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As fortificações de Macau localizam-se na foz do rio das Pérolas, atual Região Administrativa Especial de Macau, na República Popular da China.
Destinadas à defesa daquele antigo território português no Extremo Oriente, subordinado ao Estado Português da Índia, o seu conjunto fazia da península de Macau e sua povoação uma autêntica praça-forte.
Os portugueses iniciaram os seus contatos com a China em 1513, quando Jorge Álvares, por determinação do primeiro capitão de Málaca, Rui de Brito Patalim, se dirigiu às costas da China em viagem exploratória, tendo aportado à ilha de Tamão (atual Lin-Tin).
Em 1515 um segundo contato teve lugar, graças a uma missão comercial chefiada por Rafael Perestrelo. Nesse mesmo ano, sob o comando de Fernão Peres de Andrade, partiu de Lisboa a primeira frota com a missão de iniciar relações diplomáticas e comerciais com aquele país, que alcança em 1517. Como resultado, são estabelecidas relações amistosas que culminaram na fundação da feitoria portuguesa de Lampacau, numa ilha no estuário do rio das Pérolas. O governo imperial da China não permitia que estrangeiros erguessem fortificações em seus domínios, e a primeira tentativa de fortificação dessa feitoria foi malograda.
A abertura de comércio regular com o Japão, iniciado pelos portugueses em 1542, favoreceu os mandarins de Cantão. Assim, em 1554 o capitão Leonel de Souza assinou um tratado de paz, amizade e comércio, com o Hai-Tan daquela cidade, remontando a este período os primeiros contatos com Macau, nome que deriva da sua designação local por mercadores e marinheiros: "A-Ma-Gau", isto é, "Porto da Deusa A-Ma". A cessão de Macau aos portugueses pelos mandarins locais foi confirmada pelo Imperador da China, Chi-Tsung e ratificada pelo seu sucessor Mo-Tsung. Uma tradição refere-se que a cessão deste território derivou dos portugueses terem eliminado a pirataria da região do delta de Cantão, em 1557.
A pequena feitoria da "Povoação do nome de Deus de A-Ma-Cau da China", à época não passava de um simples bairro comercial, defendido apenas por uma porta fortificada erguida em 1573 - a chamada Porta do Cerco -, que controlava o acesso de visitantes ao continente, em território chinês.
A fortificação de Macau iniciou-se apenas no contexto da Dinastia Filipina, já no alvorecer do século XVII, diante da ameaça crescente materializada pela ação da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, nomeadamente os ataques de 1604, 1622 e 1627. António Bocarro, à época, descreveu a cidade com um conjunto de obras de fortificação recém-edificadas, distribuídas de maneira orgânica, de modo a tirar vantagem da topografia. A sua principal peça defensiva era a Fortaleza de São Paulo do Monte, secundada pela Fortaleza de Nossa Senhora da Guia.
Após a Restauração da Independência, o enclave manteve-se fiel a Portugal, o que lhe valeu a divisa outorgada pelo novo soberano: "não há outra mais leal". No contexto da Guerra da Restauração o conjunto era integrado pelas seguintes fortificações:
Macau desempenhou papel fundamental nas relações entre o Ocidente e a China por ter sido, até 1685, o único porto aberto por este império ao comércio exterior, o que transformou Macau, por mais de um século, no centro do tráfego marítimo e comercial e de intercâmbio de culturas entre o Ocidente e o Oriente.
No período entre 1685 e 1845, funcionou como residência de todos os estrangeiros que se relacionavam com a China, incluindo os diplomatas credenciados em Pequim. Esta etapa encerrou-se com as Guerras do Ópio a partir de 1844, quando foram abertos ao comércio internacional os portos de Cantão, Amói, Fuchou, Ningpo e Xangai.
A traça das estruturas militares de Macau inspirou as autoridades chinesas no projeto e construção das próprias fortificações na sua extensa linha costeira.
Atualmente encontram-se classificadas pelo Decreto-Lei nº 34/76/M de 7 de Agosto as seguintes estruturas:
Nenhuma das demais fortificações de Macau sobreviveu até aos nossos dias, delas existindo apenas vestígios. O Forte da Taipa, na ilha de mesmo nome, foi reconstruído e é utilizado como esquadra policial. Do Forte do Bom Parto, junto ao mar, restam apenas as fundações sob o antigo Hotel Bela Vista. No local do antigo Forte da Penha ergue-se atualmente o Paço Episcopal. O Forte de D. Maria, por sua vez, dá o nome a uma conhecida curva do circuito da Guia, no Grande Prémio de Macau.
Das primitivas muralhas da cidade, restam apenas alguns troços atrás do ex-Hotel Bela Vista e na Colina de São Januário.
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