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Condição médica do aparelho reprodutor feminino Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infeção da parte superior do aparelho reprodutor feminino, nomeadamente do útero, trompas de falópio, ovários, e do interior da bacia.[9][2] Em muitos casos a doença é assintomática.[1] Quando estão presentes, os sinais e sintomas mais comuns são dor no baixo ventre, corrimento vaginal, febre, ardor ao urinar, dor na relação sexual e menstruação irregular.[1] Quando não é tratada, a longo prazo a doença pode causar complicações como infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crónica e cancro.[2][3][4]
Doença inflamatória pélvica | |
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Locais de infeção mais comuns na doença inflamatória pélvica | |
Especialidade | Ginecologia |
Sintomas | Dor no baixo ventre, corrimento vaginal, febre, ardor ao urinar, dor na relação sexual, menstruação irregular[1] |
Complicações | Infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crónica, cancro[2][3][4] |
Causas | Bactérias que se propagam a partir da vagina e colo do útero[5] |
Fatores de risco | Gonorreia, clamídia[2] |
Método de diagnóstico | Com base nos sintomas, ecografia, laparoscopia[2] |
Prevenção | Abstinência sexual, número reduzido de parceiros sexuais, preservativo[6] |
Tratamento | Antibióticos[7] |
Frequência | 1,5% das mulheres jovens por ano[8] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | N70-N77, N73.9 |
CID-9 | 614.9, 614-616.99, 614.8 |
CID-11 | 1230041477 |
DiseasesDB | 9748 |
MedlinePlus | 000888 |
eMedicine | 256448 |
MeSH | D000292 |
Leia o aviso médico |
A doença é causada por bactérias que se propagam a partir da vagina e do colo do útero.[5] Entre 75 e 90% dos casos são causados por infeções por Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis.[2] É frequente estarem envolvidas várias bactérias diferentes.[2] Cerca de 10% das pessoas com clamídia não tratada e 40% das pessoas com gonorreia não tratada desenvolvem DIP.[2][10] Os fatores de risco são semelhantes aos da generalidade das infeções sexualmente transmissíveis, como elevado número de parceiros sexuais e consumo de drogas.[2] A lavagem vaginal pode também aumentar o risco.[2] O diagnóstico geralmente tem por base os sinais e sintomas.[2] Está recomendado que se suspeite da doença em todas as mulheres em idade fértil que apresentem dor no baixo ventre.[2] O diagnóstico pode ser definitivamente confirmado quando, durante uma laparoscopia, se observa pus a envolver as trompas de falópio.[2] O diagnóstico pode ainda ser auxiliado por ecografia.[2]
Entre as medidas de prevenção estão a abstinência sexual ou redução do número de parceiros sexuais e a utilização de preservativo durante as relações sexuais.[6] O rastreio e posterior tratamento de mulheres com risco de clamídia também diminui o risco de DIP.[11] Quando se suspeita do diagnóstico, geralmente recomenda-se tratamento.[2] Está também recomendado o tratamento dos parceiros sexuais da mulher.[11] Em pessoas com sintomas ligeiros a moderados, está recomendada uma injeção do antibiótico ceftriaxona, seguida por duas semanas com doxiciclina e possivelmente metronidazol por via oral.[7] Em pessoas que não melhoram após três dias ou que apresentam sintomas graves podem ser administrados antibióticos por via intravenosa.[7]
Em 2008 ocorreram em todo o mundo cerca de 106 milhões de casos de clamídia e em igual número de gonorreia.[10] No entanto, o número de casos de DIP não é claro.[8] Estima-se que em cada ano a doença afete cerca de 1,5% de todas as mulheres jovens.[8] Nos Estados Unidos, a DIP afeta um milhão de pessoas por ano.[12] Na década de 1970, um tipo de dispositivo intrauterino denominado "escudo de Dalkon" levou a um aumento dos casos de DIP.[2] No entanto, os dispositivos intrauterinos atuais não estão associados a este problemas após o primeiro mês.[2]
Os sintomas de DIP incluem[13]:
A infecção pode se espalhar causando apendicite, peritonite, hepatite ou abscessos. Após um longo período de inflamação as cicatrizes no aparelho reprodutor feminino podem resultar em infertilidade, gravidez ectópica e Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (peritonite com fibrose hepática).[14]
A grande maioria dos casos é causada pelas bactérias Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae, e frequentemente é causado por múltiplas bactérias, mas também pode ser causado pela Prevotella, alguma espécie de Streptococcus ou por outras bactérias menos frequentes.[15]
A principal via de transmissão é por relação sexual sem camisinha. A infecção ascende da vagina para os outros órgãos pélvicos.
A suspeita surge sintomas de infecção associados a dor no exame pélvico, além de sensibilidade ao toque cervical, desconforto uterino ou anexial. O DIP pode ser confirmado com um hemograma completo, taxa de sedimentação de eritrócitos (ESR), Proteína c-reativa, cultivo da flora cervical e exame de imagens. Também é comum investigar se há Clamídia ou Gonorreia com um NAAT (Nucleic acid amplification tests). [16]
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