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igreja em João Pessoa, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Centro Cultural São Francisco está localizado no centro histórico da cidade de João Pessoa no estado da Paraíba, no Brasil.
Centro Cultural São Francisco | |
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Tipo | igreja, património cultural |
Inauguração | 1589 (435 anos) |
Página oficial (Website) | |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | João Pessoa - Brasil |
Patrimônio | Património de Influência Portuguesa (base de dados) |
O Centro Cultural funciona em um complexo arquitetônico formado pela Igreja e Convento de Santo Antônio, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco, a Capela de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros (chamada de Capela Dourada), o Claustro da Ordem Terceira, uma fonte e um grande adro com um cruzeiro, constituindo um dos mais notáveis testemunhos do Barroco no Brasil. Por sua importância, foi tombado pelo IPHAN. Ao ser fundada a igreja era dedicada a Santo Antônio, e aparentemente a troca de nome ocorreu o início do século XX, por força de um costume popular, mas ainda é conhecida também pela antiga denominação.[1][2][3][4]
Suas origens remontam à chegada ao local, em 1588, do Frei Melchior de Santa Catarina, incumbido de instalar uma missão franciscana. O convento foi fundado em 1589, com projeto do Frei Francisco dos Santos, quatro anos após a ocupação da região pelos portugueses, e foi concluído no ano de 1591 pelo Guardião Frei Antônio do Campo Maior, mas sua conformação presente é fruto de várias reformas efetuadas nos séculos XVII e XVIII. Inicialmente havia sido apenas uma pequena edificação de taipa, com 12 celas e um claustro, logo ampliada nos anos seguintes, já em alvenaria de pedra calcária. Em 1634 foi ocupado pelos invasores holandeses, e transformado em fortificação. Depois de recuperado pelos franciscanos, foi reformado, com as obras concluindo em 1661. Nos próximos dois séculos sofreria outras intervenções, até ter a fachada da igreja concluída em 1779, data gravada no frontispício. Os interiores foram ricamente decorados, destacando-se o trabalho de azulejaria, talha dourada e pintura. O convento se tornou o maior centro franciscano ao norte de Pernambuco, tendo um papel decisivo na exploração e ocupação da região através do trabalho missionário e cultural dos frades. Sua decoração interna apresenta várias alegorias referentes a esse papel.[3][5][2][6]
Os edifícios foram novamente modificados no século XIX, resultando na perda do altar-mor original da igreja. Entre 1885 e 1894 foi usado pelo governo, que instalou no convento uma escola de aprendizes marinheiros e um hospital militar. A posse retornou para a igreja por intervenção do 1º Bispo da Paraíba, Dom Adauto de Miranda Henriques, que transformou o conjunto em seminário. Nesta função permaneceu até 1964, mas depois o governo novamente o utilizou para instalar algumas instituições: o Museu do Estado da Paraíba, a Escola Estadual do Róger e a Escola de Teatro Piollin. Em 1979 foi fechado para restauro e em 6 de março de 1990 foi reinaugurado como Centro Cultural.[1][6][4]
O conjunto arquitetônico foi considerado por Germain Bazin como o mais perfeito representante da escola franciscana de arquitetura do nordeste brasileiro. Seu estilo é Barroco-Rococó. O teto da igreja é decorado com uma das mais importantes pinturas de arquitetura ilusionística do Barroco brasileiro, mostrando a cena da Glorificação dos Santos Franciscanos. A tradição a atribui a José Joaquim da Rocha (1737-1807), fundador da Escola Baiana de Pintura, mas ainda há muita polêmica a este respeito. A pesquisadora Carla Mary S. Oliveira, docente do Departamento de História da UFPB, em dois estudos tratando especificamente do assunto defendeu a teoria de que seu autor deve ser Manuel de Jesus Pinto (?-c.1815/1817), artífice recifense que prestou serviços à Ordem 3ª franciscana em Pernambuco, mas também já foi proposto o nome de José Teófilo de Jesus (1758-1847), outro expoente da Escola Baiana de Pintura do Século XVIII e discípulo de José Joaquim da Rocha. Outros espaços também possuem importantes tetos pintados.[2][5]
Atualmente o claustro é a parte mais antiga, terminado em torno de 1730.[7] Revela influência mourisca e é constituído por um pátio quadrado cercado de uma galeria coberta, para onde se abrem as celas. Seus azulejos das paredes laterais são decorados com motivos vegetais. No interior da igreja e no grande adro também há vários painéis azulejados. Na primeira retratam a história de José do Egito, atribuídos ao mestre português Teotónio dos Santos (1688-1762)[8][9], e no segundo, cenas da Paixão de Cristo, de autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778). A fachada, em triângulo escalonado, com uma galilé de cinco arcos na base, é ornamentada com motivos vegetais, predominando o caju, uma árvore comum no nordeste. O púlpito da igreja foi considerado pela Unesco único no mundo pelo esplendor de sua talha. [3][4]
Muito já foi escrito sobre a construção, considerada uma obra de arte desde o início, e Carla Mary Oliveira afirmou que já foram usados os adjetivos de "harmonia, formosura, graciosidade, grandiosidade" para louvá-la. E para ela, "é certo que até hoje ela emociona quem chega aos pés do cruzeiro monumental, à entrada do adro".[2] Mário de Andrade, admirado, assim o descreveu:
Embora permaneça um patrimônio da Arquidiocese da Paraíba, o Centro Cultural São Francisco é mantido através de convênio com um grupo de instituições: o Estado da Paraíba, a Prefeitura Municipal de João Pessoa, a Universidade Federal da Paraíba, a Fundação Joaquim Nabuco e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O Centro inclui uma galeria-museu de arte popular, um museu de arte sacra com peças de várias procedências, a Galeria de Pedra, dedicada à arqueologia do monumento, espaços de exposições e eventos, um centro de restauro e biblioteca, além de apresentações musicais regulares, às terças e sextas, das 10h às 12h30, do grupo Suoni della Chiesa, que recebe os visitantes do centro ao som de música barroca e sacra.[6][4]
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