Fons Vitae (Museu da Misericórdia do Porto)
pintura de Colijn de Coter Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Fons Vitae (em português: Fonte da Vida) é uma pintura anónima da escola flamenga realizada entre 1515 e 1517.[1] Este painel monumental pertenceu anteriormente ao retábulo da capela da confraria da Misericórdia na Sé Catedral do Porto[2][3] e encontra-se hoje no Museu da Misericórdia do Porto.[1]
Fons Vitae | |
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Autor | Anónimo (escola flamenga) |
Data | 1515 - 1517 |
Género | Pintura |
Técnica | Óleo sobre madeira |
Dimensões | 267 × 210 |
Encomendador | D. Manuel I ? |
Localização | Museu da Misericórdia do Porto, Porto |
Esta pintura a óleo sobre madeira é frequentemente considerada uma obra-prima da pintura flamenga[1] e é a mais importante peça deste museu portuense.[3]
Autoria e encomenda
É provável que o painel tenha sido encomendado na Flandres pelo rei D. Manuel[4] ou por alguém da sua corte ligado à Misericórdia.[1] Este rei foi de facto o grande impulsionador da fundação da confraria e nessa altura a cidade do Porto começava a ter grandes trocas comerciais com o norte da Europa.[1]
A identidade do pintor não é conhecida. Não obstante, os peritos atribuem-na a Colijn de Coter[1] ou a Bernaert van Orley.[2]
Iconografia
A pintura segue a iconografia de uma Fons vitae que representa uma alegoria da Eucaristia.[5] A figura central é o corpo de Jesus morto cujas chagas escorrem sangue que se acumula numa fonte. É ladeado por Maria e pelo apóstolo João que choram a sua morte. Em redor da fonte ajoelham-se em oração várias personagens das quais se destacam, em primeiro plano, o rei D. Manuel I, a sua segunda esposa Maria de Aragão e Castela e os infantes e infantas nascidos desse casamento.[5]
Esta peculiar representação encontra paralelos no Tríptico do Banho Místico do pintor flamengo Jean Bellegambe conservado no Palais des Beaux-Arts de Lille[6] mas principalmente noutra pintura do século XVII, anónima, na capela das Santas Chagas da Igreja da Cividade em Braga. Nesta última a base da fonte apresenta uma inscrição retirada do Livro de Isaías: «haurietis aquas in gaudio de fontibus salvatoris» (E vós tirareis com alegria águas das fontes da salvação).[7]
Referências
- Santa Casa da Misericórdia do Porto (2015). «Fons Vitae». Museu da Misericórdia do Porto. Consultado em 16 de julho de 2015
- Misericórdia do Porto (2012). «Fons Vitae». Misericórdia do Porto. Consultado em 16 de julho de 2015
- Coentrão, Abel (15 de julho de 2015). «MMIPO, um novo museu no Porto com 500 anos de história dentro». Público
- Gerivaz, Sara (13 de maio de 2014). «Obras de arte reunidas ao longo de 500 anos vão ser expostas na Rua das Flores». Público
- Casimiro, Luís Alberto (2006–2007). «Pintura e Escultura do Renascimento no Norte de Portugal» (PDF). Porto. Revista da Faculdade de Letras. V–VI: 87-114
- «Triptyque du Bain Mystique». Palais Beaux-Arts Lille
- Belino, Albano (1900). Archeologia christã. descripção historica de todas as egrejas, capellas, oratorios, cruzeiros e outros monumentos de Braga e Guimarães 1 ed. Lisboa: Empreza da historia de Portugal
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