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eleições em 6 de novembro para eleger 35 senadores, 39 governadores, 435 representantes Da Wikipédia, a enciclopédia livre
As eleições nos Estados Unidos em 2018 foram realizadas no dia 6 de novembro nos 50 estados, 3 territórios, e no Distrito de Colúmbia, o distrito federal. Estas eleições de meio de mandato aconteceram na metade do primeiro mandato do presidente republicano Donald Trump. Todos os 435 assentos na Câmara dos Representantes e 35 das 100 vagas no Senado estavam em jogo, além dos governos de 39 estados e territórios, bem como inúmeras outras eleições estaduais e locais.
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Meio de mandato | |
Dia de votação | 6 de novembro |
Eleição para a Câmara dos Representantes | |
Representantes eleitos | 235 democratas 200 republicanos |
Maioria | Partido Democrata |
Democratas mantiveram assento Republicanos mantiveram assento Democratas ganharam assento Republicanos ganharam assento | |
Eleição para o Senado | |
Senadores eleitos | 53 republicanos 45 democratas 2 independentes |
Maioria | Partido Republicano |
Democratas mantiveram assento Republicanos mantiveram assento Democratas ganharam assento Republicanos ganharam assento Independentes mantiveram assento | |
Eleições para os governos estaduais | |
Governadores eleitos | 27 republicanos 23 democratas |
Maioria | Partido Republicano |
Democratas mantiveram assento Republicanos mantiveram assento Democratas ganharam assento Republicanos ganharam assento |
As eleições resultaram na vitória do Partido Democrata na disputa pela Câmara dos Representantes, marcando a primeira vez em oito anos que os democratas formaram maioria na câmara baixa do parlamento norte-americano. O partido de oposição a Trump ganhou 41 assentos, chegando a 235 representantes, registrando seu melhor resultado desde as eleições de 1974, ocorrida em meio ao descontentamento da população em virtude do escândalo de Watergate.
No Senado, o Partido Republicano aumentou sua maioria, a primeira vez desde 2002 que o partido do presidente elegeu uma bancada maior no Senado em uma eleição de meio de mandato. Os republicanos derrotaram senadores democratas na Flórida, Dakota do Norte, Indiana e Missouri, enquanto os democratas conquistaram assentos em Nevada e Arizona.
Os democratas ainda alcançaram ganhos significativos nas eleições estaduais, retomando os governos de Kansas, Michigan, Maine, Wisconsin, Nevada, Novo México e Illinois. As eleições legislativas estaduais também resultaram em um ganho líquido de mais de 350 vagas para os democratas. De modo geral, as eleições de 2018 tiveram participação recorde, com pelo menos 101 milhões de votos sendo contabilizados na disputa pela Câmara dos Representantes – ante 78 milhões nas eleições de meio de mandato de 2014.
As eleições de 2018 foram as primeiras desde a posse de Donald Trump como presidente, em janeiro de 2017, depois de derrotar Hillary Clinton na eleição presidencial de 2016, um resultado considerado "surpreendente" por muitos analistas.[1][2][3] As eleições de meio de mandato, tradicionalmente desfavoráveis ao partido do presidente em exercício, ocorreram com a aprovação de Trump marcando cerca de 40%, contra mais de 50% de desaprovação.[4][5] Como o Partido Republicano comandava o Poder Executivo e o Legislativo do governo federal desde 2017, as eleições de 2018 eram uma oportunidade para o Partido Democrata limitar a agenda do primeiro governo Trump e impor a sua própria.[6]
As eleições de 2018 tiveram um leque mais vasto e um maior número de propagandas eleitorais em relação a eleições de meio de mandato anteriores.[7] Quase metade de todas as propagandas dos democratas concentraram-se na saúde, em particular na defesa do Affordable Care Act, popularmente conhecido como Obamacare, e na manutenção das proteções para pessoas com doenças pré-existentes.[8] Quase um terço das propagandas dos republicanos se concentrava nos impostos, em particular no Tax Cuts and Jobs Act of 2017, uma legislação que diminuiu impostos.[8] De acordo com um relatório da CNN, "até agora, nas eleições para a Câmara, Senado e governos estaduais deste ano, mais de US$ 124 milhões foram gastos em mais de 280 mil propagandas na TV relacionadas à imigração... isso é mais do que cinco vezes o valor gasto durante as eleições de meio de mandato de 2014, quando cerca de US$ 23 milhões foram gastos em menos de 44.000 propagandas."[9]
Desde maio de 2018, Trump passou a enfatizar seu esforço para superar o padrão histórico que a oposição norte-americana tem de recuperar espaço no parlamento durante as eleições de meio de mandato, sendo "prioridade máxima para a Casa Branca manter a maioria republicana no Senado." À época, Trump já estava realizando eventos de campanha para sua própria candidatura à reeleição em 2020, anunciada no dia de sua posse.[10] No decorrer da campanha em 2018, Trump focou nos bons resultados da economia, em sua proposta para construir um muro em toda a fronteira com o México, a defesa da guerra comercial com a China e os ataques à imprensa.[11][12]
Em outubro de 2018, o The New York Times e o The Washington Post noticiaram que o foco principal das mensagens republicanas era infundir o medo em relação a imigração e a raça.[13][14] O jornal canadense Toronto Star relatou que, quando as eleições de meio de mandato se aproximaram, Trump recorreu a "uma nevasca de medo e mentiras, muitas delas sobre estrangeiros de pele mais escura."[15] Em outra estratégia republicana, candidatos do partido vulneráveis que votaram a favor do projeto rejeitado que teria revogado e substituído o Obamacare procuraram defender seus votos com o que a CNN descreveu como "falsidades e ofuscações."[16] Vários desses candidatos republicanos afirmaram apoiar as disposições do Obamacare, como proteções para condições pré-existentes, mesmo que tenham votado por esforços que as enfraqueceram ou as eliminaram.[16]
Após os resultados frustantes das eleições de 2016, os democratas usaram como estratégia para 2018 o foco na saúde e no governo de Donald Trump. Líderes democratas, como o ex-presidente Barack Obama, defenderam que uma vitória do partido representaria "mais responsabilidade a Washington" pois traria um equilíbrio aos poderes, ajudando a frear as políticas de Trump e os republicanos.[17][18][19] O partido buscou mobilizar as mulheres, os jovens, os negros e os latinos, ambos grupos vistos como favoráveis aos democratas.[20][21] Em 2018, 41% dos vencedores das primárias democratas em todo o país eram mulheres, um número historicamente alto; dos 435 candidatos indicados pelo partido para o Congresso, 197 eram mulheres.[22][23][24][25]
Dado o cenário difícil para os democratas na disputa pelo Senado, o partido priorizou reconquistar a Câmara dos Representantes.[26][27] Boa parte dos distritos mirados pelos democratas que estavam em poder dos republicanos estava localizada nos subúrbios, onde a aprovação de Trump permanecia baixa.[28]
Todos os mandatos dos ocupantes das 435 vagas com direito a voto na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos foram renovados. Além disso, foram realizadas eleições para a escolha de delegados sem direito a voto para o Distrito de Colúmbia e os territórios norte-americanos, com exceção do comissário residente de Porto Rico, cujo mandato é de quatro anos.[30][31]
O número de congressistas republicanos que decidiram não concorrer à reeleição ou até mesmo que renunciariam a seus assentos antes do término da sessão legislativa foi muito maior do que em qualquer ano desde 2006, quando os republicanos perderam o controle da Câmara. A maioria desses congressistas tinham perspectivas difíceis se fossem candidatos em 2018. Entre os democratas, o número de representantes que estavam deixando seus cargos seguia os padrões anteriores.[32] O número desproporcional de aposentadorias republicanas pode ter prejudicado as perspectivas do partido, devido à perda da vantagem que os ocupantes dos cargos costumam ter.[33][34]
Um terço das vagas (33) do Senado dos Estados Unidos foi disputada, além de duas em eleições especiais. Destas, 24 eram ocupadas por democratas, nove por republicanos (três dos quais decidiram não concorrer à reeleição) e dois independentes, que costumam integrar o caucus democrata. De acordo com o Five ThirtyEight, em 2018 os democratas enfrentaram o mapa para o Senado mais desfavorável que qualquer partido já enfrentou em qualquer eleição.[35][36] Dos 24 senadores democratas candidatos à reeleição, dez eram de estados onde Trump ganhou em 2016, enquanto um era de um estado vencido por Hillary.[37][38] Na Virgínia Ocidental, o senador democrata Joe Manchin concorreu à reeleição em um estado que Trump venceu por 68-26%, ao mesmo tempo que Heidi Heitkamp, democrata da Dakota do Norte, defendeu seu mandato em um estado que também deu a Trump mais de 60% dos votos.[39][38]
Entre as disputas para o Senado, o presidenciável republicano em 2012 Mitt Romney concorreu em Utah, a senadora em exercício mais idosa (85 anos) Dianne Feinstein concorreu à reeleição na Califórnia e no Texas a eleição entre Beto O'Rourke e Ted Cruz fora excepcionalmente acirrada, em contraste com as outras eleições recentes no estado em que os republicanos venceram facilmente.[40][41][42][43]
As eleições estaduais de 2018 terão impacto sobre o redistritamento que se seguirá ao Censo dos Estados Unidos de 2020, já que muitos estados exigem que os governadores e os legisladores estaduais estabeleçam os novos mapas para a Câmara dos Representantes e os legislativos estaduais.[44]
Foram realizadas eleições para os governos de 36 estados dos Estados Unidos e três territórios norte-americanos, bem como para prefeito do Distrito de Colúmbia.[45][46] As constituições de muitos desses estados previam limites de mandato, impedindo que o ocupante do executivo permanecesse no cargo por vários anos. Dois governadores democratas não podiam concorrer à reeleição, enquanto seis eram elegíveis. Entre os republicanos, doze eram elegíveis e onze inelegíveis. Um governador independente era elegível.[47]
As eleições aos governos estaduais consideradas mais disputadas, tanto pelos partidos quanto por analistas, ocorreram em Nevada, Geórgia, Kansas, Wisconsin, Ohio, Dakota do Sul, Iowa, Oregon, Flórida, Maine, Novo México, Connecticut e Alaska.[48] Os democratas lideraram com relativa folga nos populosos estados da Califórnia, Illinois, Nova Iorque e Pensilvânia.[47] Os governadores Scott Walker (Wisconsin) e Andrew Cuomo (Nova Iorque) concorreram a um terceiro mandato.[49][50] Em Illinois, os candidatos democrata e republicano estabeleceram a eleição para um governo estadual mais cara da história dos EUA, com mais de U$$ 280 milhões sendo arrecadados — em parte pelos próprios candidatos, ambos milionários.[51][52]
Das 99 câmaras legislativas estaduais, 87 foram renovadas, representando 6.069 dos 7.383 assentos legislativos do país (82%). Em algumas câmaras legislativas, todos os mandatos foram renovados; algumas câmaras com mandatos escalonados realizaram eleições apenas para uma parte dos assentos do legislativo.[53][nota 1]
Foram votados 134 referendos em 34 estados. As votações incluíram muitas iniciativas sobre as reformas do redistritamento e direitos ao voto, maconha, saúde e impostos.[54] Como resultados dos referendos, o Colorado e o Michigan estabeleceram comissões independentes de redistritamento, enquanto Nebraska, Utah e Idaho expandiram o acesso ao Medicaid. Na Flórida, os eleitores aprovaram a Emenda 4, que restaurou os direitos ao voto para alguns criminosos que cumpriram suas sentenças.[55]
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