Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro
prêmio brasileiro da indústria cinematográfica entregue pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro (anteriormente conhecido como Grande Prêmio do Cinema Brasileiro) é uma importante premiação do cinema brasileiro. Concedido anualmente pela Academia Brasileira de Cinema, com o intuito de reconhecer os melhores filmes e destacar a excelência dos profissionais em diversas especialidades da indústria cinematográfica. A cerimônia é atualmente transmitida pelo Canal Brasil.
Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro | |
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Estatueta do Grande Otelo | |
Descrição | Excelência em cinema |
País | Brasil |
Primeira cerimónia | 12 de setembro de 2002 |
Apresentação | Academia Brasileira de Cinema |
Página oficial |
Ao longo de sua história, o prêmio contou com diferentes patrocinadores em seu nome. Em 2002, o evento contou com o apoio da BR Distribuidora, tendo o nome "BR" incorporado ao título da premiação naquele ano. No ano seguinte, o prêmio foi realizado sem patrocinador. Em 2004, a TAM Airlines (atual LATAM Airlines Brasil) assumiu o patrocínio, adicionando "TAM" ao nome do prêmio. Entre 2008 e 2009, o patrocínio foi fornecido pela Vivo. Desde 2010, o prêmio não conta com patrocínio de empresas em sua nomenclatura.
Em novembro de 2023, a premiação foi oficialmente renomeada para Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro, em homenagem ao ator Grande Otelo. A mudança passou a vigorar a partir de sua 23.ª edição.[1]
História
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Perspectiva
Antecedentes
Após um decreto do governo do presidente Fernando Collor de Mello que aboliu o apoio governamental à produção cinematográfica, o início da década de 1990 foi marcado por uma drástica redução na produção de filmes no Brasil. Em 1991, apenas 1% dos filmes exibidos no país eram nacionais e, no ano seguinte, apenas três filmes brasileiros foram lançados.[2]
Com o impeachment de Collor em 1992, o cenário começou a mudar. Em 1993, o governo instituiu incentivos fiscais para a produção cinematográfica, dando início à chamada Retomada do Cinema Brasileiro, que marcou o renascimento das produções audiovisuais nacionais. Em 1998, filmes brasileiros representavam 5% das produções exibidas nos cinemas.[3]
Como parte dos esforços para fortalecer o cinema nacional, o Ministério da Cultura criou, em novembro de 1999, o Grande Prêmio Cinema Brasil, com 16 categorias e um prêmio especial. O objetivo era reconhecer obras e personalidades do setor audiovisual e fomentar o crescimento da indústria, buscando aumentar a audiência de filmes nacionais. A meta estabelecida era que, até 2002, 20% dos filmes exibidos no Brasil fossem produzidos no país.[4]
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA), fundada em 20 de maio de 2002 e sediada no Rio de Janeiro, foi criada visando promover, discutir e fortalecer o cinema brasileiro como manifestação artística e setor industrial. Entre suas principais atribuições estava a instituição de uma premiação nacional, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, voltado a reconhecer a excelência na produção cinematográfica do país. Atualmente, a Academia conta com mais de 300 membros.[5]
A primeira edição do prêmio ocorreu em 12 de setembro de 2002, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob o nome de Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro, em alusão ao patrocínio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.[6][5] O grande destaque da cerimônia inaugural foi o filme Bicho de Sete Cabeças, dirigido por Laís Bodanzky, que conquistou sete prêmios.[7][8]
Em 2003, com o encerramento do patrocínio da BR, a cerimônia foi financiada por recursos de exibidores e distribuidores.[9] Nessa edição, o filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, foi o principal vencedor, levando seis prêmios, incluindo o de Melhor Filme de Ficção.[10]
A partir de 2004, a premiação passou a se chamar Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro, após a assinatura de um contrato de patrocínio com a companhia aérea TAM (atual LATAM Airlines Brasil), válido por quatro anos.[11][12]
Após o término do patrocínio da TAM em 2008, a premiação contou com o apoio da companhia de telecomunicações Vivo nas edições de 2008 e 2009.[13][14] A partir de 2010, a premiação deixou de associar nomes de patrocinadores à sua nomenclatura, mantendo-se apenas como Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.[15]
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Em 2019, a 18.ª edição foi realizada pela primeira vez fora do Rio de Janeiro, ocorrendo no Theatro Municipal de São Paulo, na capital paulista.[16][17]
Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro
Em novembro de 2023, a ABCAA anunciou a mudança oficial do nome da premiação para Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro, em homenagem ao ator Grande Otelo, um ícone do cinema nacional.[18][19] A 23.ª edição, em 2024, ocorreu já sob a nova denominação.[20]
A estatueta
O prêmio é representado por uma estatueta banhada a ouro que retrata um cavaleiro segurando uma espada sobre um pedestal, criada em homenagem ao ator brasileiro Grande Otelo. Originalmente, desde a primeira edição, o troféu tinha um design abstrato, composto por uma esfera preta sobre um suporte entreaberto, embora já levasse o nome do artista.[21]
Em 2015, no ano do centenário de nascimento de Grande Otelo, a Academia Brasileira de Cinema decidiu reformular o prêmio para refletir as feições de seu homenageado. O novo desenho foi criado pelo cartunista Ziraldo, que convidou o escultor Altair Souza para dar forma à peça. A estatueta atual representa um tributo visual mais direto à memória e à contribuição do ator para o cinema brasileiro.[22]
Sistema de votação
O prêmio caracteriza-se por ser uma premiação na qual os próprios profissionais da indústria cinematográfica têm a responsabilidade de votar, promovendo o reconhecimento mútuo e celebrando os talentos do setor.[5]
Desde 2004, o processo de votação ocorre de forma online, por meio do site oficial da Academia. Cada sócio recebe uma senha eletrônica individual para participar. A apuração dos votos é realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC), renomada empresa de auditoria que também supervisiona o processo de votação do Óscar.[5]
A seleção ocorre em duas etapas. Na fase inicial, os membros do Conselho Acadêmico da Academia votam eletronicamente em uma cédula contendo a lista completa de todos os concorrentes. Os cinco mais votados em cada categoria avançam para a etapa final. Em seguida, os mesmos membros votam para definir os vencedores entre os indicados.[5]
A votação é realizada secretamente em ambas as etapas, e a apuração é conduzida pela PwC, que mantém os resultados em sigilo até o momento da cerimônia. Os nomes dos vencedores são revelados apenas durante o evento, quando os envelopes lacrados são abertos ao vivo no palco.[5]
Edições
Categorias
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Perspectiva
Atualmente as categorias que compõe e comporão a premiação são:[5]
Prêmios atuais
Longa-metragem
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Outros
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Prêmios retirados
- Melhor Edição de Som (2002)
- Melhor Filme Feito Para Celular (2008–2009)
- Melhor Longa-Metragem Estrangeiro (2002–2023)
- Melhor Montagem de Documentário (2008–2022)
- Melhor Montagem de Filme (2008–2022)
- Melhor Roteiro (2002)
- Melhor Série de Ficção na TV Aberta (2020–2022)
- Melhor Série de Ficção na TV Paga/OTT (2020–2022)
- Melhor Som Direto (2002)
- Melhor Trilha Sonora Original (2009–2019)
Estatísticas
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Perspectiva
Conforme informado pela Academia Brasileira de Cinema, os prêmios concedidos em 2000 e 2001, organizados pelo Ministério da Cultura, não são reconhecidos como parte da premiação oficial da Academia. O troféu Grande Otelo começou a ser entregue em 2002 e segue sendo concedido anualmente desde então até o presente ano.[5]
Filmes mais premiados
Ano | Filme | Indicações | Prêmios | Categorias que venceu |
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2012 | O Palhaço | 13 | 11 | Melhor Longa-metragem de Ficção, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Montagem de Ficção e Melhor Trilha Sonora Original |
2007/2008 | Tropa de Elite | 13 | 9 | Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Maquiagem, Melhor Montagem de Ficção, Melhor Som e Melhor Longa-metragem de Ficção (Voto Popular) |
2011 | Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro | 16 | 8 | Melhor Longa-metragem de Ficção, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Som e Melhor Montagem de Ficção |
2017 | Elis | 12 | 8 | Melhor Atriz, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Montagem de Ficção, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora Original |
2023 | Marte Um | 13 | 8 | Melhor Longa-metragem de Ficção, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Som e Melhor Montagem |
Atores e atrizes mais premiados
Dois atores e três atrizes receberam três ou mais prêmios de categorias relacionadas a atuação.
Artista | Prêmios | Filmes pelos quais foram premiados | ||||
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Selton Mello | 4 | Lisbela e o Prisioneiro (2004) Meu Nome Não É Johnny (2009) O Palhaço (2012; como melhor ator e diretor) | ||||
Dira Paes | 3 | À Beira do Caminho (2013) Veneza (2022) Pureza (2023) | ||||
Laura Cardoso | 3 | Copacabana (2002)* O Outro Lado da Rua (2005)* De Onde Eu Te Vejo (2017)* | ||||
Leandra Leal | 3 | Nome Próprio (2009) Boca (2013)* O Lobo Atrás da Porta (2015) | ||||
Wagner Moura | 3 | Tropa de Elite (2007/2008) Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro (2011) Serra Pelada (2014)* | ||||
(*) Prêmio de ator ou atriz coadjuvante/secundário. |
Notas
Ligações externas
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