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A Convenção Batista Brasileira é uma associação cristã de igrejas batistas brasileiras. Ela é afiliada à Baptist World Alliance (BWA) e sediada no Rio de Janeiro.
Convenção Batista Brasileira | |
Classificação | Cristã |
---|---|
Teologia | Batista |
Associações | Baptist World Alliance |
Área geográfica | Brasil |
Sede | Rio de Janeiro |
Fundador | Salomão Ginsburg |
Origem | 1907 (117 anos) Salvador, Bahia, Brasil |
Congregações | 13.899[nota 1] (2023)[1] |
Membros | 1.814.158 (2023)[1] |
Organização missionária | Junta de Missões Mundiais |
Site oficial | convencaobatista.com.br |
A Convenção Batista Brasileira tem sua gênese histórica no estabelecimento da primeira igreja Batista em Salvador (Bahia) em 1882, por uma missão americana da Junta de Missão Internacional.[2]
Os casais de missionários batistas norte-americanos, recém-chegados ao Brasil, os pioneiros William Buck Bagby e Anne Luther Bagby e Zacharias Clay Taylor e Katherine Steves Crawford Taylor, auxiliados pelo ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara d'Oeste, decidiram iniciar a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250 mil habitantes. Ali chegaram no dia 31 de agosto de 1882 e, no dia 15 de outubro, organizaram a PIB do Brasil com cinco membros: os dois casais de missionários e o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque.
Nos primeiros 25 anos de trabalho, Bagby e Taylor, auxiliados por outros missionários e por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4 200 membros.
O sucesso do trabalho no Nordeste encheu o Dr. Bagby de coragem e ele resolveu partir para o Rio de Janeiro, onde fundou uma congregação na Rua de Santana que, logo de início, conseguiu a adesão de quatro pessoas. Tal congregação é hoje a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro.[3]
Na reunião realizada em 1907, na cidade de Salvador (BA), com a presença e apoio de 32 "delegados", mensageiros e representantes de 39 igrejas a convenção é oficialmente fundada.[4]
A Convenção Batista Brasileira, constituída pelas igrejas batistas que livremente se associam para sua formação, é uma associação religiosa que tem por finalidade promover o reino de Deus em todos os seus aspectos, por todos os meios eticamente lícitos.
A existência e objetivos da Convenção Batista Brasileira se assentam sobre quatro pilares básicos, a saber:
Estes pilares básicos formam o arcabouço da Convenção Batista Brasileira e lhe fornecem a sustentação bíblica.
Ano | Igrejas[nota 2] | Membros |
---|---|---|
2000 | 4.810 | 902.000 [5] |
2002 | 9.913 | 944.515[6] |
2003 | 10.079 | 973.515[6] |
2004 | 10.227 | 990.000[6] |
2006 | 10.233 | 1.009.100[6] |
2006 | 10.268 | 1.045.500[6] |
2007 | 10.305 | 1.116.000[6] |
2008 | 11.494 | 1.169.448[6] |
2009 | 11.865 | 1.274.552[6] |
2010 | 12.693 | 1.361.212[6] |
2011 | 12.359 | 1.432.869[6] |
2012 | 12.722 | 1.536.298[6] |
2013 | 12.820 | 1.608.073[6] |
2014 | 13.037 | 1.618.663[7][6] |
2015 | 13.436 | 1.673.522[8] |
2016 | 13.697 | 1.706.003[9][10][11][11] |
2017 | 13.855 | 1.719.808[6] |
2018 | 13.713 | 1.775.390[12] |
2019 | 13.716[nota 3] | 1.790.227 [6] |
2022 | 9.070 [nota 4] | 1.797.597[13] |
2023 | 13.899[nota 5] | 1.814.158[1] |
A denominação passou, entre 2002 e 2019 por um crescimento rápido e acima da média do crescimento populacional brasileiro. Neste período, o número de membros cresceu 89,53%.[6] No mesmo período, a população brasileira cresceu 17,07%.[14][15]
Em 2024, a denominação publicou sua mais recente estatística, relativa aos dados de 2023, na qual relatou ser formada por 9.238 igrejas, 4.661 congregações (um total de 13.899 locais de culto) e 1.814.158 membros.[1]
Assim sendo, é a maior denominação protestante não pentecostal do Brasil por número de membros.
A Convenção tem uma confissão de fé batista. Ou seja, acreditam que o batismo consiste na imersão do fiel em água, após sua pública profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador. Simbolizando a morte e sepultamento do "velho homem" e a ressurreição para uma nova vida em identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo e também prenúncio da ressurreição dos remidos.[16]
Além disso, defendem a Bíblia como única regra de fé e conduta, a separação entre igreja e Estado, e o conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma[16].
Salomão Luiz Ginsburg foi a primeira pessoa a pensar na organização de uma Convenção nacional dos batistas brasileiros.
Mas, somente em 1907, a ideia foi concretizada. A.B. Deter, Zacharias Clay Taylor e Salomão Luiz Ginsburg concordaram em dar prosseguimento ao plano. Eles conseguiram a adesão de outros missionários e de líderes brasileiros. A comissão organizadora optou pela data de 22 de junho de 1907 para organizar a Convenção, na cidade de Salvador, quando transcorreriam os primeiros 25 anos do início do trabalho batista brasileiro, também começado na referida cidade.
No dia aprazado, no prédio do ALJUBE, onde funcionava a Primeira Igreja Batista de Salvador, em sessão solene, foi realizada a primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, composta de 43 mensageiros enviados por igrejas e organizações. Criada a Convenção, foi eleita sua primeira diretoria: Presidente - Francisco Fulgêncio Soren; 1º Vice-presidente - Joaquim Fernandes Lessa 2º Vice-presidente - João Borges da Rocha; 1º Secretário - Teodoro Rodrigues Teixeira; 2º Secretário - Manuel I. Sampaio; Tesoureiro - Zacharias Taylor.
As Convenções Batistas são eventos anuais, realizados em caráter ordinário, quando se elegem sua Mesa Diretora, apreciam-se os relatórios, e renovam-se diversos órgãos convencionais, como a União Masculina Missionária, União Feminina, e diversas Juntas são renovadas, como de Missões Mundiais, ou Nacionais, além das áreas de educação, comunicação, Juventude, etc. - são sempre realizadas em uma cidade diversa, e suas deliberações são tomadas por mensageiros, isto é, representantes das Igrejas associadas, pelo voto da maioria. A CBB edita O JORNAL BATISTA há mais de 100 anos, e publicações de caráter educacional, e cultural.
A convenção conta com 17 escolas primárias e secundárias filiadas, reunidas na Rede Batista de Educação. [17]
Ele também tem 3 institutos teológicos.[18]
A Convenção tem uma organização missionária, Junta de Missões Mundiais. [19]
A Convenção coordena diversos programas sociais, através das "Missões Nacionais" especialmente para a reabilitação de dependentes químicos, dança e esporte e para jovens de bairros carentes e abrigos de crianças órfãs.[20]
Em 1965, a Convenção procedeu à excomunhão de 165 igrejas que ensinavam as crenças do movimento carismático.[21]
Nos últimos anos tem ocorrido a controvérsia sobre o pastorado feminino dentro das igrejas batistas da Convenção Batista Brasileira.[22] Pastores e leigos são divididos quanto ao assunto sendo uns contra e outros a favor.[23] Os contrários a decisão são denominados como "complementaristas" e os favoráveis como "igualitaristas".[23]
A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), em votação na Assembleia da Ordem na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, no ano de 2007, rejeitou o ingresso de pastoras. Em 2010, na Assembleia da Ordem na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, a subsecção da Ordem dos Pastores Batistas do Estado do Paraná fez um pedido de esclarecimento sobre a situação das pastoras que tinham sido consagradas até 2007 sendo decidido pela filiação de pastoras consagradas até 2007, permanecendo vedado o ingresso de novas pastoras após esta data.[24]
Em janeiro de 2014, na Assembleia da OPBB, reunida na cidade de João Pessoa-PB, decidiu-se pela aprovação do ingresso de 'novas' pastoras, contudo esse ingresso deve ser decidido em cada Seção Estadual da OPBB. Assim, as Seções Estaduais decidirão aceitar ou não a filiação de pastoras. No dia 4 de fevereiro de 2014, a OPBB-SP decidiu pela não filiação de pastoras reafirmando assim a decisão nacional do ano de 2007. Desde então, há seções estaduais da OPBB que têm rejeitado o ingresso de pastoras e outras, aprovado.[25]
Até 2015, entre as seções favoráveis a admissão de pastoras estão: Carioca (apenas a capital fluminense), Fluminense (exceto a capital fluminense), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe; entre os contrários estão: Bahia, Distrito Federal (Planalto Central), Espírito Santo, Meio Norte do Brasil (entre Maranhão e Piauí), Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo; e entre os neutros estão: Unida do Ceará, Amazonas, Maranhense, Rio Grande do Norte, Piauí, Pioneira, Tocantins, Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Goiás, Roraima e Sul Maranhense.[26][nota 6]
No dia 28 de fevereiro de 2016, a Igreja Batista do Pinheiro, em Maceió, capital de Alagoas, aprovou em assembleia a decisão de que homossexuais possam ser membros plenos da comunidade mesmo que os tais estejam em relacionamento ativo. A aprovação teve maioria absoluta dos votos: 129 a favor, três contrários e 15 abstêmios.[27]
Em março, a diretoria da Convenção Batista Brasileira visitou a igreja para um encontro com a liderança local. Na reunião estiveram presentes o Pr. Dr. Vanderlei Batista Marins e Pr. Dr. Sócrates de Oliveira, ambos representando a Convenção Batista Brasileira, o Pr. Wellington Santos, Prª Odja Santos e o advogado da assessoria jurídica da comunidade representando a Igreja Batista do Pinheiro.[28]
Por fim, a diretoria da Convenção emitiu um documento denominado "Declaração da Diretoria da Convenção Batista Brasileira sobre a aceitação de pessoas homo afetivas no rol de membros da Igreja Batista do Pinheiro, Maceió, AL" onde afirma a legitimidade das decisões individuais de cada igreja local através de sua independência e soberania, mas reafirmando ainda que tal decisão da igreja fere o princípio de cooperatividade das igrejas ao adotar a postura isoladamente. A CBB reafirmou também que uniões homo afetivas não são aceitas pela Escrituras, como também defende o direito daqueles que querem deixar a prática homossexual.[29]
A decisão da igreja do Pinheiro repercutiu negativamente entre os evangélicos, sobretudo entre os batistas. Por outro lado, foi louvada por movimentos sociais e grupos ligados a causa GLBT.[27] Após alguns meses de negociação, em 09 de julho de 2016, na cidade de Vitória, a IBP foi excluída do rol de igrejas batistas colaboradoras com a CBB.[30]
A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), fundada em 1940, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, é uma organização religiosa de natureza federativa, sem fins econômicos, constituída por pastores membros de igrejas filiadas à Convenção Batista Brasileira (CBB). A OPBB é estruturada organizacionalmente através de seções que podem ter subseções regionais a elas vinculadas. Até 2015, oito seções estaduais da OPBB haviam aprovado o ingresso de pastoras, dez tem rejeitado e quatorze ficaram neutras. A Convenção Batista Brasileira é administrada por um Conselho Geral, cujo presidente tem mandato de 2 anos. Presidentes Francisco Soren (1907-09 e 1916-17) Joaquim Paranaguá (1909-11) Joaquim Lessa (1912-14) William Entzminger (1915) Manoel Avelino de Souza (1918-20, 1925, 1928-31 e 1941-45) Antônio da Silva (1920-21 e 1927) Orlando Rêgo Falcão (1922-24) Munguba Sobrinho (1926, 1932, 1936-37 e 1947) José Nigro (1933-34 e 1940) José de Souza Marques (1935) João Soren (1938-39, 1946, 1955-57, 1966-67, 1974-75 e 1982-83) Rubens Lopes (1948, 1951-54, 1958, 1961-65, 1968 e 1978) Carlos Dubois (1949-50) David Mein (1959-60) Ebenézer Soares (1969 e 1971) Nilson do Amaral Fanini (1972-73, 1976-77, 1979-80, 1984, 1987, 1991, 1995 e 2003-04) Irland Pereira de Azevedo (1981, 1985-86, 1994 e 1999) Samuel Cardoso Machado (1987-89) Paulo Roberto Seabra (1990-91) Fausto Vasconcelos (1992-93, 1996-97, 2000-02 e 2005-06 e 2020-21) Darci Dusilek (1998) Paschoal Piragine Júnior (2007 e 2012-13) Oliveira de Araújo (2008-09) Josué Mello Salgado (2010-11) Luis Roberto Silvado (2014-15 e 2018-19) Vanderlei Marins (2016-17) Hilquias Paim (2022- )
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