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fuzil francês Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Tabatière ou Snider-Tabatière é um fuzil francês por retrocarga desenvolvido em 1864, baseado no mecanismo de agulha criado pelo americano Jacob Snider. O nome "Tabatière" se deve ao fato do sistema de retrocarga da arma, quando aberto, se assemelhar a uma Tabaqueira, em francês Tabatière.[1]
Na segunda metade do século XIX, para reduzir os seus gastos com a defesa, os países que possuíam capacidade industrial militar procuraram transformar seus velhos fuzis de antecarga (carregamento pela boca) em armas de retrocarga, especialmente após a arrasadora vitória prussiana na Guerra Austro-Prussiana de 1866, que provou a clara superioridade dos fuzis de retrocarga prussianos Fuzil Dreyse frente aos fuzis estriados austríacos Lorenz ainda de antecarga.
A Grã-Bretanha converteu os mosquetes estriados "Pattern 1853 Enfield", que se encontravam entre as melhores armas de carregamento pela boca da época, adaptando-os ao sistema desenvolvido pelo americano Jacob Snider. O resultado, o Snider-Enfield, triplicou a velocidade de disparo e se converteu na principal arma do exército britânico até ser substituído pelo fuzil Martini–Henry em 1874. Do mesmo modo a França converteu seus fuzis Minié para o "sistema Snider", resultando no fuzil Tabatière. Os fuzis Tabatière tiveram vida curta no exército francês, já que foram rapidamente preteridos pelos Chassepot, com melhor desempenho.
O sistema Tabatière foi desenvolvido a partir de 1864 como uma forma de converter várias armas de carregamento pela boca (geralmente rifles Minié) em armas de carregamento pela culatra, em um processo semelhante ao do Snider-Enfield na Grã-Bretanha ou do Springfield Model 1866 nos Estados Unidos Estados.[1]
A maior parte do trabalho de conversão foi realizado na época da Guerra Franco-Prussiana.[1] Em julho de 1870, cerca de 358.000 fuzis foram convertidos, enquanto 1,4 milhão de fuzis por antecarga permaneceram em sua configuração original.[2]
Em 1867 foi criada uma nova versão do fuzil Tabatière, o "Tabatière modèle 1867".[3]
O fuzil Tabatière é uma arma convertida de calibre muito grande (17,8 mm), e devido a isso, a área atrás do bloco da culatra tem um recorte acentuado para permitir a extração do grande cartucho. A maioria deles foi convertida durante a Guerra de 1870-71, os receptores e blocos da culatra são freqüentemente vistos em bronze ao invés de ferro. Já o cão, tem um formato inconfundível, tornando praticamente impossível não reconhecer um fuzil Tabatière, acima de quaisquer outras características.[4]
A munição era um cartucho de fogo central semelhante a um cartucho de espingarda calibre 12 encurtado. Tinha corpo de papelão azul e base de latão, com 52 mm de comprimento (38 mm de estojo) e comportava uma bala de 17,7 mm de diâmetro até o modelo de 1866 e 18 mm de diâmetro no modelo de 1867; o modelo original do fuzil, de 1874, usava uma versão mais curta do cartucho, com estojo de 32 mm, e todo em latão.[5] Este sistema de armas foi reconhecido como balisticamente inferior ao fuzil Chassepot, portanto, era usado por tropas da segunda linha e em funções defensivas.[1]
Os fuzis Tabatière são comumente encontrados hoje como "armas Zulu", depois que os fuzis foram convertidos em espingardas e vendidos a preços baixos no início do século XX.
Sobre a situação do material na eclosão da guerra de 1870, encontramos os seguintes números no relatório: Em 1º de julho de 1870, o material consistia em 10.111 canhões, 7.323 armas, 17.854 "Protzwageii", 9.387 caixas de munição, 3.350.000 fuzis, dos quais 1.053.000 Chassepots, 358.000 Tabatière e 1.400.000 "Pistongewehre" nas mãos do inimigo: 7.234 canhões, 665.327 Chassepots e 500.000 fuzis dos modelos mais antigos.
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