Cancro do rim (português europeu) ou câncer renal (português brasileiro) é um grupo de cancros que se formam nos rins.[4] Os sintomas mais comuns são a presença de sangue na urina, um nódulo no abdómen ou dor nas costas.[1][2][3] Entre outros possíveis sintomas estão febre, perda de peso e cansaço.[1][2][3] Entre as possíveis complicações estão metástases nos pulmões ou no cérebro.[6]

Factos rápidos Classificação e recursos externos ...
Cancro do rim
Thumb
Cancro do rim
Carcinoma de células renais (parte inferior mais laranja e branca) de 8cm, ultrapassando a cápsula renal.
Especialidade Oncologia, nefrologia
Sintomas Sangue na urina, nódulo no abdómen, dor nas costas[1][2][3]
Início habitual Após os 45 anos de idade[4]
Tipos Carcinoma de células renais (CCR), carcinoma de células transicionais (CCT) (ou carcinoma urotelial), tumor de Wilms (ou nefroblastoma)[4]
Fatores de risco Fumar, alguns analgésicos, antecedentes de cancro da bexiga, sobrepeso, hipertensão arterial, alguns produtos químicos, antecedentes familiares[1][2]
Método de diagnóstico Biópsia[1][2][3]
Tratamento Cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, terapia dirigida[1][2][3]
Prognóstico Taxa de sobrevivência a cinco anos ~75% (EUA, 2015)[4]
Frequência 403 300 (2018)[5]
Mortes 175 000[5]
Classificação e recursos externos
CID-10 C64 a C68
CID-9 199
CID-ICD-O M8070
CID-11 1048613131
MeSH D007680
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Os principais tipos de cancro do rim são o carcinoma de células renais (CCR), o carcinoma de células transicionais (CCT) (ou carcinoma urotelial) e o tumor de Wilms (ou nefroblastoma).[7] Os CCR correspondem a cerca de 80% de todos os casos de cancro no rim, sendo a maioria dos restantes casos causados por carcinomas uroteliais.[8] Entre os fatores de risco para CCR e CCT estão fumar, alguns analgésicos, antecedentes de cancro da bexiga, sobrepeso, hipertensão arterial, alguns produtos químicos, antecedentes familiares da doença.[1][2] Entre os fatores de risco para o tumor de Wilms estão antecedentes familiares e algumas doenças genéticas como a síndrome WAGR.[3] Pode-se suspeitar do diagnóstico com base nos sintomas, em análises à urina e exames imagiológicos,[1][2][3] sendo confirmado por biópsia aos tecidos do tumor.[1][2][3]

O tramento pode consistir em cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia dirigida.[1][2][3] Em 2018 ocorreram em todo o mundo 403 300 novos casos de cancro do rim e a doença causou a morte a 175 000 pessoas.[5] A doença é mais comum após os 45 anos de idade e afeta mais homens do que mulheres.[4][4] Nos Estados Unidos, a taxa de sobrevivência a cinco anos global em 2015 foi de 75%.[4] A taxa de sobrevivência a cinco anos dos cancros que se encontram restritos aos rins é de 93%, a dos que já se espalharam para os gânglios linfáticos próximos é de 70%, enquanto a dos cancros com metástases é de 12%.[4]

Sinais e sintomas

Os sinais ou sintomas possíveis incluem:[9]

  • Sangue na urina (urina rosa, vermelha ou roxa)
  • Dor lateral (nos flancos) abaixo das costelas.
  • Perda de peso
  • Fadiga
  • Febre intermitente

Classificação

Thumb
Carcinoma renal de células claras, vistos ao microscópio tingidos com H&E
Primários[10][11]
  • Carcinoma de células renais (90% dos casos)
    • Carcinoma de células claras (60 a 80% dos casos): Genético e mais comum em homens com mais de 60 anos. Podem ser classificados em crescimento lento (grau 1) até crescimento rápido (grau 4).
    • Carcinoma papilar ou cromofílico (10 a 15% dos casos): O tipo 1 é menos agressivo e o tipo 2 mais agressivo. Podem ser tratados de forma similar ao de células claras.
    • Carcinoma renal cromófobo/oncocitoma (4 a 5% dos casos): O menos agressivo, tem crescimento lento e dificilmente se dissemina. Ao microscópio possui células grandes que não se tingem com H&E (por isso são cromófobos).
    • Carcinoma dos ductos coletores/carcinoma dos ducto de Bellini (menos de 1%): Seus sintomas, evolução e tratamentos são mais similares aos dos cânceres de vias urinárias como o câncer de bexiga.
  • Carcinoma urotelial/Carcinoma de células transicionais (5 a 10%): Aparece na pelve renal, o centro do rim que coleta a urina, seus sintomas, evolução e tratamentos são similares aos dos câncer de uréter e bexiga.
  • Câncer renal sarcomatoide (1 a 5% dos casos): Variação dos carcinomas renais mais agressiva e difícil de tratar, parecem com fibrossarcomas ao microscópio. Tem poucos sintomas, sendo diagnosticado apenas em estágios avançados.[12]
  • Tumor de Wilms/Nefroblastoma (menos de 1%): Ao contrários dos outros tipos de cânceres renais, o tumor de Wilms quase sempre afeta crianças menores de 5 anos e é mais comum em meninas. Está associado a mutações genéticas.[13]

No estágio IV (câncer avançado) podem dar metástase para fígado, ossos e/ou pulmão.[14]

Secundários

Os cânceres secundários resultam de metástases de um câncer originado em algum outro local do corpo. Geralmente se originam em[15]:

  • Pulmão;
  • Mama;
  • Estômago ou;
  • Pâncreas.

Factores de risco

Exposição prolongada a asbestos, cádmio

Tratamento

Frequentemente envolve remover uma parte ou todo o rim afetado (nefrectomia). Quando não é recomendado removê-lo pode-se destruir o tumor com ablação congelando ou queimando as células. Radioterapia e imunoterapia também podem ser usados.[16]

Referências

  1. «Renal Cell Cancer Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 2019. Consultado em 8 de junho de 2019
  2. «Transitional Cell Cancer (Kidney/Ureter) Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 2019. Consultado em 8 de junho de 2019
  3. «Wilms Tumor and Other Childhood Kidney Tumors Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 2019. Consultado em 8 de junho de 2019
  4. «Cancer of the Kidney and Renal Pelvis - Cancer Stat Facts». SEER (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2019
  5. «Cancer today». IARC (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2019
  6. Sommers, Marilyn S.; Fannin, Ehriel (2014). Diseases and Disorders: A Nursing Therapeutics Manual (em inglês). [S.l.]: F.A. Davis. p. 657. ISBN 9780803644878
  7. «Kidney Cancer». National Cancer Institute (em inglês). 2019. Consultado em 8 de junho de 2019
  8. Mulders PF, Brouwers AH, Hulsbergen-van der Kaa CA, van Lin EN, Osanto S, de Mulder PH (fevereiro de 2008). «[Guideline 'Renal cell carcinoma']». Ned Tijdschr Geneeskd (em neerlandês). 152 (7): 376–80. PMID 18380384
  9. FIGUEIREDO, Sizenildo da Silva et al. Carcinoma renal sarcomatóide: achados de imagem e anatomopatológicos. A propósito de um caso. Radiol Bras [online]. 2003, vol.36, n.4 [cited 2015-10-26], pp. 243-249 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842003000400011&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1678-7099. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-39842003000400011.
  10. Mazeman E, Wemeau L, Lemaitre G, Kozyreff P. Secondary tumors of the kidney. J Urol Nephrol (Paris). 1976 Mar;82(3):145-60. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1011338

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