Guerra Polaco-Soviética

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Guerra Polaco-Soviética

A Guerra Polaco-Soviética (português europeu) ou Polonesa-Soviética (português brasileiro) foi um conflito armado envolvendo a Rússia Soviética e a Polônia de fevereiro de 1919 a março de 1921. O objetivo do ataque soviético foi tentar expandir o socialismo para a Europa Central, passando pelo território polonês primeiro. A guerra seguiu como um impasse até a vitória da Polônia na Batalha de Varsóvia, em agosto de 1920. Em março do ano seguinte, foi firmado a Paz de Riga, com ganhos territoriais limitados para ambos os lados.[1]

Factos rápidos Beligerantes, Comandantes ...
Guerra Polaco-Soviética
Data 14 de fevereiro de 191918 de março de 1921
Local Europa Central e Oriental
Desfecho Vitória polonesa; Paz de Riga
Beligerantes
Polônia
República Popular da Ucrânia
 Letônia
República Popular Bielorrussa
Rússia Soviética
Ucrânia Soviética
Bielorrússia Soviética
Poloneses comunistas
Comandantes
Józef Piłsudski
Tadeusz Rozwadowski
Edward Rydz-Śmigły
Władysław Sikorski
Symon Petliura
Leon Trotsky
Mikhail Tukhachevsky (Frente Ocidental)
Joseph Stalin (Front Lviv/Lwów)
Alexander Ilyich Yegorov (Frente Sudoeste)
Semyon Budyonny
Forças
~ 70 000 no início de 1919; 738 000 – 1 000 000 no verão de 1920 ~ 50 000 no início de 1919; ~ 950 000 em agosto de 1920
Baixas
47 000 mortos
113 518 feridos
51 351 aprisionados
67 000 – 70 000 mortos
80 000 – 157 000 aprisionados
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História

Durante 123 anos a Polônia ficou subjugada pelo Império Alemão, Monarquia de Habsburgo e Império Russo. Então, após a Primeira Guerra Mundial, os países vencedores (Tríplice Entente) decidiram restaurar a independência do país.[2][3][4][5][6]

Logo estourou a Revolta na Grande Polônia, na qual militares revoltam-se contra os alemães que ocupavam a parte oeste do país. Estes, sem condições para reprimir a revolta e com uma revolução socialista que deveria ser detida em seu país, retiraram as suas tropas da região.[2][3][4][5][6]

Finalmente a Polônia ressurgiu, proclamando a criação da Segunda República da Polônia, onde, pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha teve que entregar à Polônia a cidade portuária de Danzigue.[2][3][4][5][6]

A guerra

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Perspectiva
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Propaganda polonesa contra os bolcheviques

Na Rússia, desde a tomada do poder pelos bolcheviques, Vladimir Lênin desejava instaurar regimes socialistas em toda a Europa e, aproveitando as greves e revoltas comunistas na Alemanha, viu na conquista da Polônia uma ponte para que o Exército Vermelho pudesse vir em auxílio destes movimentos.[7]

Do lado polonês, a Guerra Civil Russa, de resultado ainda incerto, causava insegurança quanto às fronteiras orientais da Polônia. Józef Piłsudski, chefe de estado polonês, viu nesta instabilidade a oportunidade para expandir as fronteiras do jovem estado e, talvez, criar uma federação com a Ucrânia e os países do Báltico.[7]

Em 1919, o Exército Branco estava sofrendo vários reveses, os comunistas estavam vencendo a Guerra Civil Russa e, com os ânimos exaltados nas cidades alemãs desde a derrota na guerra e a abdicação do kaiser Guilherme II, os comunistas conseguiam se fortalecer. Lênin então ordenou a invasão da Polônia.

A Polônia então recrutou urgentemente novas tropas, comprou armas e enviou diplomatas para conseguir apoio de outros países e da Liga das Nações.[2][3][4][5][6]

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Avião polonês durante a Ofensiva de Kiev

A República Popular da Ucrânia, sob a liderança de Symon Petliura, decidiu apoiar os poloneses fornecendo apoio logístico além de aeródromos e estradas com o propósito de também expulsar os comunistas que haviam invadido a Ucrânia durante a Guerra Civil Russa para instalar uma república socialista. Os polaco-ucranianos conseguiram avançar e lançaram a Ofensiva de Kiev, num grande ataque para reconquistar a capital ucraniana e derrubar o governo comunista. Entretanto o ataque fracassou e logo as tropas polacas e ucranianas sofreram terríveis reveses.[2][3][4][5][6]

No campo diplomático, os poloneses conseguiram, apesar da insatisfação do primeiro-ministro britânico Lloyd George, o apoio do Reino Unido, que promoveu embargos econômicos à Rússia. A França também decidiu assinar uma aliança com os polacos e enviou o Exército Azul, comandado pelo general Joséf Haller, que continha oficiais franceses para auxiliar os polacos (dentre eles estava Charles de Gaulle). Além disso, vários soldados e pilotos de vários outros países também foram socorrer os poloneses.[2][3][4][5][6]

A jovem Polônia estava com dificuldades de receber as armas. A Hungria havia enviado uma grande quantidade de armamentos, mas a Tchecoslováquia recusava-se a permitir a passagem do material, que só foi feito de modo clandestino. A Polônia tentou aliar-se à Lituânia, mas esta preferiu se aliar aos bolcheviques, pois temia ser anexada futuramente pela Polônia, que desejava reconquistar os antigos territórios que pertenciam à República das Duas Nações, nos séculos XVII e XVIII. Isso ocasionou a Guerra polaco-lituana, e, apesar da perda da capital Vilnius para a Polônia, os lituanos conseguiram a sua independência e as relações diplomáticas entre os dois países só foi restabelecida em 1938.[2][3][4][5][6]

A Batalha de Varsóvia

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Józef Piłsudski

Em cinco semanas o exército polonês recuou cerca de 500 quilômetros, destroçando o moral da tropa e espalhando o pânico na sociedade. No início de agosto os russos capturaram Brest, atravessando o rio Bug e rompendo a penúltima linha de defesa na direção de Varsóvia.[2][3][4][5][6]

A Batalha de Varsóvia (13 a 25 de agosto de 1920) marcou o ponto de virada a favor das forças armadas polacas. O estadista e general Józef Piłsudski decidiu retirar as forças polacas para o rio Vístula e lá resistirem ao ataque soviético, com o apoio dos generais Władysław Sikorski e Joséf Haller que deveriam atacar o Norte por trás de Varsóvia e resistir entrincheirado ao ataque inimigo, respectivamente. Enquanto no centro, o exército de Piłsudski atacaria um ponto fraco descoberto pelo serviço de inteligência polaca que interceptou mensagens de rádio e as decodificou. O Exército Vermelho comandado pelo jovem general Mikhail Tukhachevsky avançava já cantando vitória, assim que conquistasse a Polônia, diziam eles, logo rumariam para a Alemanha, França, Inglaterra e toda a Europa. A Polônia apelou ao mundo declarando que só ela poderia impedir o avanço comunista, com isso conseguiu mais apoio.[2][3][4][5][6]

Quando os soviéticos chegaram ao rio Vístula, perto de Varsóvia, os poloneses de Piłsudski atacaram enquanto os de Haller resistiram aos soviéticos, depois de alguns dias, os polacos fecharam o cerco ao Exército Vermelho empurrando-o até a fronteira com a Prússia Oriental, onde esmagaram definitivamente os comunistas e afastaram a Europa do avanço revolucionário.[2][3][4][5][6]

Fim da guerra

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Representação na frente de batalha da guerra

Após a vitória em Varsóvia, também chamada de "Milagre no Vístula", os polacos retomaram a ofensiva reconquistando antigos territórios. Diante do fracasso, Lênin decidiu acabar com a guerra assinando o Tratado de Riga, que reconhecia a independência da Polônia. Entretanto, os polacos não conseguiram expulsar os bolcheviques da Ucrânia, que se tornou então uma república soviética, e Symon Petliura e os membros do antigo governo exilaram-se na França.[2][3][4][5][6]

A Polônia aumentou significativamente seu território, iniciando um período de rápido desenvolvimento. O marechal Józef Piłsudski tornou-se, em 1926, após um golpe de Estado, ditador. Adquiriu a simpatia do povo, que o chamava carinhosamente de Vovô ou O Marechal, tornando-se um herói polonês.[2][3][4][5][6]

Prisioneiros, crimes de guerra e outras controvérsias

De acordo com fontes citadas por Chwalba, dos 80 a 85 mil prisioneiros de guerra soviéticos, 16 a 20 mil morreram no cativeiro polonês. Dos 51 mil presos poloneses, 20 mil morreram. A prática de matar desproporcionalmente oficiais comissionados poloneses continuou na Segunda Guerra Mundial, quando uma série de execuções conhecidas como o massacre de Katyn ocorreu.[2][3][4][5][6]

A guerra e suas consequências resultaram em controvérsias, como a situação dos prisioneiros de guerra na Polônia e na Rússia e Lituânia soviéticas, tratamento da população civil, ou o comportamento de alguns comandantes, incluindo Semyon Budyonny, Hayk Bzhishkyan, Stanisław Bułak-Bałachowicz, e Vadim Yakovlev. Os pogroms relatados de judeus pelos militares poloneses fizeram com que os Estados Unidos enviassem uma comissão, liderada por Henry Morgenthau, para investigar o assunto.[8][9][10][11]

Desenvolvimento de uma estratégia militar

A Guerra polaco-soviética influenciou a doutrina militar polonesa; sob a liderança de Piłsudski, enfatizou a mobilidade das unidades de cavalaria de elite. Também influenciou Charles de Gaulle, que era um instrutor do exército polonês com uma patente de major e lutou em várias das batalhas, incluindo a Batalha de Varsóvia. Ele e Sikorski previram corretamente, com base em suas experiências durante a guerra, a importância da manobra e da mecanização na próxima guerra. Embora não tivessem conseguido convencer seus respectivos estabelecimentos militares a dar ouvidos a essas lições durante o período entre guerras, durante a Segunda Guerra Mundial, eles subiram ao comando de suas respectivas forças armadas no exílio.[12][13]

Consequências e legado

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Apesar da retirada final das forças soviéticas e da aniquilação de três exércitos de campo soviéticos, os historiadores não concordam universalmente sobre a questão da vitória. Lênin falou de uma grande derrota militar sofrida pela Rússia soviética. Sebestyen escreveu: "Os poloneses derrotaram e envergonharam fortemente o Estado soviético – um dos maiores reveses de Lênin". O conflito, no entanto, também é visto como uma vitória militar para a Polônia, juntamente com uma derrota política. Na Paz de Riga, a Polônia desistiu formalmente de suas ambições de ajudar a construir a Ucrânia e Belarus independentes. A Ucrânia ocidental e a Bielorrússia ocidental tornaram-se partes da Polônia, que reconheceu os dois países (geograficamente, suas partes central e oriental) como estados e dependências de Moscou. Os países idealizados por Piłsudski como membros da federação Intermarium liderada pela Polônia tinham, em vez disso, sob Lenin e Stalin, se incorporado à União Soviética.[2][3][4][5][6]

No outono de 1920, ambos os combatentes perceberam que não poderiam obter uma vitória militar decisiva. Internamente, o recém-restabelecido Estado polonês havia provado sua viabilidade, já que a esmagadora maioria de seu povo contribuiu para a defesa do país e se mostrou insensível aos apelos bolcheviques para se juntar à revolução. Quanto aos protagonistas, nenhum dos dois foi capaz de realizar seu objetivo principal. Para Piłsudski, era para recriar de alguma forma a República das Duas Nações. Para Lênin, causar a queda do edifício capitalista na Europa, facilitando processos revolucionários em Estados-chave da Europa Ocidental.[2][3][4][5][6]

Historiadores russos e poloneses tendem a atribuir a vitória a seus respectivos países. As avaliações externas variam principalmente entre chamar o resultado de vitória polonesa ou inconclusivo. Os poloneses reivindicaram uma defesa bem-sucedida de seu Estado, mas os soviéticos reivindicaram uma repulsa à invasão polonesa da Ucrânia e Belarus, que eles viam como parte da intervenção aliada na Guerra Civil Russa. Alguns historiadores militares britânicos e americanos argumentam que o fracasso soviético em destruir o Exército polonês acabou com as ambições soviéticas de revolução internacional.[2][3][4][5][6]

Andrzej Chwalba enumera uma série de maneiras pelas quais a vitória militar polonesa na realidade acabou sendo uma perda (o status quo fundamental – a existência soberana da Polônia – foi preservado). A percepção da Polônia como agressora prejudicou a reputação do país. Historiadores e publicitários, tanto no Ocidente como no Oriente, têm apresentado a política oriental do país em termos negativos, como irresponsável e aventureira. Em 1920 e suas consequências, provavelmente centenas de milhares de pessoas morreram sem qualquer ganho territorial ou político para a Polônia.[2][3][4][5][6]

Depois de assinar o armistício com a Polônia em outubro de 1920, os soviéticos transferiram tropas para a Crimeia e atacaram o istmo de Perekop. O Exército Branco de Pyotr Wrangel acabou derrotado lá. Em 14 de novembro, 83 000 soldados e civis foram evacuados a bordo de navios franceses e russos para Istambul (o governo britânico se recusou a fornecer qualquer assistência), enquanto 300 000 colaboradores brancos foram deixados para trás. O Exército Vermelho então desviou suas tropas para a região de Tambov, no centro da Rússia, para esmagar uma revolta camponesa antibolchevique.[2][3][4][5][6]

Em setembro de 1926, o Pacto de Não-Agressão Soviético-Lituano foi assinado. Os soviéticos renovaram seu reconhecimento da reivindicação lituana para a área de Vilnius. Em 1939, após a invasão soviética da Polônia, Stalin deu Vilnius à Lituânia. Em 1940, a Lituânia foi incorporada à União Soviética como uma república soviética. Este arranjo, interrompido pela ocupação alemã da Lituânia em 1941-44, durou até a restauração do Estado independente lituano em 1990. Sob a República Socialista Soviética da Lituânia, Vilnius tornou-se uma cidade dominada por lituanos étnicos.[14]

Após a invasão soviética da Polônia em setembro de 1939, a partição da Bielorrússia e da Ucrânia terminou em termos soviéticos. Após a Operação Barbarossa e a ocupação pela Alemanha nazista, a União Soviética retornou em 1944 e as duas repúblicas soviéticas recuperaram permanentemente o que havia sido o "Kresy" polonês de 1920 a 1939. Desde os ajustes pós-Segunda Guerra Mundial, as fronteiras das repúblicas permaneceram estáveis, exceto pela transferência da Crimeia em 1954 da RSFS russa para a RSS ucraniana. As fronteiras das repúblicas soviéticas foram preservadas como fronteiras da Bielorrússia e da Ucrânia independentes após a dissolução da União Soviética.[2][3][4][5][6]

Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o tema das fronteiras orientais da Polônia foi reaberto e discutido na Conferência de Teerã. Winston Churchill argumentou a favor da Linha Curzon de 1920 em vez da Paz de Riga, e um acordo entre os Aliados para esse efeito foi alcançado na Conferência de Yalta em 1945. Os Aliados Ocidentais, apesar de terem tratados de aliança com a Polônia e apesar da contribuição polonesa para a guerra, deixaram a Polônia dentro da esfera de influência soviética. Os Aliados permitiram que a Polônia fosse compensada pelas perdas territoriais no leste com a maior parte dos antigos territórios orientais da Alemanha. O arranjo pós-guerra imposto tornou-se conhecido por muitos poloneses como a traição ocidental.[2][3][4][5][6]

Do final da Segunda Guerra Mundial até 1989, os comunistas mantiveram o poder na Polônia, e a Guerra polaco-soviética foi omitida ou minimizada nos livros de história da Polônia e de outros países do bloco soviético, ou foi apresentada como uma intervenção estrangeira durante a Guerra Civil Russa.[15]

O tenente polonês Józef Kowalski foi o último veterano vivo da guerra. Ele foi condecorado com a Ordem da Polonia Restituta em seu 110º aniversário pelo presidente Lech Kaczyński da Polônia. Ele morreu em 7 de dezembro de 2013 com 113 anos.[16]

Ver também

Referências

  1. Davies, Norman Richard (2003) [1972]. White Eagle, Red Star: the Polish-Soviet War, 1919–20 New ed. New York: Pimlico / Random House Inc. ISBN 978-0-7126-0694-3
  2. Chwalba, Andrzej (2020). Przegrane zwycięstwo. Wojna polsko-bolszewicka 1918–1920 [The Lost Victory: Polish–Bolshevik War 1918–1920] (em polaco). Wołowiec: Wydawnictwo Czarne. ISBN 978-83-8191-059-0
  3. Czubiński, Antoni (2012). Historia Polski XX wieku [The History of 20th Century Poland] (em polaco). Poznań: Wydawnictwo Nauka i Innowacje. ISBN 978-83-63795-01-6
  4. Duraczyński, Eugeniusz (2012). Stalin. Twórca i dyktator supermocarstwa [Stalin: the creator and dictator of a superpower] (em polaco). Pułtusk-Warszawa: Akademia Humanistyczna im. Aleksandra Gieysztora. ISBN 978-83-7549-150-0
  5. Szczepański, Janusz (1995). Wojna 1920 na Mazowszu i Podlasiu [War of 1920 in Mazovia and Podolia)] (em polaco). [S.l.]: Wyższa Szkoła Humanistyczna / Gryf. ISBN 978-83-86643-30-1
  6. Davies, Norman. White Eagle, Red Star: the Polish-Soviet War, 1919–20 First ed. New York: St. Martin's Press, Inc. ISBN 0-7126-0694-7
  7. ZAMOYSKI, Adam. Varsóvia 1920. Record, Rio de Janeiro, 2013, p.15-24
  8. Joanna Beata Michlic, Poland's Threatening Other: The Image of the Jew from 1880 to the Present, University of Nebraska Press, 2006, ISBN 978-0-8032-3240-2
  9. Babel, Isaac (2002). 1920 Diary. Yale University Press. p. 84. ISBN 978-0-300-09313-1
  10. Chwalba, Andrzej (2020). Przegrane zwycięstwo. Wojna polsko-bolszewicka 1918–1920 [The Lost Victory: Polish–Bolshevik War 1918–1920] (in Polish). Wołowiec: Wydawnictwo Czarne. ISBN 978-83-8191-059-0
  11. Stanley S. Seidner, Marshal Edward Śmigły-Rydz Rydz and the Defense of Poland, New York, 1978, ch, 5.
  12. «Anna M». web.archive.org. 5 de fevereiro de 2012. Consultado em 12 de fevereiro de 2024
  13. Timothy Snyder, The Reconstruction of Nations: Poland, Ukraine, Lithuania, Belarus, 1569–1999, pp. 90–98.
  14. Marc Ferro, The Use and Abuse of History: Or How the Past Is Taught to Children, Routledge, 2004, ISBN 978-0-415-28592-6

Bibliografia

  • Cisek, Janusz (1990). Sąsiedzi wobec wojny 1920 roku. Wybór dokumentów. [Neighbors Attitude Towards the War of 1920. A collection of documents.] (em polaco). London: Polish Cultural Foundation Ltd. ISBN 978-0-85065-212-3
  • Davies, Norman Richard (2003) [1972]. White Eagle, Red Star: the Polish-Soviet War, 1919–20 New ed. New York: Pimlico / Random House Inc. ISBN 978-0-7126-0694-3
  • Sikorski, Władysław (1991) [1928]. Nad Wisłą i Wkrą. Studium do polsko–radzieckiej wojny 1920 roku [At Vistula and Wkra: Study of the Polish-Soviet War of 1920)] (em polaco) latest ed. Warsaw: Agencja Omnipress. ISBN 978-83-85028-15-4
  • Szcześniak, Andrzej Leszek (1989). Wojna polsko-radziecka 1918-1920 [Polish-Soviet War 1918–1920] (em polaco). Warszawa: Wydaw. Ośrodka Dokumentacji i Studiów Społecznych. ISBN 83-7012-045-8
  • Smele, J. D. (2015). The "Russian" Civil Wars 1916-1926. Ten Years That Shook the World. London: C. Hurst & Co. ISBN 9781849047210

Leitura adicional

Ligações externas

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