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Clair Cameron Patterson (Mitchellville, 2 de junho de 1922 — Sea Ranch, 5 de dezembro de 1995) foi um geoquímico estadunidense.
Clair Cameron Patterson | |
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Conhecido(a) por |
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Nascimento | 2 de junho de 1922 Mitchellville, Iowa |
Morte | 5 de dezembro de 1995 (73 anos) Sea Ranch, Califórnia |
Residência | Estados Unidos |
Nacionalidade | estadunidense |
Cônjuge | Lorna McCleary |
Alma mater | Grinnell College Universidade de Iowa Universidade de Chicago |
Orientador(es)(as) | Harrison Brown |
Instituições | California Institute of Technology |
Campo(s) | Geoquímica |
Tese | The Isotopic Composition of Trace Quantities of Lead and Calcium (1951) |
Em colaboração com George Tilton, Clair desenvolveu o método de datação urânio-chumbo e, utilizando chumbo isotópico do meteorito de Canyon Diablo, ele foi capaz de calcular a idade do planeta Terra, hoje estabelecida em 4,55 bilhões de anos, uma datação muito mais precisa do que aquela existente na época e que sofreu poucas mudanças desde 1956.[1][2]
Clair também foi o primeiro a se deparar com a contaminação por chumbo nos anos 1940, ainda como estudante de graduação da Universidade de Chicago. Seu trabalho levou a uma reavaliação do crescimento de uso e concentração de chumbo industrial na atmosfera e no corpo humano, e sua campanha e estudos levaram ao banimento do tetraetilchumbo da gasolina e das soldas em latas de alimentos.[1]
Clair (Pat) Patterson nasceu em Mitchellville, Iowa, em 1922, graduando-se na faculdade local de Grinnel em química, onde conheceu sua futura esposa, Lorna McCleary. Os dois então foram para a Universidade de Iowa, onde ele obteve mestrado em espectroscopia molecular. De lá, ambos foram para o Projeto Manhattan, primeiro na Universidade de Chicago e sem seguida para Oak Ridge, no Tennessee, onde ele se deparou com a espectrometria de massa.[1]
Com o fim da guerra, o casal retornou a Chicago, onde Lorna começou a trabalhar com pesquisa em espectroscopia infravermelha para auxiliar o marido em seu doutorado, na universidade. Após um ano de pós-doutorado, Clair foi para a divisão de geologia da CALTECH, em 1952, sendo um dos fundadores do programa de geoquímica.[3] Clair trabalharia o resto da vida na CALTECH. Ele e Lorna tiveram quatro filhos.[4]
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Clair voltou para a Universidade de Chicago para trabalhar com seu orientador de doutorado, Harrison Brown. Brown, conhecendo a experiência do orientando com espectrometria de massa, escalou-o para trabalhar junto de George Tilton com datação de zircões. O zircão é extremamente útil em datação já que, ao se formar, ele é capaz de armazenar pequenas imperfeições contendo urânio. Assim, se dentro do zircão existirem traços de chumbo, ele é resultado do decaimento do urânio. O processo é conhecido como datação de urânio-chumbo.[2][5]
Clair e George tinham que medir a concentração e composição isotópicas dos elementos dentro dos zircões. George deveria medir a quantidade de urânio, Clair a de chumbo.[5] Seu principal objetivo era o de descobrir a composição primordial de chumbo no planeta. E ao fazer isso, ele poderia estimar a idade do sistema solar e assim a da Terra, usando a mesma técnica com meteoritos.[2]
Logo que a dupla começou a trabalhar, Clair percebeu que suas amostras estavam contaminadas com chumbo.[5] Eles sabiam a idade das rochas ígneas das quais os zircões vieram, pois as datações de urânio confirmavam suas idades, mas os dados de Clair sempre apontavam um excesso de chumbo.[3] Depois de seis anos, sua equipe publicou um artigo sobre métodos de determinação de idades de cristais de zircão, e Clair obteve seu Ph.D, mas não estava nem perto de determinar a idade da Terra.[4]
Quando Harrison Brown recebeu financiamento da Comissão de Energia Nuclear para continuar seu trabalho de datação em Pasadena, Califórnia, ele convidou Clair para se juntar a ele. Assim, Clair pode construir seu próprio laboratório, totalmente protegido de contaminantes, com ar e temperatura controlados para impedir quaisquer contaminações.[4] Ele também limpou com ácido todos os equipamentos e até destilou todos os produtos químicos enviados a ele. Clair criou a primeira sala estéril em uma universidade para impedir que seus dados fossem contaminados. Assim, ele conseguiu terminar seu trabalho sobre o meteorito Canyon Diablo.[3][6]
Utilizando um espectrômetro de massa do Argonne National Laboratory, ele isolou o chumbo do meteorito, conseguindo dados isotópicos, com os quais estabeleceu a idade tanto do meteorito quanto da Terra, publicados em um artigo de 1956.[6][7][8]
Sua habilidade de isolar quantidades ínfimas de chumbo de rochas e determinar sua composição isotópica levou-o a examinar o chumbo em sedimentos oceânicos de amostras vindas do Atlântico e do Pacífico. Ele estabeleceu que a concentração de chumbo presente no ambiente era 80 vezes maior do que aquela depositada nos sedimentos oceânicos. O ciclo geoquímico do chumbo estava desequilibrado devido à ação antropogênica.[6][7]
Clair também descobriu que o fundo dos oceanos continha três a dez vezes menos chumbo do que a água superficial, em contraste com outros metais, como o bário.[9] Isso o levou a duvidar do senso comum de que as concentrações de chumbo elevaram-se naturalmente, o que o levou aos seus problemas iniciais de contaminação de chumbo. Partindo para locais ermos a fim de coletar amostras, como na Groenlândia,[6] ele determinou, através de núcleos de gelo, que os níveis atmosféricos de chumbo começaram a crescer vertiginosa e perigosamente logo após a adição do tetraetilchumbo na gasolina, já que ele reduzia o choque da combustão no núcleo do motor. Clair logo descobriu que ao longo da cadeia de fabricação, o chumbo vinha contaminando suas amostras. Devido às profundas implicações à saúde pública, Clair dedicou sua vida a convencer a opinião pública e o governo em remover o chumbo do meio ambiente.[3][6]
Em 1966, ele publicou o artigo Contaminated and Natural Lead Environments of Man, em que tentava atrair a atenção pública para o problema de aumentar os níveis de chumbo no ambiente, na cadeia alimentar e nos processos industriais. Logo, encontraria forte oposição de renomados especialistas, como Robert A. Kehoe.[6][10]
Clair lutou contra a indústria do petróleo para remover o chumbo dos combustíveis. Seu trabalho foi fortemente boicotado pelas indústrias que financiavam pesquisas.[6] Em 1971, ele foi excluído do Conselho Nacional de Pesquisa do grupo de contaminação atmosférica de chumbo, mesmo sendo ele o maior especialista no assunto.[4][11] Os Estados Unidos estabeleceram que gasolina sem chumbo passasse a entrar em uso em todos os carros que fossem lançados a partir de 1975,[12] mas os esforços de Clair só foram concretizados em 1986. No final de 1990, os níveis de chumbo no sangue dos norte-americanos caiu em 80%.[4][13]
Clair Patterson faleceu em sua casa, em Sea Ranch, Califórnia aos 73 anos, em 5 de dezembro de 1995, devido a uma severa crise de asma.[5] Ele foi sepultado no Cemitério de Mitchellville, em Iowa.[14]
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