Loading AI tools
10.º pleito presidencial da Costa do Marfim Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A eleição presidencial na Costa do Marfim em 2010 ocorreu em dois turnos. O primeiro turno foi realizado em 31 de outubro de 2010[1] e o segundo turno, no qual o presidente Laurent Gbagbo enfrentou o líder da oposição Alassane Ouattara, ocorreu em 28 de novembro do mesmo ano.
2000 ← → 2015 | ||||
31 de outubro (1.º turno) 28 de novembro (2.º turno) | ||||
---|---|---|---|---|
Candidato | Alassane Ouattara | Laurent Gbagbo | ||
Partido | RDR | FPI | ||
Vencedor em | 8 estados | 11 estados | ||
Votos | 1 481 091 (1.º turno) 1 938 672 (2º turno; CC) 2 483 164 (2º turno; IEC) |
1 756 504 (1.º turno) 2 054 537 (2º turno; CC) 2 107 055 (2º turno; IEC) | ||
Porcentagem | 32.07% (1.º turno) 48.55% (2º turno; CC) 54.10% (2º turno; IEC) |
38.04% (1.º turno) 51.45% (2º turno; CC) 45.90% (2º turno; IEC) | ||
Titular Eleito |
Originalmente programada para 2005, a votação foi adiada por várias vezes, em decorrência da guerra civil e da dificuldade de organizar e preparar as eleições. Finalmente, um acordo de paz entre o governo e os ex-rebeldes das Forças Novas foi assinado em março de 2007[2] e, no final de abril de 2009, foi noticiado que a eleição seria realizada em 6 de dezembro de 2009 e que a data seria formalmente anunciada em breve[3] Em 15 de maio de 2009, as eleições foram marcadas para 29 de novembro do mesmo ano.[4]
O pleito que deveria ter ocorrido em 29 de novembro de 2009 acabou não acontecendo devido ao atraso na atualização das listas eleitorais, segundo informou o presidente do Conselho Econômico e Social da Costa do Marfim, Laurent Dona Fologo, autoridade próxima do então presidente Laurent Gbagbo. Em 3 de dezembro de 2009 foi anunciado que seria realizada no final de fevereiro ou início de março do ano seguinte.
O representante local da ONU, Choi Young-jin, alertou que os atrasos nos preparativos do pleito fragilizavam a paz no país. "Infelizmente, o ritmo do processo foi extremamente lento", disse ele, acrescentando que "os atrasos acumulados são a nossa principal causa de inquietação porque podem colocar em perigo todo o processo de paz na Costa do Marfim". Choi considerou que os atrasos se deviam à burocracia e à complexidade logística da operação. Onze milhões de pessoas deveriam ser identificadas e, dentre elas, nove milhões deveriam ser inscritas nas listas eleitorais, com a ajuda de um sistema muito sofisticado, segundo informou o representante da ONU.[5]
Candidato | Partido | 1.º turno | 2.º turno (segundo CC)[7] |
2.º turno (segundo IEC)[8] | |||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Votos válidos | % | Votos válidos | % | Votos válidos | % | ||
Laurent Gbagbo | FPI | 1 756 504 | 38.04 | 2 054 537 | 51.45 | 2 107 055 | 45.90 |
Alassane Ouattara | RDR | 1 481 091 | 32.07 | 1 938 672 | 48.55 | 2 483 164 | 54.10 |
Henri Konan Bédié | PCDI | 1 165 532 | 25.24 | ||||
Albert Toikeusse Mabri | UDPCI | 118 671 | 2.57 | ||||
Demais candidatos | Demais partidos | 96 023 | 2.08 | ||||
Votos em branco/nulos | 225 624 | – | |||||
Total de votos registrados | 4 843 445 | 100 | |||||
Eleitorado apto a votar | 5 784 490 | 83.73 |
A eleição, na qual a etnicidade e a cisão do país entre norte e sul desempenharam um papel crucial, em última instância opôs o presidente Gbagbo, que tem uma sólida base de apoio no sul, contra o líder da oposição e ex-primeiro-ministro Ouattara, que tem o apoio de grande parte do norte. Antes e após segundo turno registraram-se graves tensões e alguns incidentes violentos, mas os observadores internacionais consideraram que a eleição tenha sido essencialmente livre e justa.
Em 2 de dezembro de 2010, a Comissão Eleitoral Independente (CEI) divulgou os resultados provisórios, mostrando que Ouattara havia vencido a eleição no segundo turno com 54,10% dos votos. No entanto, o presidente do Conselho Constitucional declarou imediatamente que os resultados eram inválidos[9] e, no dia seguinte, declarou Gbagbo vencedor com 51,45% dos votos.[10]
Tanto Gbagbo como Ouattara reivindicaram a vitória e fizeram o juramento presidencial. Os acontecimentos que se seguiram levaram o país a uma crise política. A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Europeia, os Estados Unidos e a França, antiga potência colonial, afirmaram seu apoio à Ouattara e pediram que Gbagbo deixasse a presidência.[11][12][13]
Em 18 de dezembro, Gbagbo ordenou que todas forças de manutenção da paz das Nações Unidas deixassem do país,[14] o que a ONU recusou, e o Conselho de Segurança ampliou o mandato da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim até 30 de junho de 2011. Potências internacionais chegaram, inclusive, à possibilidade de aumentar as forças da ONU no país. O Banco Mundial suspendeu os empréstimos ao país e restrições de viagem foram impostas a Gbagbo e seus aliados políticos.[15] As crescentes tensões políticas resultaram em aumentos de até 10% nos preços do cacau, do qual a Costa do Marfim é a maior produtora mundial.[16]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.