Elesbão de Axum

17 º Rei de Axum segundo a Lista de reis de Axum de Munro-Hay e Santo Etíope Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Elesbão de Axum

Calebe (em amárico: ካሌብ), também conhecido como Santo Elesbão, Ela Asbá (Ella Asbeha/Atsbeha) ou Elasboas (em grego: Ελεσβόας; m. 555) [1] foi um rei do Império de Axum que reinou entre. c. 493-531. É um santo da Igreja Católica, venerado no dia 27 de outubro. [2] Representado como um rei negro da Etiópia, a veneração de Elesbão teve muita difusão no Brasil colonial entre os escravos africanos e seus descendentes. [3] Seu título real era bisi lazen [4]

Factos rápidos Santo Elesbão ...
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Vida

Elesbão foi um rei de Axum, 47° da sua dinastia. Segundo a tradição, era descendente do rei Salomão e da rainha de Sabá. No século VI, Elesbão conseguiu expandir o reino cristão da Etiópia através do Mar Vermelho até a Península Arábica e o Iêmen, convertendo árabes e judeus à fé cristã. [1]

Aproximadamente em 523, Dunaas, um rei judeu do Reino Himiarita (atual Iêmen), lançou uma rebelião contra Elesbão. Dunaas massacrou cristãos do seu reino,[1] incluindo o vice-rei instalado por Elesbão na cidade de Zafar. Com o apoio do imperador bizantino Justino I [5] Elesbão reage e consegue vencer Dunaas numa guerra, possivelmente em 524/525, restabelecendo a fé e colocando no trono do reino de Dunaas um rei cristão, Esimifeu (r. ca. 525–531).[1] [6]

No fim da vida, Elesbão abdicou do trono em favor do seu filho e repartiu suas riquezas entre os pobres. Em Jerusalém depositou sua coroa na Igreja do Santo Sepulcro e passou a viver como eremita. Morreu no ano de 555.[2]

Culto

No Brasil colonial, a Igreja Católica utilizou a vida de santos africanos de cor negra, particularmente São Benedito, Santo Elesbão e Santa Ifigênia, para promover a religião católica entre os negros escravos e forros. Várias obras hagiográficas celebrando estes personagens foram publicadas no século XVIII, como Os dois atlantes de Etiópia. Santo Elesbão, Imperador XLVII da Abissínia, advogado dos perigos do mar & Santa Ifigênia, Princesa da Núbia, publicado entre 1735 e 1738 pelo frei carmelita José Pereira de Santana. Nesta e em outras obras, tanto a Etiópia como a Núbia são descritos como fiéis defensores da fé cristã, tendo, em Santo Elesbão e Santa Ifigênia, seus maiores campeões. [3]

Graças à ação catequética e à necessidade de associação dos negros, várias irmandades religiosas dedicadas a Santo Elesbão surgiram entre os negros escravos ou alforriados no século XVIII. As irmandades - que existiam separadas para negros, pardos e brancos - davam, aos seus membros, um âmbito de ajuda mútua e inserção social. [3]

Precedido por
Tazena
-- 18º Rei de Axum
493 - 531
Sucedido por
Uazena
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Referências

  1. Jones, Arnold Hugh Martin; at all (9 de outubro de 1980). The Prosopography of the Later Roman Empire:. Volume 2, AD 395-527 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-20159-9
  2. Santo Elesbão Santo do Dia - Arquidiocese de São Paulo
  3. Anderson José Machado de Oliveira (2006) Devoção e identidades: significados do culto de Santo Elesbão e Santa Ifigênia no Rio de Janeiro e nas Minas Gerais no Setecentos. Revista Topoi. v. 7, n. 12, jan.-jun. pp. 60-115
  4. Tefera, Amsalu (19 de junho de 2015). The Ethiopian Homily on the Ark of the Covenant:. Critical Edition and Annotated Translation of Dǝrsanä Ṣǝyon (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 73. ISBN 978-90-04-29718-0
  5. Munro-Hay, Stuart C. (1991). Aksum:. An African Civilisation of Late Antiquity (em inglês). [S.l.]: Edinburgh University Press. ISBN 978-0-7486-0106-6
  6. Lincoln Etchebéhère Júnior e Thiago Pereira de Sousa Lepinski. Cristandade Oriental: a Igreja Etíope na Idade Média. Revista Mirabilia. N. 9, 2009, p. 82

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