Loading AI tools
filósofo francês Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Emmanuel Levinas (Kaunas, 30 de dezembro de 1905jul./ 12 de janeiro de 1906greg. — Paris, 25 de dezembro de 1995) foi um filósofo francês nascido em uma família judaica na Lituânia.
Emmanuel Levinas | |
---|---|
Retrat d'Emmanuel Lévinas | |
Nascimento | 12 de janeiro de 1906 Caunas (Império Russo) |
Morte | 25 de dezembro de 1995 (89 anos) Clichy, Paris |
Sepultamento | Cimetière parisien de Pantin |
Cidadania | França, Lituânia |
Etnia | Asquenazes |
Filho(a)(s) | Michaël Levinas |
Alma mater | |
Ocupação | filósofo, professor universitário, eticista, escritor |
Distinções |
|
Empregador(a) | Universidade de Poitiers, Universidade de Paris, Universidade de Friburgo |
Obras destacadas | Totality and Infinity |
Bastante influenciado pela fenomenologia de Edmund Husserl, de quem foi tradutor, assim como pelas obras de Martin Heidegger, Franz Rosenzweig e Monsieur Chouchani, o pensamento de Levinas parte da ideia de que a Ética, e não a Ontologia, é a Filosofia primeira. É no face-a-face humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do Outro, o sujeito se descobre responsável e lhe vem à ideia o Infinito.
Nascido no seio de uma família judaica, o pai um livreiro, Levinas logo teve contato com os clássicos da literatura russa, como Dostoiévski — tão citado em suas obras. Aos doze anos, na Ucrânia, assiste à revolução de Outubro (1917). Mais tarde, estabelece-se na França (1923) e inicia seus estudos de filosofia em Strasbourg. Dirigindo-se a Friburgo (1928-1929), torna-se aluno de Edmund Husserl e Martin Heidegger, dos quais será um dos primeiros a introduzir o pensamento na França. No ano seguinte, apresenta sua tese de doutorado sobre La Théorie de l’Intuition dans la Phénoménologie de Husserl (1930) e continua escrevendo artigos sobre os dois autores, alguns recolhidos mais tarde em seu En Découvrant l’Existence avec Husserl et Heidegger (1949).
Retorna a Paris até que, tendo eclodido a II Guerra Mundial (1939), é capturado e feito prisioneiro pelos alemães. Exilado por cinco anos, não poderá mais esquecer a marca do ódio do homem contra o outro homem deixada pela violência nazista. No cativeiro foi escrita grande parte de sua obra De l’Existence à l’Existant (1947), publicada dois anos após o fim da guerra.
Durante dezoito anos (1946-1964), dedica-se à direção da Escola Normal Israelita Oriental de Paris. Nesse período publica sua grande obra Totalité et Infini (1961), a qual representa um momento de síntese das investigações a que vinha se dedicando até então. Difficile Liberté (1963) aparecerá dois anos depois, enfocando questões sobre o judaísmo. Leciona depois na universidade de Poitiers (1964-1967), na de Paris-Nanterre (1967-1973) e na de Paris-Sorbone (1973-1984).
Emmanuel veio a falecer em Paris no dia 25 de dezembro de 1995.
Historicamente, está impressa na sua obra a memória dos seis milhões de judeus assassinados pelo nazismo durante a Shoah (Holocausto), aos quais dedica seu livro Autrement qu’etre (1974). Traz consigo, portanto, a inquietação de um século marcado pela dominação do homem sobre o outro homem. Nas palavras dele, "Século que, em trinta anos, conheceu duas guerras mundiais, os totalitarismos de direita e de esquerda, hitlerismo e stalinismo, Hiroshima, o goulag, os genocídios de Auschwitz e do Cambodja. Século que finda na obsessão do retorno de tudo o que estes nomes bárbaros significam. Sofrimento e mal impostos de maneira deliberada, mas que nenhuma razão limitava na exasperação da razão tornada política e desligada de toda a ética".
Filosoficamente, Levinas percebe que o pensamento ocidental, a partir da filosofia grega, desenvolveu-se como discurso de dominação. O Ser dominou a Antiguidade e a Idade Média, sendo depois substituído pelo eu desde a época moderna até os nossos dias, porém sempre sob o mesmo sinal: a unidade unificadora e totalizante que exclui o confronto e a valorização da diversidade, entendida como abertura para o Outro. A obra de Levinas transmite o alerta de uma emergência ética de se repensar os caminhos da filosofia a partir de um novo prisma, de se partir do eu já em direção ao Outro. Uma tal inspiração Levinas buscará na sabedoria bíblico-judaica.
Confrontando a filosofia ocidental, dialoga constantemente com os pensadores da tradição, como Platão, Descartes, Kant, Hegel, Bergson, Husserl e Heidegger. Esses dois últimos estão sempre presentes em sua obra, seja partindo deles, seja já tentando superá-los. A propósito, afirma: “quase sempre, começo com Husserl ou em Husserl, mas o que digo já não está em Husserl” e, em outro lugar: “Apesar do horror que um dia veio associar-se ao nome de Heidegger — e que nada poderá dissipar — nada conseguiu desfazer em meu espírito a convicção de que Sein und Zeit, de 1927, é imprescritível”. De Descartes, Levinas guarda a descoberta da ideia do infinito, tomada como orientação metafísica para a sua ética. Contudo, é com Franz Rosenzweig que comunga suas maiores intuições, autor esse "presente demais para ser citado" segundo Levinas.
Abaixo, a primeira edição de cada obra e sua respectiva tradução para o português, quando existente.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.