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Demócrito César de Souza Filho (Recife, 27 de outubro de 1921 - 3 de março de 1945) foi um estudante brasileiro morto em praça pública por forças do governo de Getúlio Vargas[1][2][3].
Demócrito de Souza Filho iniciou seu estudo de Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1941,[1] durante a ditadura de Getúlio Vargas.
Em 1944, realizou-se no salão nobre da Faculdade de Direito uma sessão extraordinária para comemorar a tomada de Roma pelos exércitos aliados.
A eleição, naquele ano, da presidência do diretório acadêmico da faculdade fez que alguns candidatos derrotados ligados ao governo vissem naquela eleição a ameaça de criação de uma oposição. Aquela eleição motivou a criação da União dos Estudantes de Pernambuco.
Em 7 de setembro daquele ano autoridades policiais prenderam intelectuais, professores e estudantes. Entre os presos estava o estudante Demócrito de Sousa Filho. Todos foram soltos 4 dias depois.[2]
No dia 2 de março de 1945, no restaurante Lero-Lero, os estudantes Demócrito de Sousa Filho e Jorge Carneiro da Cunha rasgaram um retrato de Getúlio Vargas e distribuíram seus pedaços entre os presentes. O incidente gerou reação imediata da polícia política e fez com que os estudantes se refugiassem no Diario de Pernambuco.
Em 3 de março de 1945, os estudantes promoveram uma passeata em protesto contra a ditadura Vargas.
Na Praça da Independência, diante do prédio do Diario de Pernambuco foi feito um comício. O primeiro orador foi o estudante Odilon Ribeiro Coutinho. Depois, da sacada do prédio do Diário, durante o discurso de Gilberto Freyre, a polícia de Pernambuco abriu fogo em várias direções. Uma bala atingiu Demócrito de Sousa Filho, que estava ao lado do orador. Outra bala matou o operário Manuel Elias dos Santos, conhecido por Manuel Carvoeiro, que estava entre o povo.
Demócrito ainda foi socorrido no antigo Hospital de Pronto Socorro, mas morreu na noite daquele mesmo dia.[4]
O fato gerou um inquérito, onde o governo foi responsabilizado[3], que não levou a punição de nenhum integrante da polícia, alegando "crime de multidão"[nota 1][7].
O Diario de Pernambuco foi empastelado, passando 40 dias sem circular e só voltando por força de mandado de segurança.
Alguns historiadores entendem que a morte de Demócrito de Sousa Filho selou o fim da ditadura de Getúlio Vargas.
“ | Destroem-se Vidas mas não se assassinam ideais | ” |
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