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Epigrama (Grego: ἐπί-γραφὼ, literalmente, "sobre-escrever") pode-se referir, em seu sentido mais restrito, a uma inscrição funerária criada na Grécia Clássica e que era utilizada como uma inscrição que se punha sobre um objeto mortuário como uma estátua ou uma tumba.[1] Em sentido mais amplo, epigrama é "todo poema caracterizado pela brevidade e pela concisão, duas qualidades às quais se ligava frequentemente - mas não necessariamente - - o humor, indo, às vezes, até à ironia mordaz” (MARTIN; GAILLARD, 1981).[1]
No passado recente o epigrama passou a ser conhecido popularmente como uma "composição poética breve que com precisão e agudeza se expressa um único pensamento principal, festivo e satírico".[2]
O poeta inglês Samuel Taylor Coleridge (1772 - 1834) elaborou a seguinte assertiva: "What is an Epigram? A dwarfish whole, Its body brevity, and wit its soul." (O que é um Epigrama? Um todo anão, Sua brevidade corporal, e sagacidade sua alma.).[3]
Os mais antigos epigramas de que se tem notícia como os monumentos, túmulos e estátuas pertencem ao século VIII a. C, conforme pesquisas de López Férez (2000).[1] Com o passar do tempo, o dístico elegíaco tornou-se o esquema métrico mais comum do gênero e passou a ser o metro típico desses epitáfios e ex-votos.[1] Com os combates bélicos, já no período clássico grego, esses tipos de inscrições tornaram-se muito comuns devido às homenagens que eram prestadas nos túmulos dos combatentes mortos.[1]
Os epigramas mais antigos carecem de indicação de autor, mas o primeiro epigramista que foi noemado é Íon de Samos (lón de Samos ou Íon of Samos, conforme a língua), que viveu no século VIII a.C.; o epigrama está inscrito na estátua consegrada por Lisandro para comemorar a captura de Atenas.[4]
No período helenístico, o epigrama continuou mantendo a sua brevidade como principal característica, mas se libertou de sua finalidade prática e de sua vinculação com as inscrições tumulares, conforme o trabalho de Gian Biagio Conte (1994).[1] Assim, o epigrama deixou de ser inscrição, circunscrito a epitáfio e às dedicatórias e ampliou a sua temática abrigando todos os assuntos possíveis.[1]
Existem diversos poemas escritos sobre a forma de epigrama[5], como por exemplo: o satírico Epigrama de Stalin, do poeta Osip Mandelstam, que descreve o clima de medo sob o autoritarismo da União Soviética[6][7].
A maioria dos epigramas gregos antigos pode ser encontrada na Antologia Palatina. Além dos gregos, destacaram-se na composição de epigramas os romanos Marco Valerio Marcial[8] e Catulo[9]:
“ | Odi et amo. Quare id faciam fortasse requiris.
Nescio, sed fieri sentio, et excrucior. (Eu odeio e amo. Porque o faço, perguntas porventura. Não sei, mas sinto que acontecer e sofro.) |
” |
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