Etimologia popular, pseudoetimologia ou ainda paretimologia[1] é uma interpretação popular equivocada da origem de uma determinada palavra, por vezes de divulgação muito mais comum que a real formação etimológica, normalmente disseminada pela facilidade em sua explicação pelo uso de alegorias e história simplificadas.

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Ernst Wilhelm Förstemann (1822–1906), bibliotecário alemão conhecido pelos seus estudos de etimologia popular

Em português

Palavra Etimologia popular Etimologia verdadeira
Cesariana derivado do imperador Júlio César, que teria sido o precursor da prática do caedo -is, cecidi, caesum, caedere, também presente na palavra francesa
ciseaux (tesoura), e na inglesa scissors (tesoura).[2] Outra evidência é o
uso do procedimento de parto antes mesmo da época de Júlio César.
Assim teria vindo à luz Cipião, o Africano.[3]
Cuspido e escarrado corruptela de "esculpido em carrara" ou "esculpido e encarnado" O registro mais antigo da expressão é na língua francesa desde o século XV no Trésor de la Langue como tout craché (todo cuspido) sob a explicação de que provavelmente a ação de cuspir pode simbolizar o ato da geração. Em inglês, é registrada como spit and image (cuspe e imagem) no Oxford Dictionary of English desde o século XVII e, a partir do século XVII como spitting image (imagem que cospe) sob a explicação que "um foi gerado do cuspe do outro". A falsa etimologia tem origem em Duarte Nunes de Leão no seu livro Origem da Língua Portuguesa.[4][5]
Enfezar (verbo) ato de tirar alguém do sério; fazer raiva; enfezá-lo do latim infensare, "opor-se a alguma coisa com vigor, hostilizar".[6]
Forró corruptela do inglês for all ("para todos") redução de forrobodó, provável tipo de baile ibérico.[6]
Lisboa Olissipo, Olisipona teria sido fundada por Ulisses (Odisseia) o estabelecimento de Lisboa antecede qualquer presença grega.
O topônimo tem provável origem fenícia ou pré-românica.[7]
Maite, Maitê
(prenome)
do tupi-guarani "coisa feia" ou do basco máite (="amor") hipocorístico do prenome composto Maria Teresa,
tais como Maju para Maria Júlia, Malu (ou Milu) para Maria Lúcia (Maria Luísa ou Maria de Lurdes), Mafê para Maria Fernanda, Mitó para Maria Antónia (ou Maria Antônia) e Mazé (ou Mizé) para Maria José.[8]
Paelha (paella) da expressão pá ella ("pra ela") "frigideira larga" (do catalão paella)
Sincero (adjetivo) do latim sine cera (sem cera, sem máscara de cera) do latim sincerare («puro, não misturado, feito de um só elemento, de uma só substância»).[2][9]

Referências

  1. Francesco Perono Cacciafoco; Francesco Cavallaro (2015). «Diachronic Toponomastics and Language Reconstruction in South-East Asia According to an Experimental Convergent Methodology: Abui as a case study» (PDF). Roménia: West University of Timisoara. Review of Historical Geography and Toponomastics. X (19-20): 29-47. Consultado em 20 de julho de 2018
  2. ERNOUT, Alfred; MEILLET, Antoine (1967), Dictionnaire étymologique de la langue latine [Dicionário etimológico da língua latina] (em francês), Paris: Klincksieck.
  3. NASCENTES, Antenor, Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1932.
  4. Rodrigues, Sérgio (31 de julho de 2020). «A verdadeira história da expressão 'cuspido e escarrado' | Sobre Palavras». Revista Veja. Consultado em 28 de abril de 2021
  5. Augusto Carvalho, José (5 de junho de 2006). «Por que cuspido e escarrado». Recanto das Letras. Consultado em 28 de abril de 2021
  6. Houaiss, Antônio, Dicionário da Língua Portuguesa.
  7. FAURE SABATER, Roberto (2004), Diccionario de nombres geográficos y étnicos del mundo [Dicionário de nomes geográficos e étnicos do mundo] (em espanhol), Madrid: Espasa.
  8. FAURE SABATER, Roberto (2002), Diccionario de nombres propios [Dicionário de nomes próprios] (em espanhol), Madrid: Espasa.
  9. COROMINES, Joan (1954), Diccionario crítico etimológico de la lengua castellana [Dicionário crítico etimológico da língua castelhana] (reimpressão) (em espanhol), Madrid: Gredos.

Bibliografia

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