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militar em formação Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Cadete é a designação dos militares em formação para se tornarem oficiais nas forças armadas e nas forças de segurança de vários países. O termo também é utilizado para designar certos membros de organizações paramilitares, de voluntários ou de juventude.
Historicamente "cadete era a designação tradicional dos filhos homens não primogénitos da nobreza europeia." Assim, um ramo cadete de uma família é o que não descende do primogênito. Enquanto que os filhos primogénitos herdavam quase a totalidade dos títulos e dos bens de família, tradicionalmente, os filhos cadetes seguiam o sacerdócio ou a carreira militar. Provavelmente por essa razão, em alguns países, começaram a designar-se "cadetes" os jovens nobres que estudavam numa escola militar ou tirocinavam como soldados num regimento, antes de serem admitidos como oficiais.
O objetivo declarado da Prússia no século XIX era o de garantir que todos os oficiais tivessem uma boa educação geral, seguidos de uma formação profissional voltada a música. A maioria dos jovens oficiais veio de casas de cadete, escolas militares residenciais com muitos lugares gratuitos para os filhos de oficiais do exército e servidores do Estado, que foram projetados para construir um espírito militar forte. Eles davam uma educação geral com assuntos profissionais só no último ano para cadetes selecionados.
No Brasil, havia na nascente organização militar de 1820 os "primeiro-cadetes" (filhos dos oficiais superiores) e "segundo-cadetes" (filhos dos oficiais subalternos). Somente em 1897 essas categorias foram extintas.
A palavra cadete permanece como denominação dos alunos da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), da Academia da Força Aérea (AFA) e de algumas academias de Polícia e de Corpos de Bombeiros Militares estaduais. Nos demais estados e forças armadas como a Marinha do Brasil, a denominação é Aluno-oficial ou Aspirante a oficial.
O aluno da AMAN recebe o título de cadete e tem como objetivo servir até sua formação. Ele vive em regime de internato durante quatro anos, sendo alojado, alimentado, assistido e fardado por conta do exército, além de receber proventos previstos em lei. Nesse período, o cadete realiza intensas atividades militares e de cunho civil.
Nos quatro anos de curso, o jovem que ingressa na academia passa, diariamente, por intensa atividade física e intelectual, acompanhado sempre por instrutores, monitores e professores responsáveis por ele. Isto ocorre durante todo o período desde sua passagem pelo portão dos novos cadetes, quando adentra simbolicamente pela primeira vez a academia, até sua saída pelo portão dos novos aspirantes, ao término do curso.
O cadete é portador do Espadim de Caxias, réplica miniaturizada do sabre do marechal Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias, patrono do Exército). O espadim, símbolo da honra militar, é entregue ao cadete, no primeiro ano do curso, durante uma solenidade, ocasião em que "firma compromisso com a honra militar".
Ao final do quarto ano, o espadim é devolvido em solenidade na qual o cadete é declarado aspirante a oficial e recebe a espada de oficial do Exército.
O cadete da aeronáutica é o aluno que opta pela força aérea. Após a seleção inicial, o cadete da aeronáutica, ao longo de sua preparação para o oficialato. Como praça especial, o cadete tem graduação hierárquica acima das demais praças e precedência sobre elas; como militar da ativa, tem o uniforme de uso privativo da força aérea. Esse uniforme é símbolo de autoridade militar, constituindo crime de desacato desrespeitá-lo.
O cadete em seus 4 anos de formação especializa-se em Infantaria, Intendência ou Aviação, voando as aeronaves T-25 e T-27. Nesse período são exercidas atividades em campanha, exercícios de sobrevivência na selva e no mar, exercícios de liderança e atividades físicas.
No Exército Português, o posto de cadete foi criado por decreto em 16 de Março de 1757,[1] para ser atribuído aos nobres que assentavam praça num regimento, para receberem instrução sobre a arte e a disciplina militar e para se tornaram futuros oficiais, com conhecimento sobre as funções dos postos inferiores. Cada companhia dos regimentos de Infantaria, Cavalaria, Dragões e Artilharia deveria receber três Cadetes.
Mais tarde, em 1761, foi criado, na Marinha Portuguesa, o posto de guarda-marinha, com características semelhantes ao de cadete do Exército. Atualmente, em Portugal, o termo "cadete" é usado tanto no âmbito militar como no âmbito de certas organizações civis.
Nas Forças Armadas Portuguesas, atualmente, os termos "cadete", "cadete aluno" ou "soldado cadete" são usados para designar militares em formação para oficial.
Na Polícia de Segurança Pública são designados "cadetes alunos", os alunos do 1º, 2º, 3º e 4º anos do Curso de Formação de Oficiais de Polícia do Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna. No 5º ano, os alunos são promovidos e passam a designar-se "aspirantes a oficiais alunos".
Durante o regime do Estado Novo, na Mocidade Portuguesa, eram designados "cadetes" os filiados com idade superior a 17 anos. Só podiam ascender, a cadetes, os filiados que frequentassem o ensino superior. Enquanto se mantivessem matriculados num estabelecimento de ensino superior, os cadetes podiam manter-se filiados na Mocidade Portuguesa até aos 25 anos.
Nos corpos de bombeiros voluntários de Portugal, são designados "cadetes" os instruendos, com idade entre 15 a 16 anos. Os instruendos podem fazer o curso de ingresso a bombeiro voluntario com idade igual ou superior a 17 anos, são designados "Estagiários".
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