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Fátima (fra: 11 fois Fátima[4]) é um filme de drama social luso-francês de 2017, escrito e realizado por João Canijo e produzido por Pedro Borges e François d'Artemare.[5] A longa-metragem é interpretada por um ensemble cast liderado por Rita Blanco (como Ana Maria) e Anabela Moreira (como Maria do Céu), membros de um grupo feminino na maior peregrinação nacional até à cidade religiosa de Fátima. A produção, estreada comercialmente a 27 de abril de 2017, em Portugal,[1] e 12 de junho de 2019, em França,[2] resultou, para além do Corte teatral, num Corte estendido de 202 minutos e numa minissérie intitulada Caminhos da Alma, estreada no dia 15 de setembro de 2017, na RTP1.[6]
Fátima | |
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Cartaz original do filme | |
Na França | 11 fois Fátima |
Portugal/ França 2017 • cor • 153 min | |
Género | drama |
Direção | João Canijo |
Produção | Pedro Borges François d'Artemare |
Roteiro | João Canijo |
Elenco | Rita Blanco Anabela Moreira |
Cinematografia | Mário Castanheira |
Edição | João Braz |
Companhia(s) produtora(s) | Les Films de l'Après-Midi e Midas Filmes |
Distribuição | NOS Lusomundo Audiovisuais |
Lançamento | |
Idioma | português |
Receita | 118 348,53 €[3] |
Maio de 2016. A propósito de um 13 de maio, um grupo de onze mulheres parte de Vinhais, Trás-os-Montes, parte em peregrinação a Fátima. Ao longo de nove dias e quatrocentos e trinta quilómetros, atravessam meio país em esforço e sacrifício para cumprir as suas promessas. Esta é a história da mais longa e sofrida de todas as peregrinações que se fazem em Portugal.[7]
O cansaço e o sofrimento extremos levam-nas a momentos de rutura. Revelam-se então as suas identidades e motivações mais profundas. Chegadas a Fátima, cada uma terá que reencontrar o seu próprio caminho para a redenção.[8]
Fátima é uma produção da Midas Filmes (Portugal) e Les Films de l’Après-midi (França), que contou com o apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual, Rádio e Televisão de Portugal e do Centre National du Cinéma et de l’Image Animée.[13]
O projeto inicial de Fátima fora concebido para ser concretizado em 2012, logo após a conclusão de Sangue do Meu Sangue. No entanto, a crise financeira despoletou um bloqueio generalizado de várias produções, e João Canijo avançou com É o Amor / Obrigação. A propósito destes filmes, e mais tarde também durante o documentário Portugal: Um Dia de Cada Vez[14], Anabela Moreira começou a descobrir que grupos de peregrinos existiam e quais iam até Fátima, em particular em Trás-os-Montes.[15] Segundo Canijo, a escolha de realizar um filme com o tema da peregrinação a Fátima "tem a ver com a relação da humanidade com a fé".[16]
A preparação para Fátima iniciou-se em 2014, ano durante o qual João Canijo realizou uma peregrinação curta de 80 quilómetros até a cidade religiosa,[17] o que ajudou a definir a abordagem ao enredo: "Ao mesmo tempo, numa peregrinação, dá-se o paradoxo entre a busca da elevação espiritual e a natureza humana. O filme é sobre esse conflito, em que geralmente a natureza humana se sobrepõe à aproximação ao transcendente."[18] Decidido a focar a longa-metragem nas relações intergrupais, o realizador decidiu que o elenco do filme seria integralmente feminino, uma vez que, na sua opinião, "as relações de grupo entre mulheres parecem-me muito mais interessantes do que com homens à mistura".[19] Neste momento de produção, o título provisório do filme era Ámen, por o nome Fátima já estar associado a outra longa-metragem de 1997, com Catarina Furtado e Joaquim de Almeida.[20]
João Canijo pretendia prolongar o modelo de organização dramática que produziu em Sangue do Meu Sangue, ou seja, desenvolver uma rede de ficção sustentada por atores. Para Fátima, o realizador selecionou um coletivo de onze atrizes, a maioria colaboradoras habituais nas suas obras (como Rita Blanco, Anabela Moreira, Cleia Almeida e Márcia Breia). Parte deste processo envolve o que o realizador intitula de "Estágio de realidade" nas ocupações e passatempos dos seus personagens.[21] O objetivo seria realizar uma ficção disfarçada de documentário, algo apenas conseguido pela pesquisa das atrizes, de situações as circunstâncias reais que informariam o filme.[22] Para tal, na fase seguinte de produção em 2014, todas as atrizes se juntaram a diferentes grupos em peregrinação para Fátima. Após conhecer o grupo de peregrinos de Bragança que viria a inspirar o filme, Anabela Moreira e Vera Barreto integraram-no também para uma peregrinação.[15] No fim de cada dia de peregrinação, as atrizes gravavam um diário no smartphone, no qual falavam, entre outros, sobre a sua relação com a fé, e enviavam-no por e-mail ao realizador. Moreira gravou também entrevistas que fazia a outros peregrinos que encontrava no percurso. Da transcrição de todos os diários e entrevistas, desenvolveu-se a estrutura e uma primeira versão do argumento para o filme.[23]
Em 2015, organizou-se uma peregrinação apenas com as atrizes, mas filmada em condições reais.[17] Da transcrição desse exercício de improviso contínuo na estrada desenvolveu-se a segunda versão do argumento.
Em 2016, o elenco viveu na aldeia de Rio de Fornos (Vinhais) durante dez semanas, a estagiar nas profissões das mulheres que inspiraram as suas personagens. Cleia Almeida integrou uma creche, Vera Barreto acompanhou um agricultor moderno, Rita Blanco trabalhou como dona de um café e Alexandra Rosa colaborou no centro de saúde.[24] Ana Bustorff cortou carnes, fez a massa e encheu alheiras numa das fábricas de fumeiro de Vinhais.[25] Outras atrizes colaboraram com uma escola local e posto de turismo.[26] Para a sua personagem, Anabela Moreira não só teve de engordar, como trabalhou num supermercado e no campo, a cuidar de porcos e vacas. Acerca do processo, a atriz defende: "Em vez de estar a trabalhar sobre a imaginação, ganhas memórias reais daquela outra vida no dia-a-dia."[27]
Depois dos estágios na parte da manhã, durante a tarde, a equipa juntava-se para um laboratório de trabalho, no qual discutiam as experiências vividas, construíam as personagens em diversas situações, ensaiavam e improvisavam as cenas.[28] Uma dificuldade acrescida para as atrizes foi o sotaque. Deste processo compôs-se a última revisão do argumento.[29] Apesar de Fátima ter uma base documental, todos os aspetos do enredo e das personagens foram estudados. Segundo o realizador, "confunde-se, como em tudo, a personagem com a persona, mas isso é sempre assim. Os atores nunca saem de si próprios, não se transformam em mais ninguém."[30]
A rodagem iniciou-se após o estágio, em 2016. Os intervenientes de Fátima filmaram uma peregrinação incompleta de cinco dias de Bragança a Fátima, saltando as partes do percurso consideradas menos significativas pelo realizador. As atrizes foram obrigadas a permanecer em personagem durante este período que foi filmado como se de um documentário se tratasse.[24] As gravações terminaram com a chegada das atrizes a Fátima, a 12 de maio, na altura do maior pico de afluência anual ao Santuário.[31]
Apesar de haver um guião completo, foi dada liberdade às atrizes para improvisar a partir do arco narrativo principal. Tal resultou num tumulto inevitável de diálogos cruzados, tensões e cumplicidades, gerando cenas que podem ser tão dramáticas quanto engraçadas.[32]
Entre os membros da equipe técnica esteve Francisco Pires, habitante de Rio de Fornos, que já havia organizado 17 idas a Fátima com grupos. Assumindo funções de Diretor artístico, Pires montou os acampamentos das atrizes para a rodagem, tal e qual como os montaria na realidade.[23]
Após as gravações, em junho de 2016, João Braz iniciaria o processo de montagem da produção. Tal resultaria nas diferentes versões que se seguem:
Caminhos da Alma | |
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Fátima: Caminhos da Alma | |
Informação geral | |
Formato | minissérie |
Género | Drama |
Duração | 50 min. (sem publicidade) |
Estado | Transmissão concluída |
Criador(es) | João Canijo |
Elenco | Rita Blanco Anabela Moreira |
País de origem | Portugal |
Idioma original | português |
Episódios | 5 |
Produção | |
Diretor(es) | João Canijo |
Produtor(es) | Pedro Borges |
Roteirista(s) | João Canijo |
Exibição | |
Emissora original | RTP1 RTP1 HD |
Distribuição | RTP |
Formato de exibição | 1080i (HDTV) |
Formato de áudio | Estéreo |
Transmissão original | 15 de setembro de 2017 - 13 de outubro de 2017 |
Ligações externas | |
Site oficial |
Caminhos da Alma é uma versão mais longa de Fátima para televisão, no formato de minissérie com cinco episódios,[35] que estreou na RTP1 a 15 de setembro de 2017, em prime-time. Foi exibida semanalmente até 13 de outubro, data em que terminaram as comemorações do centenário das aparições de Fátima.[36]
Esta versão contem imagens inéditas do Corte teatral, nomeadamente cenas das suas interações nos acampamentos e uma exploração das motivações das personagens para partir em peregrinação.[37]
Episódios | Transmissão Original | Dia da semana | Audiências | ||
---|---|---|---|---|---|
Estreia | Final | ||||
5 | 5,6% (share) |
Abaixo, estão listados os episódios da minissérie Caminhos da Alma:
Título | Argumento | Realização | Transmissão Original | Rating |
---|---|---|---|---|
Episódio n.º 1[39] | João Canijo | João Canijo | 15 de setembro de 2017 | 3,3%[40] |
Onze mulheres da aldeia de Rio de Fornos, em Vinhais, partem em peregrinação até Fátima. Esperam-nas mais de 400 km e nove dias de caminhada. O entusiasmo dos primeiros dias de marcha não impede que as dificuldades comecem a surgir, tal como os primeiros atritos dentro do grupo. | ||||
Episódio n.º 2[41] | João Canijo | João Canijo | 22 de setembro de 2017 | 2,4% |
Céu deixa-se ficar para trás. Ana Maria vai ao seu encontro para evitar que o grupo se atrase. O grupo não se entende quanto ao melhor ritmo para continuar a caminhada. Nanda pensa em desistir. O isolamento de Céu em relação ao grupo é cada vez mais evidente. | ||||
Episódio n.º 3[42] | João Canijo | João Canijo | 29 de setembro de 2017 | 2,2% |
As dificuldades da caminhada acentuam-se com a chegada da chuva. As peregrinas enfrentam as intermináveis retas da Marialva. Ana Maria não deixa o grupo desanimar. Nanda adoece e decide ir na carrinha para não atrasar o grupo. Fátima e Céu têm discussões sucessivas. | ||||
Episódio n.º 4[43] | João Canijo | João Canijo | 6 de outubro de 2017 | 3,0%[44] |
Na perigosa travessia da N17, Céu e São ficam em grandes dificuldades físicas. Apesar das dores, Céu recusa a ajuda do grupo. A carrinha de apoio avaria deixando o grupo desnorteado. Céu aproxima-se de outros grupos de peregrinos. José João, um desconhecido, vem questionar os caminhos que o grupo de Vinhais segue. | ||||
Episódio n.º 5[45] | João Canijo | João Canijo | 13 de outubro de 2017 | 2,1% |
Apesar da desconfiança de Ana Maria, o grupo segue pelos atalhos de José João. Céu questiona sistematicamente a organização do grupo, deixando-o à beira da rutura. Ana Maria faz um ultimato a Céu, que acaba afastada do grupo por Isaura. Na reta final do caminho até Fátima, cada uma destas mulheres terá de reencontrar o seu caminho para a redenção. | ||||
Em Fátima, João Canijo não procura explorar o tema da religião, mas utilizar como pano de fundo imagético uma viagem pelo interior da paisagem natural, patrimonial e mental de Portugal para se debruçar sobre a questão da auto-imposição do sofrimento e do sacrifício. Nas palavras do realizador, "o paradoxo entre a ambição de transcendência da fé e a natureza humana".[46] Deste modo, a obra assume-se como um "foot movie",[47] no qual o objetivo espiritual surge em segundo plano e a questão principal é se as personagens conseguirão alcançar o local sagrado como um grupo. A estrutura central do filme continua a ser a típica do cinema de Canijo, centrado num grupo pequeno, neste caso, mulheres que representam as contradições da sua comunidade.[48]
Canijo filma a convivência feminina sem artifícios de narrativa convencional, utilizando até o limite as técnicas de realismo previamente empregues em Sangue do Meu Sangue.[49] O filme foi desenhado para ser confundido com um documentário. Ao assumir ferramentas híbridas da não-ficção e da ficção, em Fátima, o realizador radicaliza a forma de representação da realidade do seu cinema. Conjugam-se duas estratégias complementares: por um lado, assume-se um certo discurso cultural; e, por outro, recorre-se a uma constante experimentação estética.
Na sua abordagem documental, para além da improvisação das atrizes, o realizador não quis dirigir o olhar do espetador na montagem ou na maneira de filmar. Nas cenas ao redor de uma mesa de refeição, as vozes cruzam-se e misturam-se conversas. Essa utilização do som é mais um dado que concorre para uma ideia de quotidiano e de revelação das marcas do real, abstendo-se a câmara de se imiscuir nesse retrato.[14] O espetador volta a ter de gerir todas as “ocorrências” simultâneas das múltiplas personagens e suas conversas, em diferentes planos. Esta cacofonia sonora, elemento central da estética canijiana, remetente às vozes das alternadeiras em Noite Escura e que tivera a sua concretização máxima em Sangue do Meu Sangue.[50] Neste sentido, Canijo descreve Fátima como um filme "matissiano", "porque o Matisse tinha uma ambição, que era em cada quadro não haver um elemento preponderante e ser o espetador a construir o seu próprio quadro. Eu tentei fazer isso e consigo nas cenas dos acampamentos bastante bem".[37]
Antes de chegar aos cinemas, o Corte estendido de Fátima foi antestreado a 23 de abril de 2017 em Vinhais, no Centro Cultural de Vinhais, numa sessão que reuniu o elenco de onze atrizes com os residentes locais que participaram no processo de estágio para o filme.[51] Em ano do Centenário das Aparições de Fátima, a longa metragem foi distribuída comercialmente pela NOS Lusomundo, tendo estreado a 27 de abril. O Corte estendido esteve apenas em exibição no Cinema Ideal, em Lisboa.[52]
A longa-metragem estreou-se também em França, a 12 de junho de 2019, nos cinemas da rede AlloCiné.[4] Paris, Lyon, Estrasburgo, Toulouse e Grenoble receberam antestreias, que contaram com a presença do realizador e de Rita Blanco.[53]
Fátima, Corte teatral foi editado em DVD e lançado no dia 12 de agosto de 2017, com o jornal Público.[54]
A minissérie Caminhos da Alma estreou no dia 15 de setembro de 2017, sexta-feira, pelas 21h30, na RTP1, tendo sido exibida ao longo de cinco semanas.[55]
De todos os filmes portugueses estreados em 2017 no país, Fátima foi o quarto mais visto nas salas de cinema, tendo totalizado 23.699 espetadores e auferido 118.348,53€.[59] Depois do sucesso no cinema, a minissérie Caminhos da Alma foi, em média o sétimo programa mais visto da RTP a cada semana de exibição, com 2,6% de rating e 5,6% share.
De forma geral, Fátima recebeu críticas positivas, ainda que os críticos tenham considerado que o filme fica aquém de Sangue do Meu Sangue. João Lopes (Diário de Notícias) é um deles. Argumenta que "Fátima ilustra uma singularíssima via criativa na paisagem do atual cinema português", acrescentando ainda que "a conjuntura religiosa em que ocorre o lançamento do filme apenas reforça a importância dos seus temas".[60] Eurico de Barros (Time out) elogia o método de trabalho e encenação de Canijo pelo modo como deteta e mostra os efeitos físicos, emocionais e psicológicos que este tipo de peregrinação tem nos crentes e não-crentes: "E fá-lo como se uma peregrinação verdadeira e a peregrinação recriada fossem gémeas siamesas".[61] Também elogioso do método de trabalho de Canijo, Vasco Câmara (Ípsilon) escreve "Fátima despoja-se para poder contemplar, e permitir que contemplemos, a intimidade da sua construção, espreita os segredos de um processo de trabalho, e de uma aliança, não para nos explicar nada, mas para que vislumbremos a sua complexidade".[62]
Um dos aspetos mais comentados do filme foi a qualidade das interpretações do elenco. Rui Pedro Tendinha (Diário de Notícias) destaca "Anabela Moreira talvez melhor do que nunca, uma Márcia Breia a aferroar a perfeição e uma Rita Blanco a mostrar que é a maior atriz de composição deste país".[49] Também Vítor Pinto (Cineuropa) escreve elogios à interpretação da protagonista: "Simultaneamente autoritária e cómica, Blanco destaca-se mais uma vez como uma das atrizes mais talentosas de Portugal."[63]
Pelo seu desempenho em Fátima, Rita Blanco foi multipremiada. A longa-metragem foi também considerada o Filme Português do Ano pela revista Time Out e um dos melhores filmes de 2017 pela Revista Sábado.[61]
Ano | Premiação | Categoria | Trabalho | Resultado | Ref. |
---|---|---|---|---|---|
2018 | Prémio Autores | Melhor atriz | Rita Blanco | Venceu | [64] |
Melhor atriz | Anabela Moreira | Indicado | |||
Melhor programa de ficção | Caminhos da alma, João Canijo | Indicado | |||
Globos de ouro, SIC | Melhor filme | Fátima, Pedro Borges | Indicado | [65] | |
Melhor atriz | Rita Blanco | Venceu | |||
Melhor atriz | Anabela Moreira | Indicado | |||
Prémios Sophia da Academia Portuguesa | Melhor filme | Fátima, Pedro Borges | Indicado | [66] | |
Melhor realizador | João Canijo | Indicado | |||
Melhor argumento original | João Canijo | Indicado | |||
Melhor atriz | Rita Blanco | Venceu | |||
Melhor atriz | Anabela Moreira | Indicado | |||
Melhor som | Elsa Ferreira, Olivier Hespel e Gérard Rousseau | Indicado | |||
Prémios Aquila | Prémio do jurí para melhor realizador | João Canijo | Indicado | ||
Fundação Screen Actors GDA | Performance num papel secundário | Vera Barreto | Venceu |
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