A Taurus Armas (ou simplesmente Taurus, anteriormente denominada como Forjas Taurus) é uma fabricante de armas de fogo brasileira sediada na cidade de São Leopoldo, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil.[2] Fundada em 1939 na cidade de Porto Alegre, a Taurus hoje é a maior fabricante de armas de fogo do Brasil, tendo fabricado cerca de 260 mil armas somente nos três primeiros meses de 2020[3] e mais de 1,4 milhão em 2021, apenas no Brasil.[1]

Factos rápidos
Taurus Armas
Taurus Armas
Razão social Taurus Armas S.A.
sociedade anônima
Slogan Compromisso com a excelência
Cotação B3: TASA3, TASA4
Atividade defesa e segurança
Fundação 17 de novembro de 1939 (85 anos)[1]
Sede Brasil São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil
Área(s) servida(s) Mundo
Presidente Salesio Nuhs[1]
Empregados
Produtos armas de fogo
capacetes
contêineres plásticos
coletes balísticos
Produção +2 250 000 (2021)[1]
Valor de mercado Aumento R$2.88 bilhões (2021)[1]
Ativos Aumento R$2.09 bilhões (2021)[1]
Lucro Aumento R$635,1 milhões (2021)[1]
LAJIR Aumento R$973,5 milhões (2021)[1]
Faturamento Aumento R$3.44 bilhões (2021)[1]
Website oficial taurusarmas.com.br
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Atualmente, é a maior exportadora de armas de fogo estrangeira para o mercado estadunidense, superando a fabricante austríaca Glock.[4] Ela também exporta seus produtos para mais de 70 países e emprega mais de 3.200 funcionários.[1][5][6]

História

Fundação e primeiros anos

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Taurus 82, modelo baseado no Smith & Wesson 10

Havia uma grande tensão no Brasil antes da Segunda Guerra Mundial estourar. O presidente Getúlio Vargas nesta época, incentivava a indústria metalúrgica a se preparar para iniciar a produção de armas, explosivos e material bélico, caso o conflito se iniciasse.

Estes incentivos estimularam um grupo de empresários composto pelos amigos João Kluwe Júnior, Ademar Orlando Zanchi, Oscar Henrique Purper, Eugênio Ervin Hausen, Herbert Müller e João Guilherme Wallig a se unirem e fundarem as Forjas Taurus, no ano de 1939. A empresa encomendou seus primeiros equipamentos diretamente da Alemanha, porém, com o início da guerra, não se pode mais importar as máquinas. Devido as limitações para conseguir maquinário e aço, a empresa construiu seus próprios equipamentos, máquinas, fornos de gaseificação e começou a operar.[7]

Em 1942, a Taurus lançava seus primeiros revólveres e sete anos mais tarde, em 1949, a empresa tornou-se uma sociedade anônima.[7][8]

Em 1950, foi inaugurada sua fábrica e antiga sede em Porto Alegre, ficava localizada na Avenida do Forte, 511.[8][9] Na década de 60, com o aumento de sua estrutura e capacidade de produção, a Taurus passou a exportar parte de sua produção, exportando suas primeiras armas para os Estados Unidos a partir de 1968.[10]

Crescimento

Em 1970, a Bangor Punta Corporation comprou 51% das ações da Taurus, na época, a companhia era a dona da Smith & Wesson e a aquisição permitiu uma troca de tecnologia e designs entre as duas fabricantes.[11] Na mesma época, a Taurus incorporou a fabricante de ferramentas inglesa Ifesteel, e com isso, as Forjas Taurus mudaram de razão social para Taurus Ferramentas Ltda., passando também a fabricar ferramentas e acessórios. Em 1977, a Taurus foi comprada pela Polimetal e iniciou seu processo de expansão.[7]

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Taurus PT 99 da primeira geração

Em 1980, a Taurus comprou a filial brasileira da fabricante de armas italiana Beretta, cuja fábrica ficava em São Paulo - seis anos antes, a Beretta instalou esta fábrica no Brasil para fabricar as pistolas Beretta 92 e submetralhadoras M12 como parte de um contrato com o Exército Brasileiro.[12] Com a venda da fábrica, o maquinário e as patentes originais das armas fabricadas ali passaram a pertencer a Taurus, que desenvolveu suas pistolas PT92 e PT51 baseadas nos projetos antigos da Beretta.[10]

Um ano depois, em 1981, era fundada a Taurus International Manufacturing Inc. (TIMI) em Miami, na Flórida, passando a representar e distribuir as armas da Taurus no mercado norte americano, já em 1983, era criada a Taurus Blindagem, empresa fabricante de coletes balísticos, capacetes e escudos. A empresa foi pioneira no uso de Kevlar para fabricação de seus produtos no Brasil.[7]

Ainda na década de 80, a Taurus iniciou a produção do revólver modelo 85, um dos revólveres da marca de maior sucesso comercial até hoje. Também começou a representar no Brasil e fabricar alguns modelos de armas de pressão da espanhola Gamo.[carece de fontes?]

Entre meados da década de 90 e início dos anos 2000, a Taurus lançou diversos modelos de arma, como as pistolas PT 940, PT 24/7, a linha de pistolas Millennium e os revólveres Raging Bull, Tracker e Judge. Em 1997, fechou um acordo estratégico com a Rossi e assumiu os direitos de produção exclusiva dos revólveres da fabricante.[13]

No ano de 2004, fechou parceria com a fabricante de ferramentas Famastil e abriu uma fábrica em Gramado, no estado do Rio Grande do Sul para produzir as ferramentas da marca Taurus.[14] Em 2008, comprou e assumiu a produção de armas longas da Rossi, passando a fabricar rifles, carabinas e espingardas também, além de possuir os direitos e a licença da marca Rossi para a fabricação de armas de fogo.[13]

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Logotipo da Taurus utilizado até 2017, quando foi substituído pelo atual

Em 2012, a Taurus comprou a fabricante de armas estadunidense Heritage Manufacturing.[15]

Nova Taurus

Em 2015, com a aprovação do CADE, a Companhia Brasileira de Cartuchos passou a controlar 52,67% das ações da Taurus. Após a aquisição, muitas mudanças internas começaram. Em 2019, a Taurus anunciou a mudança de sua razão social de "Forjas Taurus S.A." para "Taurus Armas S.A." devido a mudança do seu setor de atuação, passando a produzir exclusivamente armas de fogo e acessórios.[16] Com isto, a Taurus alterou seus tickers de negociação na B3 que eram FJTA3 e FJTA4 para TASA3 e TASA4.[17]

Ainda em 2019, anunciou a mudança da sede da Taurus International Manufacturing Inc. para a cidade de Bainbridge, na Georgia.[10] Em 2020, a Taurus anunciou que transferiria a produção das pistolas TS9 Striker para sua filial nos Estados Unidos,[18] também anunciou uma parceria com a metalúrgica Joalmi para a produção de acessórios e carregadores de armas de fogo.[19]

Atualmente possui 3 plantas industriais, sendo duas situadas no Brasil, no Rio Grande do Sul e no Paraná e outra em Bainbridge, nos Estados Unidos.[1]

Produtos

Pistolas

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Pistola Taurus PT 140 Millennium Pro
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Revólver Taurus Tracker

Revólveres

Frame pequeno

  • Taurus 327
  • Taurus 431
  • Taurus 405
  • Taurus 445
  • Taurus 605
  • Taurus 606
  • Taurus CIA (modelos 650 e 850)
  • Taurus Protector (modelos 651 e 851)
  • Taurus 85 (modelos 856 e 85 Ultralite)
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    Revólver Taurus 85 Ultralite
  • Taurus 731
  • Taurus 73
  • Taurus 905
  • Taurus 94
  • Taurus 941

Frame compacto

  • Taurus 617
  • Taurus 817

Frame médio

  • Taurus 82
  • Taurus 65
  • Taurus 66
  • Taurus 669
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    Revólver Taurus 669

Frame grande

Linhas de revólveres

Modelos Rossi

  • Rossi 971
  • Rossi R46102
  • Rossi R35102
  • Rossi R85104
  • Rossi R46202
  • Rossi R35202
  • Rossi R97206
  • Rossi Circuit Judge (carabina)
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    Espingarda Rossi-Taurus Circuit Judge em calibre 36 (.410)

Submetralhadoras

  • Taurus SRT

Rifles

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Fuzil de assalto Taurus T4

Controvérsias

  • Na década de 90, a Taurus teria desenvolvido uma pistola semiautomática nos moldes da Ruger Mark II em calibre .22 Long Rifle com o objetivo de ser uma pistola para atiradores esportivos. Este modelo teria sido apresentado em uma edição da SHOT Show em Las Vegas e anunciado nos catálogos e peças publicitárias da Taurus para o ano seguinte. Porém, supostamente devido a pressão da concorrente Ruger e um possível acordo fechado com a empresa, a Taurus cancelou o projeto e o retirou de todas suas peças publicitárias sem dar maiores explicações.[carece de fontes?]
  • Em 2015 nos Estados Unidos, a Taurus convocou um recall de diversos modelos de pistolas fabricados entre 1997 e 2013 devido a falhas identificadas no sistema de trava do armamento, dentre estas armas estavam todos os modelos da série Millennium, a PT 609, PT 640 e PT 24/7.[20] A Taurus foi obrigada pela justiça a pagar 200 dólares como compensação para cada comprador devido as falhas detectadas nas armas, totalizando cerca de 30 milhões de dólares. Os processos que resultaram nesta decisão começaram a surgir após incidentes envolvendo disparos acidentais com armas travadas que resultaram em lesões e mortes de diversos usuários de pistolas Taurus.[21]
  • No Brasil, a mesma situação ocorria, desta vez colocando em risco centenas de policiais e agentes de segurança pública que utilizavam armas da Taurus. Os policiais, agentes penitenciários e civis vítimas de acidentes envolvendo armas da Taurus fundaram a associação "Vitimas da Taurus" para entrar com uma ação coletiva contra a fabricante.[22] Em 2016, o Exército chegou a proibir a fabricação das pistolas PT 840 e a PT 24/7 e suas variantes devido aos defeitos de fabricação e de projeto encontrados.[23] Em 2019, a Polícia Militar do Distrito Federal recolheu cerca de 12 mil pistolas PT 24/7 devido as falhas identificadas no sistema de trava de segurança, disparos acidentais e disparos em rajada,[24] a Polícia Militar do Estado de São Paulo também anunciou a substituição de suas pistolas pelos mesmos defeitos, além de sanções contra a Taurus, impedindo-a de vender suas armas para a corporação.[25][26]
  • A empresa é conhecida por ser uma das principais patrocinadoras da bancada da bala, uma frente parlamentar composta por deputados e senadores que defendem a flexibilização de leis pró-armamento e fim de políticas desarmamentistas.[27] A Taurus apoiou financeiramente a bancada durante as campanhas no referendo no Brasil em 2005 sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições,[28] também destinou doações em dinheiro as campanhas de cada parlamentar, além de um suposto lobby em 2017 para livrar a empresa de ser investigada em uma CPI devido a má qualidade de alguns de seus produtos e aos incidentes envolvendo essas armas.[29]
  • Durante a campanha presidencial de 2018, a empresa foi duramente criticada pela imprensa e por alguns parlamentares brasileiros devido as polêmicas envolvendo um suposto monopólio no mercado brasileiro de armas de fogo que a empresa possuiria.[30] A empresa também foi criticada pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, que enalteceram suas concorrentes e defenderam a abertura do mercado brasileiro.[2]

Ver também

Referências

  1. «Demonstrações Financeiras 2021». Taurus RI. 15 de março de 2022. pp. 3, 4, 6, 7, 9, 10, 12, 13, 15, 16, 18, 23, 41, 78. Consultado em 28 de julho de 2022
  2. Infomoney (24 de setembro de 2018). «Ação da fabricante de armas Taurus dobra de valor com Bolsonaro - mas movimento não faz sentido». Consultado em 17 de outubro de 2018
  3. «Taurus: facilidade na compra de armas faz vendas dispararem». Exame. 29 de junho de 2020. Consultado em 13 de novembro de 2020
  4. «Perfil empresarial». Empresas Taurus. Consultado em 16 de outubro de 2016
  5. «Negócios». Empresas Taurus. Consultado em 16 de outubro de 2016
  6. «História». Empresas Taurus. Consultado em 16 de outubro de 2016
  7. «DefesaNet - Base Industrial Defesa - TAURUS - Completa 80 Anos». DefesaNet. Consultado em 13 de novembro de 2020
  8. «ISO 9001:2008 (Forjas Taurus S.A.)» (PDF). TÜV NORD. 4 de fevereiro de 2013
  9. «TAURUS FIREARMS». The Firearm Blog (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2020
  10. «Pistola Taurus PT-57 e suas Variações». Armas On-Line. 8 de setembro de 2009. Consultado em 13 de novembro de 2020
  11. Small Arms in Brazil: Production, Trade and Holdings. Genebra: Viva Rio, ISER. 2010. pp. 42, 43
  12. «Amadeo Rossi, um século de história». Sindimetal. 30 de abril de 2011. Consultado em 13 de novembro de 2020
  13. Tecnologia, Ebee. «Famastil e Taurus se únem e inauguram fábrica em Gramado, RS». www.revistaanamaco.com.br. Consultado em 13 de novembro de 2020
  14. «Taurus Goes Old Timey, Acquires Heritage Manufacturing». The Truth About Guns (em inglês). 1 de maio de 2012. Consultado em 13 de novembro de 2020
  15. Virtual, Mkt (4 de julho de 2019). «A NOVA TAURUS ARMAS». CBC. Consultado em 13 de novembro de 2020
  16. «Taurus vai mudar o ticker de negociação a partir de terça». InfoMoney. 11 de novembro de 2019. Consultado em 12 de novembro de 2019
  17. Oliveira, Arthur (8 de outubro de 2020). «Taurus (TASA4) fecha acordo de joint venture com metalúrgica Joalmi». Suno Notícias. Consultado em 13 de novembro de 2020
  18. Gillem, Joshua (25 de março de 2019). «The Taurus Pistol Recall: What You Need To Do». Gun Reviews Handgun Testing Rifle Shotgun Reports | GunCarrier.com (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2020
  19. «Voluntary recall of nearly 1 million Taurus pistols». al (em inglês). 31 de julho de 2015. Consultado em 13 de novembro de 2020
  20. «VÍTIMAS DA TAURUS». web.archive.org. 17 de setembro de 2016. Consultado em 13 de novembro de 2020
  21. Santos, Diogenes (24 de outubro de 2016). «Exército identifica falhas e proíbe Taurus de comercializar pistola 24/7». Sinpol - DF. Consultado em 13 de novembro de 2020
  22. «Após falhas, PM recolhe 12 mil pistolas Taurus e prevê nova licitação». Metrópoles. 30 de julho de 2019. Consultado em 13 de novembro de 2020
  23. Gil Alessi. «A ameaça fatal das armas que disparam sozinhas no Brasil e nos EUA». EL PAÍS. Consultado em 13 de novembro de 2020
  24. Paraná, Jornal Bem. «Após falhas, SP vai trocar pistolas da PM - Bem Paraná». www.bemparana.com.br. Consultado em 13 de novembro de 2020
  25. «Bancada da bala deverá ser três vezes maior no Congresso a partir de 2019». Congresso em Foco. 16 de novembro de 2018. Consultado em 14 de novembro de 2020
  26. FREITAS, Silvana de (25 de novembro de 2005). «Referendo: Indústria de armas bancou frente do "não"». Folha de S. Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2020
  27. Pannunzio, Fábio (4 de janeiro de 2017). «Rodrigo Maia cede a lobby da bancada da bala e aborta CPI da Taurus». Blog do Pannunzio. Consultado em 14 de novembro de 2020
  28. «Taurus doou R$ 870 mil a políticos e partidos nas eleições de 2014». Gazeta do Povo. Consultado em 13 de novembro de 2020

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