Estação lusitana-romana dos Casais Velhos
villa romana no município de Cascais Da Wikipédia, a enciclopédia livre
villa romana no município de Cascais Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Estação lusitana-romana dos Casais Velhos, ou Villa romana de Casais Velhos, é uma villa romana rural localizada na rua de São Rafael, na Areia, no município de Cascais, distrito de Lisboa, em Portugal.[1]
Estação lusitana-romana dos Casais Velhos | |
---|---|
Casais Velhos | |
Informações gerais | |
Tipo | Villa(Villa rústica romana) |
Proprietário inicial | Império Romano |
Função inicial | Privado |
Proprietário atual | Estado Português |
Função atual | Cultural |
Património de Portugal | |
DGPC | 74117 |
SIPA | 3066 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Cascais |
Localização | Areia |
Distrito | Lisboa |
Concelho | Cascais |
Freguesia | Cascais e Estoril |
Coordenadas | 38° 43′ 34,615″ N, 9° 27′ 50,508″ O |
Localização da Estação lusitana-romana dos Casais Velhos |
Constitui um sítio arqueológico com vestígios de um antigo povoado romano onde se destaca um complexo produtivo de preparação de púrpura tíria, conjuntamente com banhos, necrópoles e restos de paredes e objetos de cerâmica.
Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público através do Decreto nº 29 de 25 de Setembro de 1984.[1]
O lugar dos Casais Velhos foi sondado pela primeira vez em 1945, quando Afonso do Paço e Fausto de Figueiredo procedem a escavações na área.[2][3]
Apesar disso, era conhecida há já muito a existência de vestígios arqueológicos na zona, tendo por isso ganho o seu nome.[2][4]
Posteriormente, em 1968, 1970 e 1971, foram levadas a cabo campanhas de limpeza e consolidação do local através da iniciativa de D. António de Castelo Branco e Octávio da Veiga Ferreira.[2]
As ruínas compõem-se de um conjunto de estruturas tardo-antigas, dos séculos III/IV, implantadas num outeiro envolto por pinhais e sobranceiro às dunas do Guincho.[4] O seu perímetro encontra-se bem delimitado por uma muralha que não foi ainda escavada em toda a sua extensão[2], e teria também sido dotada de um torreão.[4] Juntamente com uma domus com vestíbulo, na pars urbana foi identificada uma porção dum aqueduto que transportava água de uma nascente próxima para um tanque de grandes dimensões situado a meio das ruínas (possivelmente o natatio[3]), que alimentava também um complexo termal situado uns metros mais abaixo. Este compunha-se do frigidário, do tepidário e de um prefúrnio, com banheiras semicirculares.[2][3][4]
A norte encontra-se a pars rustica com vários compartimentos, com dois silos tapados com lajes circulares e escavados em rocha. Estes dois compartimentos descobertos possuíam tinas revestidas a opus signinum com encaixe para tampas herméticas, o que juntamente com a descoberta de conchas de múrex sugere que os habitantes do povoado se dedicassem à tinturaria da púrpura, para tecidos ou curtumes. Foram também encontradas três áreas de necrópoles a sudeste e a sudoeste da villa, com sepulturas do tipo "caixa" delimitadas por esteios afeiçoados em calcário, e com os corpos depositados em decubito dorsal, voltados para nascente.[4] Nelas acharam-se objetos como brincos de bronze e uma bilha decorada no seu bojo, bem como moedas dentre os anos 205 e 450 (do tempo dos imperadores romanos Constâncio II, Constante, Teodósio, Constantino e Arcádio). Outros achados de relevância incluem uma moeda ainda envolta em tecido de linho (de grande raridade), uma agulha de bronze e uma lucerna (datável, pela forma, dos séculos III ou IV).
Foram ainda identificadas outras estruturas, uma das quais associada a um lagar, com o respetivo tanque de decantação e o peso de lagar em pedra local.[3]
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