Gracie foi grão-mestre em jiu-jitsu brasileiro, faixa vermelha décimo grau.

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Biografia

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Descendente distante de escoceses, quando era apenas uma criança sua família mudou-se para o Rio de Janeiro. Devido à sua frágil saúde, Hélio, o mais franzino dos Gracie, não podia treinar o Jiu-jitsu tradicional ensinado pelos seus irmãos, especialmente Carlos Gracie.

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Hélio Gracie (1932). Arquivo Nacional.

Observador, Hélio passou a acompanhar, dos seus treze aos dezesseis anos, as aulas ministradas por Carlos. Aprendeu todas as técnicas e ensinamentos de seu irmão, mas, para compensar seu biotipo, Hélio aprimorou a parte de solo tradicional, através do uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que não possuía, criando assim o Jiu-Jitsu Brasileiro.[2]

Quando completou 16 anos de idade, Hélio Gracie encontrou a oportunidade de ensinar o jiu-jitsu tradicional, e essa experiência o levou a criar o Jiu-jitsu brasileiro. Um diretor do Banco do Brasil, Mario Brandt, chegou para uma aula privada na original Academia Gracie no Rio de Janeiro, como estava marcado. Carlos Gracie, que era quem dava as aulas chegaria tarde e não estaria presente. Hélio então ofereceu-se para dar aula ao rapaz. Mais tarde quando Carlos chegou pedindo desculpas pela demora, o estudante afirmou que não havia problema, mas que gostaria de agora em diante receber aulas de Hélio. Carlos concordou com o pedido e então Hélio se tornou um instrutor na academia.

Hélio então percebeu, que mesmo sabendo as técnicas teoricamente, seria difícil executá-las devido à sua fraqueza. Percebendo que muitas das técnicas requeriam força bruta. Consequentemente ele passou a adaptar a arte marcial para seus atributos físicos, e aprendeu a maximizar a alavanca, assim minimizando a força que seria necessária para executar as técnicas. Com esses experimentos, Jiu-Jitsu Gracie, mais tarde conhecido como Jiu-jitsu brasileiro (ou Brazilian Jiu-Jitsu em inglês) foi criado. Usando essas novas técnicas, um praticante menor e mais fraco ganharia a capacidade de se defender e até derrotar oponentes mais fortes.

Nos anos 1930, Hélio Gracie frequentou o núcleo de Ipanema da Ação Integralista Brasileira, sendo um membro ativo e considerado uma referência para o grupo.[3]

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Primeiras lutas

Hélio começou sua carreira de lutas quando finalizou o lutador de boxe profissional Antônio Portugal em 30 segundos em 1932. No mesmo ano Gracie lutou contra o estadunidense Fred Ebert por 14 rounds de 10 minutos cada, até que a luta foi interrompida pela polícia.

Em 1934, Hélio lutou contra Wladak Zbyszko, que era chamado de "campeão do mundo", por 3 rounds de 10 minutos. Esta luta terminou empatada.

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Lutas contra judocas

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Em 1932 Hélio Gracie lutou contra o judoca Namiki. A luta terminou empatada, mas segundo a família Gracie o sinal do fim da luta tocou segundos antes que Namiki batesse o braço. Hélio enfrentou duas vezes o judoca japonês Yasuichi Ono, depois que o japonês estrangulou o irmão George Gracie em outra luta. Ambas as lutas terminaram empatadas. Hélio Gracie também lutou contra o judoca japonês Kato duas vezes. A primeira luta, no estádio do Maracanã terminou empatada. Hélio pediu então uma segunda luta, realizada no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Hélio ganhou a segunda luta estrangulando Kato.

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Hélio Gracie (1952). Arquivo Nacional.

Em 1951, Hélio Gracie lutou contra o judoca Masahiko Kimura no Maracanã.[4] Kimura ganhou usando uma chave de braço chamada ude-garami - que mais tarde seria chamada de kimura pelos gracies. Em 1994, durante uma entrevista, Hélio Gracie admitiu que ficou inconsciente ao ser estrangulado por Kimura, mas que reviveu e continuou lutando. A luta terminou com Kimura aplicando a chave no braço esquerdo de Hélio, que se recusava a "bater" (desistir da luta). Seus técnicos então jogaram a toalha, terminando a luta. Outras fontes mencionam que o braço de Hélio foi quebrado, mas segundo fotos tiradas no vestiário, após a luta, e por depoimento do próprio, ficou com o braço dolorido, mas não quebrado.

Um texto escrito por Kimura relata o fato:

"Hélio me agarrou pelas duas lapelas, e me atacou com um O-soto-gari e Kouchi-gari. Mas ele não me moveu nem um pouco. Agora era minha vez. Eu o joguei no ar por O-uchi-gari, Harai goshi, Uchi-mata, Ippon-seoi. Por volta de 10 minutos de luta, eu o lancei por O-soto-gari. Eu planejava causar uma concussão. Mas já que o tatame era muito macio não teve muito efeito nele. Enquanto continuava a lançá-lo, estava pensando em um modo de finalizar. Eu o arremessei por O-soto-gari novamente. Assim que Hélio caiu, eu o imobilizei por Kuzure-kami-shiho-gatame. Eu mantive por dois ou três minutos, e então tentei sufocá-lo pela barriga. Hélio balançava sua cabeça tentando respirar. Ele não aguentava mais, e tentou empurrar meu corpo esticando seu braço esquerdo. Nesse instante, eu agarrei seu pulso esquerdo com minha mão direita, e torci seu braço. Apliquei Udegarami. Eu pensei que ele iria desistir imediatamente. Mas Hélio não bateu no tatame. Não tive escolha a não ser continuar a torcer o seu braço. O estádio silenciou. O osso de seu braço estava se aproximando do ponto de quebrar. Finalmente, o som do osso quebrando ecoou no estádio. Ainda assim Hélio não desistiu. Seu braço esquerdo já estava inutilizado. Sob essa regra, eu não tinha outra escolha a não ser torcer o seu braço novamente. Tinha muito tempo ainda sobrando. Eu torci o seu braço esquerdo novamente. Outro osso quebrou. Hélio ainda não bateu. Quando tentei torcer o braço novamente, uma toalha branca foi jogada. Venci por TKO (nocaute técnico). Minha mão foi erguida. Japoneses brasileiros correram para a arena e me ergueram. Por outro lado, Hélio deixava seu braço esquerdo pendendo e parecia muito triste, resistindo a dor."

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Morte

No dia 29 de janeiro de 2009, Hélio Gracie morreu em Petrópolis aos 95 anos de idade.[5]

Ver também

Referências

  1. «Esportere». Árvore genealógica da família Gracie. Esportere.com.br. Arquivado do original em 13 de abril de 2014
  2. «Fisiculturismo». Fisiculturismo.com.br
  3. GOOGLE. Hélio Gracie x Masahiko Kimura. Disponível em: video.google.com/videoplay?docid=1690337360622979628
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Ligações externas

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