A Cruz de São Jorge é um símbolo constituído por uma cruz firmada de vermelho, em campo branco. Este símbolo está presente em emblemas, brasões e bandeiras de países, cidades e instituições que adoptaram São Jorge como santo patrono.

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Cruz de São Jorge

De observar que, em alguns casos a Cruz de São Jorge é representada como uma cruz firmada, mas de outras cores, como é o caso da bandeira da Grécia, que inclui uma cruz branca sobre fundo azul. Também há alguns casos em que uma bandeira com uma cruz vermelha sobre fundo branco é usada para representar outros santos, como é o caso da bandeira da República, Senhorio Soberano e Ducado Soberano de Milão, que representa Santo Ambrósio.

História

Segundo se crê, o primeiro estado a adoptar o símbolo de São Jorge, com a cruz vermelha sobre fundo branco, teria sido o Império Bizantino, mas não há certeza se o teria usado sob a forma de bandeira. Também há notícias do mesmo símbolo ter sido usado pela Geórgia, talvez sob a forma de bandeira, a partir do século V.

A República de Génova, cujo patrono era São Jorge, é talvez o primeiro estado a dar uso generalizado da bandeira com a cruz vermelha sobre fundo branco.

A Inglaterra adoptou, no século XII, uma bandeira igual à de Génova, para uso dos seus navios que navegavam no mar Mediterrâneo. O objectivo seria o de mostrar que os navios ingleses gozavam dos direitos e protecções atribuídas os navios de Génova, na altura, a grande potência do Mediterrâneo. O uso marítimo da bandeira, estendeu-se, depois, a outros âmbitos, tornando-se, essa bandeira, a bandeira nacional de Inglaterra. O Condado de Barcelona, a República de Pádua e outros estados devotos de São Jorge, adoptaram também a mesma bandeira.[1]

A Cruz de São Jorge em Portugal

Nos séculos XIV e XV a bandeira com a Cruz de São Jorge, foi usada como uma espécie de segunda bandeira nacional de Portugal.

São Jorge tornou-se um santo bastante venerado em Portugal, pelo menos, desde a conquista de Lisboa, no século XII, por influência dos cruzados ingleses que, então, auxiliaram os portugueses. São Jorge será feito o principal santo padroeiro de Portugal em 1387. Tudo indica que será, por essa altura, que a bandeira com Cruz de São Jorge se tornará um dos símbolos nacionais de Portugal.

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D. Nuno Álvares Pereira com a bandeira com a Cruz de São Jorge (à direita)

Por Fernão Lopes sabe-se que, durante o cerco de Lisboa pelos castelhanos, em 1384, foram hasteadas três bandeiras em cada uma das torres das muralhas da cidade. Essas bandeiras eram a das Armas do Reino, a de Lisboa e a de São Jorge.

Na batalha de Aljubarrota, em 1385, foi entregue uma Cruz de São Jorge a todos os combatentes portugueses, como uma espécie de distintivo nacional, que faria a função de uniforme, então inexistente. A bandeira de São Jorge era levada como distintivo principal da ala direita das forças portuguesas. A Cruz de São Jorge, igualmente, constituía o principal símbolo presente na bandeira pessoal do condestável Nun'Álvares Pereira.

Tudo indica que, a partir daí, a bandeira de São Jorge deve ter tido um uso generalizado em Portugal.

Nas tapeçarias de Pastrana, que representam a conquista de Arzila, por D. Afonso V, bandeiras e escudos com a Cruz de São Jorge aparecem em destaque, juntamente com as Armas Reais e o emblema pessoal do Rei. A bandeira de São Jorge também aparece em vários mapas portugueses, hasteada na fortaleza de São Jorge da Mina.

Aparentemente a Cruz de São Jorge deixou de ter uso generalizado, como símbolo nacional, a partir do reinado de D. Manuel I, sendo substituída, nessa função, pela Cruz da Ordem de Cristo.

Em 1640, o próprio São Jorge acabaria por ser substituído, por Nossa Senhora da Conceição, como santo padroeiro principal de Portugal.[1]

Galeria

Notas

Ver também

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