Coração (região histórica)

região histórica do Grande Irão e província dos califados árabes Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Coração (região histórica)

O Antigo ou Grande Coração[1] (também Khorasan[2], Corasão, Corassã,[3] Corassam[4][5] e Coraçone;[6] em persa: خراسان بزرگ or خراسان کهن, transliterado como Khorasan em muitas líguas europeias) é uma região histórica da Pérsia. Englobava partes dos atuais Irã, Afeganistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão.[7]

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Mapa da antiga Pérsia mostrando Coração e algumas de suas principais cidades: Herate, Bactro e Marve

Os limites geográficos de Coração, cujo nome em persa Khorasan significa "terra do oeste"[8] ou "terra do sol",[7] sempre foram imprecisos. Na época do Império Sassânida, Coração foi uma das quatro províncias do império e incluía, entre outros, os distritos de Nixapur e Tus (hoje no Irã), Bactro e Herate (hoje no Afeganistão), Marve (no Turcomenistão), e Bucara (no Usbequistão).[9] Porém, no passado o nome chegou a ser usado para uma área maior no oeste da Pérsia (Irã), que se estendia do rio Oxo (Amu Dária) e Transoxiana ao norte[8] até o mar Cáspio a oeste, passando pelos desertos do centro do Irã[7] e Bamiã, no Indocuche.[9] Geógrafos árabes estendiam seu território até a antiga Índia,[7] talvez até o vale do rio Indo, no atual Paquistão.[9]

De província sassânida, Coração passou a ser uma província árabe após a conquista da região pela dinastia omíada em 651-652.[7][8] No século VIII, a região foi o centro de uma exitosa revolta contra os omíadas, liderada por Abu Muslim, que foi um passo na conquista do poder do califado pela dinastia abássida.[10] Nos séculos seguintes, Coração foi incorporada a vários reinos da Ásia Central como os safáridas, samânidas, gasnévidas, seljúcidas, corásmios, gúridas e timúridas.[7]

Em 1881, definiram-se as fronteiras de Coração como província a leste do Irã moderno. Essa grande província foi, em 2004, subdividida em três: Coração do Norte, Coração do Sul e Coração Razavi.

Ver também

Referências

  1. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda.
  2. Visconde de Lagoa. Glossário Toponímico da Antiga Historiografia Portuguesa Ultramarina. Parte I - Ásia e Oceania. Ministério do Ultramar. Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, 1953, pp. 33, 239.
  3. II Simpósio dos Professôres Universitários de História: anais. [S.l.]: Faculdade de Filosofía da Universidade do Paraná, Associação dos Professôres Universitários de História. 1962
  4. Abreu, Guilherme de Vasconcellos (1885). A literatura e a religião dos árias na Índia. [S.l.]: Guillard, Aillaud
  5. Souza, José Antônio de C. R. de (30 de dezembro de 1998). «Marsílio de Pádua sobre a Translação do Império». Veritas (Porto Alegre). 43 (3). 703 páginas. ISSN 1984-6746. doi:10.15448/1984-6746.1998.3.35433
  6. Paulo, Correia (Verão de 2021). «Coraçone, d'As Mil e Uma Noites ao Estado Islâmico» (PDF). A folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 20 de setembro de 2021
  7. «Khorasan». Encyclopædia Britannica Online. Consultado em 22 de outubro de 2011
  8. M. A. Shaban. The Abbasid Revolution. CUP Archive, 1979. ISBN 0521295343
  9. H. A. R. Gibb. The Encyclopaedia of Islam, Parts 79-80. Brill Archive, 1979
  10. ABŪ MOSLEM ḴORĀSĀNĪ. Encyclopaedia Iranica Online
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