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Os efeitos da poluição sonora na saúde têm sido amplamente discutidos, uma vez que podem acarretar danos à saúde em geral, especialmente a saúde auditiva. A poluição sonora é um dos vários tipos de poluições ambientais que existem em todo o mundo. Pode ser descrita como a propagação de ruído com um efeito nocivo, causando impacto na vida fisiológica e psicológica dos humanos ou animais[1]. Algumas das fontes identificadas de poluição sonora são música alta de concertos, edifícios religiosos como igrejas e mesquitas, comícios políticos, tráfego, eventos esportivos, construção e atividades industriais. Em todas as fontes mencionadas, áreas com alto risco de poluição sonora são locais residenciais perto de estradas principais, aeroportos e indústrias manufatureiras[2][3].
Robert Koch, ganhador do Prêmio Nobel, previu em 1910 que ‘’Um dia o homem terá que lutar contra o ruído tão ferozmente quanto a peste e o cólera”[4]. Na Europa, o ruído do tráfego é responsável por 18.000 mortes prematuras, 1,7 milhões de casos de hipertensão e 80.000 hospitalizações a cada ano[5]. Em 2011, a Organização Mundial de Saúde e a União Europeia afirmaram conjuntamente que o ruído tornou-se o segundo maior perigo para a saúde pública após a poluição do ar[6]. Na China, em 2020 foram relatados mais de 2 milhões de reclamações sobre ruído ambiental, envolvendo ruído doméstico, ruído de construção, ruído industrial e ruído de tráfego[7].
A exposição a sons muito elevados afeta não só o bem-estar do cidadão, como também causa danos à sua saúde física e mental, mesmo que ele não perceba isso ou acredite não ser afetado. Estudos feitos na última década alertam para o fato de que a exposição contínua ao ruído está deixando de ser percebida de forma consciente ou incômoda. Porém, apesar de não perceptível, os danos causados na saúde auditiva continuam existindo. [8]Um importante desafio dos grandes centros é o controle da poluição sonora, agravado principalmente pelo aumento do número de veículos e crescimento das cidades e industrias próximas as áreas urbanas. [9]
Inúmeros são os prejuízos que a poluição sonora pode provocar, dependendo de fatores como: a intensidade, a duração e apresentação do som; a suscetibilidade de cada pessoa; a combinação entre o ruído e agentes ototóxicos (medicamentos, produtos químicos ou outras substâncias), ruído e vibração, entre outros [10]. Os efeitos do excesso de ruído podem ter aspecto fisiológico, como perda da audição, ou até mesmo psicológico, como alterações do sono e estresse nervoso.[9] Por isso, para fins didáticos, esses efeitos são divididos em: efeitos auditivos e não-auditivos.
A literatura aponta para a abundância de evidências dos efeitos adversos da poluição sonora na saúde pública em geral. O agravamento da situação da poluição sonora é que ela não foi elevada ao nível das outras formas de poluição. Além disso, as recomendações sugeridas por vários autores sobre as diferentes estratégias de combate à poluição sonora não foram consideradas e implementadas[11].
O ruído é um tipo de som listado como um dos poluentes ambientais mais comuns com impactos adversos à saúde. Tecnicamente, o ruído é qualquer som indesejado, desagradável, inesperado e mais alto do que os limites[12]. Seus níveis elevados estão causando efeitos na saúde que variam de pequenos a grandes, bem como na qualidade de vida. Foi reconhecida como uma das principais ameaças ambientais resultantes do robusto desenvolvimento industrial e dos sistemas de transporte ao longo dos anos[13]. Os níveis de poluição sonora são apresentados medindo seu volume usando uma escala logarítmica de decibéls (dB).
O ruído é um fenômeno físico, composto por diferentes frequências que não formam um padrão acústico. Assim, é considerado um sinal complexo, não periódico, sem uma frequência fundamental fixa, de comportamento imprevisível e, portanto, difícil de caracterizar com exatidão.[14]
Poluição sonora é a emissão de ruídos desagradáveis que, ultrapassados os limites toleráveis para o conforto humano e níveis legais, principalmente de maneira contínua, pode causar prejuízo à saúde humana, interferindo no equilíbrio do organismo humano, ou ao bem estar da comunidade. Essa poluição também pode ser vista como o conjunto de todos os ruídos, em determinado ambiente, manifestados ao mesmo tempo, independente de suas fontes sonoras serem as mesmas ou não.[9]
As características determinantes da exposição ao ruído são sua natureza (natural, artificial, endógeno ou exógeno), intensidade (em deciBel - dB) e o tempo de exposição, sendo estes dois últimos os mais importantes para a mensurar a exposição ao ruído. Além disso, é considerado a terceira maior causa de poluição do mundo, estando atrás somente da poluição do ar e da água.[15]
O efeito adverso do ruído é definido como uma mudança na morfologia e fisiologia de um organismo que resulta em comprometimento da capacidade funcional. Esta definição inclui qualquer rebaixamento temporário ou de longo prazo do funcionamento físico, psicológico ou social de seres humanos ou órgãos[16].
O barulho é interpretado pelo organismo como prenúncio de perigo, o que causa liberação das reservas de energia para uma possível defesa contra esse perigo. O esgotamento desse estoque de energia traz diversos problemas, como o cansaço, irritabilidade, ansiedade, insônia, falha de memória, falta de concentração e até doenças respiratórias, digestivas e mentais.[24]
Além disso, o ruído também está relacionado à elevação da pressão arterial, aumento do estresse, diminuição da produtividade dos trabalhadores e redução do desempenho dos estudantes. O aumento do estresse causado pela exposição ao ruído por tempo prolongado pode resultar em problemas cardiovasculares como o infarto do miocárdio[25] e o agravamento de doenças crônicas, como a angina. [26]
A exposição ocupacional ao ruído se refere à situação em que os trabalhadores estão expostos a níveis elevados de ruído durante suas atividades profissionais. Essa exposição prolongada ao ruído pode ter efeitos prejudiciais para a saúde auditiva dos trabalhadores[27].
A exposição contínua a níveis elevados de ruído no local de trabalho pode levar a danos na audição, como perda auditiva induzida por ruído (PAIR) e zumbido nos ouvidos. Esses efeitos podem ser temporários ou permanentes, dependendo da intensidade e duração da exposição[28].
Muitos países estabelecem limites de exposição ocupacional ao ruído, que determinam o nível máximo de ruído ao qual os trabalhadores podem ser expostos sem risco significativo para a saúde auditiva. Esses limites são geralmente expressos em decibéis ponderados em relação ao tempo (dBA) e são baseados em recomendações internacionais[29].
É necessário avaliar os níveis de ruído no local de trabalho e determinar se os trabalhadores estão expostos a níveis acima dos limites estabelecidos. Isso pode envolver medições de ruído em diferentes áreas de trabalho e a identificação de medidas de controle apropriadas[30]. O Programa de Conservação Auditiva (PCA) é um conjunto de ações que preservam a integridade auditiva do trabalhador exposto a níveis nocivos de ruído. Essa iniciativa tem caráter contínuo, incluindo medidas de proteção coletiva, individual e exames de monitoramento.
Para reduzir a exposição ocupacional ao ruído, os empregadores devem implementar medidas de controle adequadas. Isso pode incluir o uso de equipamentos de proteção auricular, como protetores auriculares, a modificação de processos de trabalho para reduzir a geração de ruído, a implementação de barreiras acústicas e a manutenção adequada de máquinas e equipamentos[31].
Os empregadores devem fornecer treinamento adequado aos funcionários sobre os riscos associados à exposição ocupacional ao ruído e as medidas de proteção que devem ser adotadas. Isso inclui informações sobre o uso correto de equipamentos de proteção auricular e a importância da conscientização sobre a saúde auditiva.
Em muitos casos, é recomendado que os trabalhadores expostos a níveis elevados de ruído realizem exames auditivos regulares. Esses exames ajudam a monitorar a saúde auditiva dos trabalhadores e detectar precocemente quaisquer alterações auditivas.
Lembrando que, em casos de exposição frequente e prolongada a ruídos altos, é importante buscar aconselhamento médico especializado para avaliação e acompanhamento da saúde auditiva.
As regulamentações sobre poluição sonora podem variar de país para país, mas em muitas jurisdições existem leis e regulamentos específicos para controlar e mitigar a poluição sonora. Aqui estão alguns exemplos de medidas regulatórias comuns:
É importante verificar as regulamentações específicas do seu país, estado ou cidade para obter informações detalhadas sobre as leis e regulamentos locais relacionados à poluição sonora. As autoridades locais, como agências ambientais ou departamentos de controle de ruído, geralmente são responsáveis pela aplicação dessas regulamentações.
As regulamentações sobre ruído ambiental geralmente especificam um nível máximo de ruído externo de 60 a 65 dB, enquanto as organizações de segurança ocupacional recomendam que a exposição máxima a ruído seja de 85 dB para uma jornada de trabalho de 8 horas. Para cada 5 dB adicional, é reduzida pela metade o tempo máximo de exposição permitido, ou seja, em uma exposição de 90 dB é reduzido pela metade o tempo de exposição, ou seja, 4 horas.
Com a intenção de reduzir e evitar a PAIR, foram criados muitos programas e iniciativas, como o programa Buy Quiet, que incentiva os empregadores a comprarem ferramentas e equipamentos mais silenciosos, e o Safe-In-Sound Award, que reconhece organizações que desenvolvem estratégias de prevenção de perdas bem-sucedidas.
No Brasil, a legislação sobre ruído e poluição sonora é regulada em níveis federal, estadual e municipal. Aqui estão algumas das principais leis e regulamentos relacionados ao ruído no país:
Além dessas leis e normas federais, é importante verificar as leis e regulamentos específicos dos estados e municípios, pois muitas vezes eles possuem legislações próprias sobre ruído e poluição sonora. As autoridades ambientais e os órgãos responsáveis pela fiscalização são responsáveis pela aplicação e pelo cumprimento dessas leis.
As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os níveis de ruído ambiental visam proteger a saúde humana e prevenir os efeitos prejudiciais do ruído. Essas diretrizes são baseadas em pesquisas científicas e fornecem recomendações para limites de ruído em diferentes contextos. Aqui estão algumas das principais diretrizes da OMS[44]:
Os limites de ruído podem variar entre diferentes países e regiões, dependendo das regulamentações locais. Além disso, a OMS também destaca a importância de abordar o ruído em uma abordagem mais ampla de gestão ambiental, considerando não apenas os níveis de ruído, mas também a duração, a frequência e a natureza dos eventos sonoros.
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