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As greves francesas em 2023 são uma série de greves gerais e manifestações organizadas no país desde 19 de janeiro por opositores à reforma previdenciária do governo da primeira-ministra, Élisabeth Borne, que dentre as medidas, planeja aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.[3][4] Entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a França é um dos países que seus trabalhadores passam o maior número de anos aposentados - tal benefício, conforme uma pesquisa realizada, grande parte da população francesa repudia perdê-la.[3][4] Nas palavras do presidente Emmanuel Macron, todavia, a reforma seria “vital” para garantir a viabilidade do sistema previdenciário.
Greves contra a reforma da previdência na França em 2023 | |||||||||||||
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Parte de protestos contra Emmanuel Macron | |||||||||||||
Manifestação em Paris no dia 19 de Janeiro de 2023 | |||||||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||||||
Protestantes antigoverno Sindicatos Lista
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Governo da França | ||||||||||||
Apoiado por: |
Apoiado por | ||||||||||||
Líderes | |||||||||||||
Liderança descentralizada (várias lideranças sociais) | |||||||||||||
Grupos envolvidos | |||||||||||||
Entre 1,2 e 2,8 milhões[2] |
No dia 19 de janeiro de 2023, marco inicial, 1,1 milhão de franceses foram às ruas e foram registradas manifestações em ao menos 9 cidades, incluindo Paris, Toulouse, Marselha, Nantes, Clermont-Ferrand, Montpellier, Tours, Nice, Lyon; além de fechar estações de metrô e pontos turísticos na França.[5] Após esta data, houve mais três grandes marcos de protestos: no dia 31 de Janeiro de 2023 - com cerca de 1,272 milhão de pessoas conforme o Ministério do Interior ou 2,8 milhões pelo sindicato CGT[6] - no dia 7 de Fevereiro - com 1,3 milhão pelo CGT[7] - e o mais recente, 11 de Fevereiro com 963 mil pessoas segundo o Ministério do Interior ou 2,5 milhões de pessoas conforme a junta intersindical organizadora do protesto.[8]
Entre as medidas da reforma da previdência propostas pelo governo da primeira-ministra Élisabeth Borne, está o aumento da idade da aposentadoria de 62 para 64 anos.[3][5] Esta medida renderia 17,7 bilhões de euros adicionais em contribuições anuais para pensões permitindo que o sistema se equilibrasse até 2027, conforme o Ministério do Trabalho do país. Porém, uma das principais críticas feitas pelos sindicados, manifestantes e partidos de esquerda e extrema-esquerda seria a retirada da França entre os países que mais passam anos aposentados da OCDE.[3] Em 2022, o país estava na 26º posição entre 44.[9]
Na visão destes sindicados, havia outras formas de atingir este resultado, como a tributação de bilionários ou pedir aos empregadores ou pensionistas abastados que contribuam mais.[3] Em uma pesquisa realizada pela Ipsos no dia 18 de Janeiro, 81% dos franceses consideravam uma reforma necessária, 61% rejeitavam a proposta e 58% apoiavam o movimento grevista.[10]
Em 19 de janeiro, o Ministério do Interior contabilizou 1,12 milhão de manifestantes, incluindo 80 000 em Paris.[2] Mais de 200 manifestações foram registradas no país.[11]
Pouco mais de um milhão de pessoas foram às ruas em Paris e outras cidades francesas como parte de protestos em todo o país contra propostas para aumentar a idade de aposentadoria.[12] Oito dos maiores sindicatos participaram da greve por reformas previdenciárias.[13] O Ministério do Interior francês afirmou que 80 000 manifestantes se reuniram nas ruas de Paris, onde pequenos números de manifestantes jogaram garrafas, pedras e fogos de artifício na tropa de choque.[13] Mais de 200 manifestações foram registradas no país.[11] Segundo os sindicatos, 2 milhões de pessoas participaram das manifestações, com 400 000 delas participando em Paris.[12]
Apesar das manifestações, Emmanuel Macron enfatizou que a reforma da previdência vai seguir em frente. Os sindicatos franceses declararam que novas greves e protestos seriam realizados em 31 de janeiro, em um esforço para interromper os planos do governo de aumentar a idade padrão de aposentadoria de 62 para 64 anos.[12] A nova lei aumentaria as contribuições previdenciárias anuais, de 41 para 43 pagamentos ao longo do ano.[14] Alguns voos saindo do aeroporto de Orly foram cancelados, enquanto o site da Eurostar relatou o cancelamento de muitas rotas entre Paris e Londres.Embora "alguns atrasos" tenham sido relatados no Aeroporto Charles de Gaulle, devido à greve dos controladores de tráfego aéreo, nenhum voo foi cancelado.[13]
Cidade | De acordo com a polícia | De acordo com os sindicatos |
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Paris[15] | 80 000 | 400 000 |
Marselha[16][17] | 26 000 | 140 000 |
Lyon[18] | 23 000 | 38 000 |
Toulouse[19][20] | 36 000 | 50 000 |
Nice[21][22] | 7 500 | 20 000 |
Nantes[23] | 40 000 | 75 000 |
Montpellier[24][25] | 15 000 | 25 000 |
Estrasburgo[26][27] | 10 500 | N/A
18 000 a 20 000 de acordo com fontes de mídia. |
Bordeaux[28][29] | 16 000 | 60 000 |
Lille[30] | 16 000 | 50 000 |
Outra manifestação é organizada em Paris no sábado, 21 de janeiro, planejada há muito tempo por estudantes e organizações juvenis.[31]
Manifestações organizadas por diferentes grupos aconteceram em outras cidades, como em Dinan,[32] Limoges[33] e Lyon.[34]
Manifestações foram organizadas em todo o país com transporte público, escolas e produção de eletricidade especificamente visados pelas greves. As emissoras públicas de televisão também foram afetadas pelas greves, com transmissões de notícias canceladas com música tocando em seu lugar.[35]
Segundo o sindicato CGT, 2,8 milhões de pessoas participaram dos protestos, enquanto o Ministério do Interior contabilizou 1,272 milhão de manifestantes.[2]
Cidade | De acordo com a polícia | De acordo com os sindicatos |
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Paris | 87 000 | 500 000 |
Marselha | 40 000 | 205 000 |
Lyon | 23 000 | 45 000 |
Toulouse | 34 000 | 80 000 |
Nice | 7 000 | 25 000 |
Nantes | 28 000 | 65 000 |
Montpellier | 25 000 | 30 000 |
Estrasburgo | 10 500 | 22 00 |
Bordeaux | 16 000 | 75 000 |
Lille | 15 000 | 70 000 |
Em 7 de fevereiro, um terceiro dia de protestos nacionais foi realizado após ser convocado pelo l'intersyndicale. Segundo a CGT, 400 000 pessoas se manifestaram em Paris, menos 100 000 do que no dia 31 de janeiro. No total, mais de 2 milhões de grevistas participaram de manifestações de acordo com a CGT, enquanto a polícia estima que cerca de 757 000 grevistas participaram dos protestos.[36]
No dia 11 de fevereiro, foi realizado o quarto dia de protestos nacionais. Segundo a CGT, mais de 2 500 000 manifestantes participaram das manifestações, um aumento de 500 000 em relação a 7 de fevereiro, o Ministério do Interior, por sua vez, afirma que 963 000 protestaram, um aumento de mais de 200 000 em relação a 7 de fevereiro. Em Paris, mais de 500 000 pessoas se manifestaram contra a reforma de acordo com a CGT, enquanto 93 000 se manifestaram de acordo com a prefeitura. O Intersindical convocou greves recorrentes a partir de 7 de março.[37]
Em 16 de fevereiro, os manifestantes se juntaram a novos comícios e greves. Os sindicatos afirmaram que cerca de 1,3 milhão de pessoas participaram em todo o país, número mais baixo desde o início dos movimentos de protestos em 19 de janeiro. O Ministério do Interior colocou o número de manifestantes em 440 000, abaixo dos quase um milhão presentes no sábado (11 de fevereiro). No dia, 30% dos voos Aeroporto de Paris-Orly foram cancelados.[38]
No início de março, os trens em todo o país continuaram afetados por greves e protestos. Acredita-se que 1,1 a 1,4 milhão de pessoas estejam participando de mais de 260 protestos em todo o país. Como parte do protesto, sindicalistas impediram a entrega de combustível, com a intenção de prejudicar a economia francesa.[39]
No dia 11 de Março, sétimo dia de manifestações, as greves em andamento afetaram refinarias, transporte público e coleta de lixo. Dois dias depois, no dia 13, estimava-se que 5 600 toneladas de lixo se acumulavam nas ruas da capital, Paris, de acordo com a prefeitura.[41] Além da coleta de lixo, trabalhadores das três incineradores da cidade, também aderiram às as greves.[42]
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