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festival brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Carnaval de Vitória é um evento cultural, que tem como seu ponto alto os desfiles de escolas de samba, realizados uma semana antes do Carnaval de São Paulo e Rio, na passarela do samba popularmente conhecida como Sambão do Povo,[1] em Vitória. É também chamado de Carnaval do Espírito Santo ou Carnaval Capixaba, uma vez que nele participam várias escolas de Vila Velha, Cariacica, Serra e não apenas da capital, Vitória.
Carnaval de Vitória | |
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Número de edições | 62 (estimado) |
Local(is) | Vitória |
Data(s) | Uma semana antes do carnaval nacional |
Género(s) | Marchinhas e principalmente Samba, mas também contém Pagode, Frevo, Maracatu, Forró, Axé e Música Popular. |
O Carnaval de Vitória tem sua história de altos e baixos acompanhando, naturalmente, as condições econômicas e culturais. O surgimento das escolas de samba, no Espírito Santo, começa com o desaparecimento das grandes sociedades e dos grupos musicais, por volta de 1929. A partir daí surgiram pequenos grupos chamados de batucadas, que apareceram em vários subúrbios.
No início da década de 1930, na subida dos morros da Piedade e da Fonte Grande, no final da rua 7 de Setembro no centro de Vitória, foram formadas duas batucadas rivais, a "Chapéu do Lado" e a "Mocidade da Fonte Grande". Daí para frente começaram a surgir várias batucadas, como a "Centenário", a "Santa Lúcia", a "Mocidade da Praia", a "Andaraí", a "Prazer das Morenas", a "Gurigica do Centro", a "Girassol", a "Estrela da Vila". Em 1948, o desfile passou a ser oficialmente organizado, surgindo a UBES (União das Batucadas do Espírito Santo). Reportagens da época citam que o número de batucadas chegou a 12. Elas só possuíam instrumento de corda e percussão, puxadas por um cavaquinho ou banjo. O interessante era que cada uma das organizações era dirigida por um líder, cuja família fazia parte, e as reuniões eram feitas em sua casa. Existiram também alguns blocos como o Caveira, o Vou Deixar Cair, entre outros.
Tudo começou na década de 50, com o "Rominho da Fonte Grande", que trouxe o ritmo dos surdos e tamborins, organizando a "Unidos da Piedade" (a primeira escola de samba capixaba) com a maioria do pessoal da batucada "Chapéu de Lado".
Foi uma grande novidade naquele ano, com seu ritmo diferente e seu enredo apresentando-se com toda a pompa. As escolas desceram do morro para o asfalto, a princípio na Praça 11, com suas alegorias críticas. Mas, na ditadura de Getúlio, houve intervenção e sequer elas podiam ser registradas com o nome de Escola, a não ser acrescentando a expressão Grêmio Recreativo Escola de Samba.
Essa novidade trazida pela Unidos da Piedade, logo se espalhou, com o passar dos anos, pela Grande Vitória. Durante as décadas de 1960 e 1970, o desfile cresceu e tomou o lugar das batucadas no protagonismo do Carnaval de Vitória. As batucadas foram desaparecendo ou se transformando em blocos ou escolas de samba. No início dos ano 80, o desfile passou a ser organizado pelo governo do estado do Espírito Santo, através da extinta Emcatur, empresa ligada ao turismo do estado. Em 1987, foi construído um local específico para os desfiles, chamado de sambódromo. Em Vitória ficou conhecido como Sambão do Povo, o segundo do gênero a ser inaugurado no Brasil, apenas 3 anos depois da inauguração do Sambódromo do Rio de Janeiro. O Carnaval de Vitória chega ao seu auge, chegando a ser considerado por muitos o segundo melhor carnaval de escolas de samba do Brasil. Chegaram a existir cerca de 40 escolas de samba, reunidas em até 4 grupos distintos, e 3 ligas ou associações organizando o desfile simultaneamente.
Mas na década de 90 os desfiles foram interrompidos por problemas políticos e financeiros, além de perder várias escolas de toda Grande Vitória, como a União Jovem de Itacibá, a Mocidade Serrana, a banda Arco-Íris, a Pulo do Gato, a Santa Lúcia, a Mocidade da Praia, etc. As escolas restantes só retornaram no ano de 1998, mas sem competição. Em 2002, o desfile voltou a ser realizado no Sambão do Povo e a ser competitivo. A partir dai outras escolas foram voltando e novas escolas foram surgindo como a Tradição Serrana (Serra). Desde então várias modificações foram feitas, criando ou fundindo grupos, na tentativa de buscar a melhor forma de organização.
Em 2006, o desfile foi dividido em 2 grupos. que foram novamente fundidos em um só em 2009. Em 2011, foi criado novamente um grupo de acesso, permanecendo apenas as 10 primeiras colocadas no Grupo Especial. No carnaval de 2013, as cinco primeiras colocadas passaram a formar o "Grupo Especial A" para o Carnaval de 2014 e desfilaram no sábado, já as classificadas do 6º ao 9º estiveram no "Grupo Especial B", juntamente com a Campeã do acesso e desfilaram na sexta em 2014, e a 10ª classificada em 2013 foi rebaixada para o Grupo de Acesso,[2] passando portanto a existir 3 grupos. Houve a possibilidade de o desfile do Grupo de acesso voltar a ser na Av. Jerônimo Monteiro, no Centro da capital ou como preliminar do desfile do Grupo Especial-B, fato que acabou não ocorrendo.[3] No Carnaval 2016, foi extinto esse Grupo de Acesso (Terceiro Grupo), com as escolas desse sendo realocadas no grupo B.
Desde 2009, o desfile oficial organizado pela Lieses (Liga das Escolas de Samba do Espírito Santo) comporta 14 escolas de samba, 6 no Grupo Especial e 8 no Grupo de Acesso. Dessas, 9 agremiações são do próprio município de Vitória, 2 de Vila Velha, 2 de Serra e 1 de Cariacica.
Existem outras escolas que estavam inativas e tentaram retornar e outras que foram criadas e tentaram a filiação à liga.
Em 2006, Independentes de Eucalipto, que não desfilava desde 1992, solicitou participação nos desfiles, porém desistiu de desfilar por falta de recursos. Em 2011, foi fundada a Imperatriz do Samba, da cidade de Guarapari, com o intuito de representar a cidade no carnaval de Vitória, mas a mesma também desistiu, passando algum tempo depois a desfilar no carnaval de sua cidade. Em 2012, a Arco-Íris de Vila Velha, depois de 20 anos de inatividade volta a desfilar como convidada da LIESES, passando por uma avaliação, porém a liga não permitiu a afiliação alegando que a escola não havia sido bem avaliada. Em 2013, foi a vez da Acadêmicos da Grande Ilha, chegando a ter festa de lançamento, mas o projeto não foi a frente. Por outro lado, a Chega Mais (Vitória) que não desfilava desde 1992, foi avaliada nos carnavais de 2013 e 2014, tendo sua afiliação aceita. Daí em diante, algumas outras escolas foram sendo anunciadas como postulantes a filiação na liga, Acadêmicos da Barra (Vila Velha), Acadêmicos da Alegria (surgida do bloco Alegria de Barcelona, da Serra), a Mocidade Serrana (Serra), que não desfilava desde 1992, e a União Jovem de Itacibá (Cariacica), que chegou a realizar um desfile em 2016 no seu próprio bairro. Somente em 2016, uma nova escola, a Império de Fátima (Serra), fundada em 2014, foi autorizada a desfilar para avaliação e para ser aceita deveria fazer 2 desfiles bem avaliados. Porém apesar do primeiro bom desfile, a escola não teve a segunda oportunidade em 2017.[4][5] Outras escolas querem ingressar no carnaval capixaba como a Acadêmicos da Grande Goiabeiras, de Goiabeiras, e a Acadêmicos da Grande Jacaraípe (Serra).[6][7]
Após o carnaval de 2017 foi criada a LIESGE (Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial), ficando a LIESES responsável pelo Grupo A. O novo Grupo Especial contou com 7 escolas: as 5 primeiras colocadas de 2017, a campeã do Grupo A de 2017 e a escola que seria rebaixada em 2017 que foi convidada a continuar no Grupo Especial.[8][9]
Em 2017, é anunciada a criação da Federação Capixaba das Escolas de Samba (Fecapes) por iniciativa de algumas dessas agremiações que estavam inativas e novas agremiações que tiveram sua filiação rejeitada pela Lieses. A ideia é promover um desfile alternativo ao da Lieses, que não possui regras claras e definidas para filiação.[10][9] As escolas fundadoras da Fecapes são:
Eventualmente, a FECAPES veio a ser extinta, dando lugar a LIGA-ES que também não durou muito, tendo todas as escolas do acesso sendo filiadas a LIESES ou até mesmo, a LIESGE, como a Andaraí, que ainda é filiada a LIESGE mesmo não fazendo mais parte do grupo especial.
As Escolas de Samba que formam o Carnaval de Vitória atualmente são:
Grupo Especial (LIESGE)
Escola | Cidade | Titulos | |
---|---|---|---|
1 | Pega no Samba | Vitória | |
2 | Chegou o Que Faltava | Vitória | |
3 | Unidos de Jucutuquara | Vitória | 07 |
4 | Novo Império | Vitória | 07 |
5 | Unidos da Piedade | Vitória | 14 |
6 | Mocidade Unida da Glória | Vila Velha | 09 |
7 | Independente de Boa Vista | Cariacica | 06 |
Grupo A (LIESES)
Escolas sem filiação atualmente
Escola | Cidade | Observação |
---|---|---|
Arco-Íris | Vila Velha | Fundada em 1979, desfilou como convidada da Lieses em 2012 |
Acadêmicos da Grande Jacaraípe | Serra | Fundada em 2016 |
Escolas fundadas que não chegaram a desfilar em Vitória
Escola | Cidade | Observação |
---|---|---|
Imperatriz do Samba | Guarapari | Foi aceita como convidada em 2012, mas desistiu do desfile. Atualmente desfila na cidade de Guarapari |
Alegria de Barcelona | Serra | Desfila como bloco em sua comunidade |
Acadêmicos da Grande Ilha | Vitória | |
Acadêmicos da Barra | Vila Velha |
No carnaval de Vitória, não só existem desfile de escolas de samba, como também o Carnaval de Rua, com desfiles de bandas, blocos, trios elétricos e bailes de carnaval, sendo realizados nos dias de carnaval.
Os desfiles ocorrem na avenida Jerônimo Monteiro, no Centro da capital, com cerca de 12 blocos, e acontecem no feriadão de carnaval. O ponto de concentração e começo é em frente aos Correios, dali, os grupos sobem a avenida até o Mercado da Capixaba, área de dispersão. O atual campeão dos blocos é o bloco "Pindura Aí", da comunidade de Santos Dumont, que conquistou seu pentacampeonato no ano de 2015.
A corte do Carnaval de Vitória, também chamada de Família Real, trata-se de um concurso anual que elege uma equipe para representar o carnaval, geralmente, eles estão lá para abrir os desfiles, e sempre, representando uma escola tanto do grupo de acesso ou do grupo especial. Sendo compostas por Rei Momo, Rainha, 1ª e 2ª princesas, por um tempo, elegeram rainhas trans, mas devido a falta de pessoas concorrendo, em alguns anos a eleição de rainhas trans foi cancelado. A eleição funciona como a apuração do carnaval, existem alguns jurados que avaliarão alguns quesitos em cada concorrente, como carisma, samba no pé, alegria e espírito carnavalesco.
Ano | Rei Momo | Rainha do Carnaval | 1ª Princesa | 2ª Princesa | Ref. |
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2020 | Augusto Ferrari
Representando: Unidos de Jucutuquara |
Suelen Cecília
Representando: Unidos de Jucutuquara |
Eduarda Lima
Representando: Unidos de Jucutuquara |
Joyce Gonçalves
Representando: Unidos da Piedade |
[11] |
A votação para corte de 2021 não ocorreu devido a pandemia da COVID-19. | |||||
2022 | Luiz Guilherme Monteiro
Representando: Unidos de Jucutuquara |
Mallú Santos
Representando: Unidos de Jucutuquara |
Verônica Pimentel
Representando: Novo Império |
Gabrielle Cristina
Representando: Novo Império |
[12][13] |
2023 | Dyonata Lucas
Representando: Mocidade Unida da Glória |
Pamela Silva
Representando: Independente de Boa Vista |
Ana Clara Bona
Representando: Mocidade Unida da Glória |
Sabriny Santos
Representando: Novo Império |
[14] |
2024 | Luiz Guilherme Monteiro
Representando: Unidos de Jucutuquara |
Lohana Caitano
Representando: Unidos da Piedade |
Enaile Carla
Representando Chegou o Que Faltava |
Bruna Silva
Representando: Unidos de Jucutuquara |
[15] |
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