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As primeiras eleições presidenciais portuguesas após o 25 de Abril de 1974 tiveram lugar em 27 de Junho de 1976.
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Eleição presidencial de Portugal de 1976 | |||||||||||
27 de junho de 1976 | |||||||||||
Cargos a eleger: | Presidente da República Portuguesa | ||||||||||
Demografia eleitoral | |||||||||||
Hab. inscritos: | 6 467 480 | ||||||||||
Votantes : | 4 881 125 | ||||||||||
António Ramalho Eanes - PS, PPD, CDS, MRPP | |||||||||||
Votos: | 2 967 137 | ||||||||||
61.59% | |||||||||||
Otelo Saraiva de Carvalho - UDP, MES, FSP, PRP | |||||||||||
Votos: | 792 760 | ||||||||||
16.46% | |||||||||||
José Pinheiro de Azevedo - Independente | |||||||||||
Votos: | 692 147 | ||||||||||
14.37% | |||||||||||
Octávio Pato - PCP | |||||||||||
Votos: | 365 586 | ||||||||||
7.59% | |||||||||||
Mapa de Resultados | |||||||||||
Presidente da República Portuguesa | |||||||||||
A ela concorreram o general António Ramalho Eanes (independente, embora com o apoio dos partidos da esquerda moderada e do centro-direita), Otelo Saraiva de Carvalho (antigo comandante do COPCON, independente), José Pinheiro de Azevedo (antigo primeiro-ministro, independente) e Octávio Pato (com o apoio do PCP).
O prestígio que adveio a Ramalho Eanes da chefia das forças que derrotaram o movimento de 25 de Novembro do ano anterior facilmente o conduziram à vitória, tornando-se assim o primeiro presidente democraticamente eleito na história portuguesa. Foi o candidato mais votado em todos os distritos do continente (excepto no de Setúbal), bem como nas regiões autónomas.
Os resultados da eleição foram transmitidos em direto pela RTP1, a partir das 15 horas do dia 27 de junho até às 17 horas do dia 28, com a apresentação, em Lisboa, de Fernando Balsinha, José Alberto de Sousa, Seruca Salgado, Fernando Midões, Maria Elisa Domingues, José Viegas e Adriano Cerqueira, e do Porto, de Carlos Blanco e Manuela Melo, e Raul Durão a partir da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa[1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20][21][22][23][24][25].
Candidato (nome e idade) | Histórico político | Detalhes | ||
---|---|---|---|---|
António Ramalho Eanes (41) Independente, apoiado por PS, PPD, CDS e MRPP |
Presidente do Conselho de Administração da RTP (1974-1975) |
Tenente-Coronel dirigente das operações militares do Golpe de 25 de Novembro de 1975, Ramalho Eanes, serviu na Guerra Colonial, realizando comissões na Índia Portuguesa, Macau, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Depois de demorada carreira de combatente, Eanes encontrava-se ainda em serviço em Angola aquando da revolução de 25 de Abril. Aderiu ao Movimento das Forças Armadas e, regressado a Portugal, foi director de programas e nomeado presidente do conselho de administração da RTP, até março de 1975. | ||
José Pinheiro de Azevedo (59) Independente |
Primeiro-ministro de Portugal (1975-1976) |
Primeiro-ministro do VI Governo Provisório, Pinheiro de Azevedo integrou o MUD e foi apoiante das candidaturas de José Norton de Matos, Manuel Quintão Meireles e Humberto Delgado. Serviu na Guerra Colonial e, depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, foi nomeado para a Junta de Salvação Nacional, tendo sido promovido a chefe do Estado-Maior três dias depois. Empenhado na democratização do país durante o PREC, assumiu funções como primeiro-ministro do VI Governo Provisório em 19 de setembro de 1975, contribuindo para a normalização da vida nacional | ||
Otelo Saraiva de Carvalho (39) Independente, apoiado por UDP, MES, FSP e PRP |
Estratega da Revolução dos Cravos | Responsável pelo setor operacional da Comissão Coordenadora e Executiva do Movimento dos Capitães, elaborou o plano de operações militares do 25 de Abril de 1974. Dirigiu, além disso, as operações com outros militares, a partir do posto da Pontinha, no Regimento de Engenharia n. 1, onde esteve em permanência desde o fim da tarde de 24 de abril até ao dia 26 de abril de 1974. Depois da revolução, foi nomeado comandante da Região Militar de Lisboa e Comandante do Copcon. | ||
Octávio Pato (51) Partido Comunista Português (PCP) |
Deputado e Presidente do Grupo Parlamentar do PCP (1975-1976) |
Resistente anfi-fascista de longa data, Pato foi membro do Comité Central como membro suplente desde 1949, tendo como principais tarefas o controlo das tipografias clandestinas centrais do Partido, bem como trabalhar nas Direcções Regionais de Lisboa, do Norte e do Sul, assim como na redacção do jornal "Avante!". Em Dezembro de 1961 é preso pela PIDE, condenado a 8 anos e meio de cadeia, indefinitivamente prorrogáveis por "medidas de segurança". É por via de um movimento de solidariedade nacional e internacional que é libertado, em 1970. Após a sua libertação esteve alguns meses em Vila Franca de Xira, regressando de novo à clandestinidade. Pouco tempo depois é chamado ao Secretariado e à Comissão Executiva do Partido, ficando a seu cargo, entre outras tarefas, a redacção do jornal "Avante!"[26]. |
Houve também um candidato rejeitado pelo Supremo Tribunal de Justiça por não cumprir os requisitos legais:
Houve três debates para as eleições presidenciais 1976: um transmitido pela RTP1 e dois pela Emissora Nacional, através da colocação de questões aos candidatos.
Debates para as eleições presidenciais portuguesas de 1976 | ||||||||
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Data | Hora | Emissora | Moderador(es) | P Presente A Ausente N Não Convidado | Refs | |||
Eanes | Carvalho | Azevedo | Pato | |||||
9 de junho | 21h45-23h50 (2h) | RTP1 | Joaquim Letria | P | P | P | P | [29][30][31][32][33] |
10 de junho | EN | Manuel Barão da Cunha | A | P | P | P | [34][35] | |
11 de junho | A | P | P | P | [36] |
Candidato | Partidos apoiantes | 1ª Volta | ||
---|---|---|---|---|
Votos | % | |||
António Ramalho Eanes | PS, PPD, CDS, MRPP | 2 967 137 | 61,59 / 100,00 | |
Otelo Saraiva de Carvalho | UDP, MES, FSP, PRP | 792 760 | 16,46 / 100,00 | |
José Pinheiro de Azevedo | Independente | 692 147 | 14,37 / 100,00 | |
Octávio Pato | PCP | 365 586 | 7,59 / 100,00 | |
Votos Inválidos | 63 495 | 1,30 / 100,00 | ||
Total | 4 881 125 | 100,00 / 100,00 | ||
Eleitorado/Participação | 6 467 480 | 75,47 / 100,00 | ||
Fonte | [37] |
Círculo eleitoral | % | |||
---|---|---|---|---|
ARE | OSC | JPA | OP | |
Açores | 71,1 | 2,3 | 22,4 | 4,2 |
Aveiro | 74,5 | 7,0 | 15,9 | 2,7 |
Beja | 34,6 | 32,8 | 7,0 | 25,6 |
Braga | 70,2 | 8,1 | 19,0 | 2,8 |
Bragança | 82,6 | 3,3 | 11,4 | 2,7 |
Castelo Branco | 76,3 | 11,3 | 8,6 | 3,8 |
Coimbra | 71,9 | 9,6 | 14,1 | 4,3 |
Évora | 36,0 | 34,8 | 9,5 | 19,7 |
Faro | 52,9 | 24,8 | 14,7 | 7,7 |
Guarda | 82,9 | 4,2 | 10,5 | 2,4 |
Leiria | 76,6 | 9,2 | 9,9 | 4,4 |
Lisboa | 53,4 | 23,9 | 12,2 | 10,3 |
Madeira | 72,4 | 9,0 | 16,2 | 2,4 |
Portalegre | 56,1 | 16,6 | 12,8 | 14,4 |
Porto | 60,4 | 11,6 | 22,8 | 5,2 |
Santarém | 56,7 | 20,1 | 13,1 | 8,2 |
Setúbal | 29,9 | 41,8 | 9,6 | 18,7 |
Viana do Castelo | 74,6 | 6,9 | 14,7 | 3,7 |
Vila Real | 81,6 | 4,1 | 11,3 | 3,1 |
Viseu | 81,2 | 3,9 | 13,1 | 1,8 |
Portugal | 61,6 | 16,5 | 14,4 | 7,6 |
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