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O conflito fronteiriço entre as forças do Djibuti e da Eritreia ocorreu entre 10 de junho e 13 de junho de 2008.[lower-alpha 1] Foi desencadeado pela tensão iniciada em 16 de abril de 2008, quando o Djibuti informou que as forças armadas da Eritreia haviam penetrado em território djibutiano e cavado trincheiras em ambos os lados da fronteira.[4] A crise se aprofundou quando confrontos armados irromperam entre as duas forças armadas na região de fronteira em 10 de junho de 2008.[5] Durante o conflito, a França forneceu apoio logístico, médico e de inteligência ao Djibuti, mas não participou de combate direto.[3]
Conflito fronteiriço entre Djibuti e Eritreia | |||
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Mapa da Fronteira Djibuti-Eritreia | |||
Data | 10–13 de junho de 2008 | ||
Local | Ras Doumeira, região de fronteira entre o Djibuti e a Eritreia, na costa do mar Vermelho, 12° 42′ 30″ N, 43° 08′ 00″ L | ||
Desfecho | Forças da Eritreia apreenderam território em abril de 2008 e retiraram-se em junho de 2010 para ajudar a facilitar o início das negociações bilaterais. As forças de paz do Catar são implantadas para monitorar área disputada.[1] | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Baixas | |||
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O acordo vigente de fronteira datado de 1900 especifica que o limite internacional se inicia do Cabo Doumeira (Ras Doumeira) no Mar Vermelho e percorre por 1,5 km ao longo da linha de separação de águas da península. Além disso, o protocolo de 1900 especificava que Île Doumeira (Ilha Doumeira) imediatamente em alto mar e suas ilhotas menores adjacentes não seriam atribuídas soberania e permaneceria desmilitarizada.[6] Djibuti e Eritreia entraram em confronto duas vezes anteriormente pela área de fronteira. Em janeiro de 1935, a Itália e a França assinaram o acordo franco-italiano em que partes da Somália Francesa (Djibuti) foram entregues a Itália (Eritreia).[7] No entanto, a questão da ratificação tem trazido este acordo, e sua disposição de partes substanciais do Djibuti, a Eritreia para a questão.[8][9] Em abril de 1996, quase entraram em guerra depois que um oficial do Djibuti acusou a Eritreia de bombardear Ras Doumeira.[10]
Em janeiro, a Eritreia teria solicitado para cruzar a fronteira a fim de obter areia para uma estrada, mas em vez disso ocupou uma colina na região.[11] Em 16 de abril, foi relatado pelo Djibuti que a Eritreia teria estabelecido fortificações e escavado trincheiras em ambos os lados da fronteira djibutiana nas proximidades de Ras Doumeira.[4] O Djibuti, em uma carta à Organização das Nações Unidas solicita intervenção, alegando que novos mapas publicados pela Eritreia apresentavam Ras Doumeira como território eritreu. A Eritreia negou ter qualquer problema com o Djibuti.[12]
O primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zenawi, disse em 15 de maio que a linha era uma "ameaça para a paz e a segurança de todo o Chifre da África" e afirmou que a Etiópia iria garantir o seu corredor comercial através do Djibuti, no caso de um conflito. A Etiópia tem contado com o Djibuti para o acesso ao Mar Vermelho desde a independência da Eritreia. O presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, negou o envio de tropas para a área e acrescentou que não têm qualquer problema com o Djibuti.[13]
Em 10 de junho, de acordo com o Djibuti, vários soldados eritreus abandonaram as suas posições fugindo para o lado djibutiano. As forças jibutianas, em seguida, ficaram sob fogo das forças da Eritreia exigindo o retorno dos desertores.[5] O Djibuti convocou soldados e policiais que haviam se aposentado desde 2004, em resposta aos combates. A Eritreia rejeitou relatos do Djibuti como "anti-eritreus". Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Eritreia afirmou que não "se envolveria em um convite de querelas e atos de hostilidade" e afirmou que o Djibuti estava tentando arrastar a Eritreia para sua "animosidade inventada".[14] De acordo com coronel francês Ducret, soldados franceses em Djibuti forneceram apoio logístico e médico para o exército djibutiano, bem como proporcionou-lhes inteligência.[15] Os confrontos entre as duas forças teriam continuado por vários dias antes que as forças armadas do Djibuti anunciassem em 13 de junho que os combates acalmaram,[4] mas no mesmo dia, o presidente Guelleh, foi citado pela BBC, dizendo que seu país estava em guerra com a Eritreia.[3]
Quarenta e quatro soldados djibutianos foram mortos e 55 feridos durante os combates. De acordo com estimativas djibutianas, 100 soldados eritreus foram mortos, 100 capturados, e 21 desertaram. O presidente djibutiano Guelleh declarou: "... Nós sempre tivemos boas relações. Mas eles ocuparam de forma agressiva parte do nosso país. Isto é uma agressão, estamos resistindo".[16]
Em 24 de junho de 2008, o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou uma reunião em sua sede em Nova Iorque para escutar uma coletiva da situação, bem como as declarações do primeiro-ministro do Djibuti, Mohamed Dileita, e o embaixador da Eritreia.[17]
A missão de investigação da ONU foi enviada para a região e emitiu um relatório dizendo que o impasse entre o Djibuti e a Eritreia poderia "ter um impacto negativo sobre toda a região e toda a comunidade internacional", observando que enquanto o Djibuti se retirou da área disputada a Eritreia não o fez. A missão de investigação não foi autorizada dentro da Eritreia pelo governo eritreu.[18]
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 1862 em 14 de janeiro de 2009, pedindo o diálogo entre os dois países para solucionar a questão pacificamente. O Conselho congratulou a retirada do Djibuti às posições antes de 10 de junho de 2008, e exigiu que a Eritreia fizesse uma retirada semelhante no prazo de cinco semanas da resolução.[19]
No início de junho de 2010, o Djibuti e a Eritreia concordaram em submeter a questão ao Qatar para a mediação, uma medida que recebeu elogios da União Africana.[20]
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