Banco Central da República Argentina

um banco argentino responsável pelo sistema financeiro da Argentina Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Banco Central da República Argentina

O Banco Central da Argentina ( BCRA ) é o órgão do sistema financeiro da Argentina, encarregado da política monetária do país.

Factos rápidos
Banco Central de la República Argentina (em espanhol)
Banco Central da República Argentina
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Sede principal do banco
Sede Buenos Aires, Argentina
Estabelecido 28 de maio de 1935
Presidente Santiago Bausili[1]
Banco central da Argentina
Moeda Peso argentino
ARS (ISO 4217)
Reservas 20.846 milhões de dólares[2]
Taxa básica bancária 29,00% (janeiro de 2025)[3]
Website www.bcra.gov.ar
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História

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Perspectiva

Foi criado em 1935, sob o governo de Agustín Pedro Justo, através das leis 12.155 a 12.160, promulgadas em 28 de maio. O Banco Central entrou em operação em 6 de junho daquele ano como uma entidade mista, cujo capital era composto igualmente pelo Governo Nacional, e a outra metade por bancos nacionais e estrangeiros estabelecidos no país.[4]

Ele foi nacionalizada 25 em março de 1946 por um decreto assinado pelo presidente Edelmiro Farrell.[5]

A ditadura militar de Pedro Eugenio Aramburu modificou, entre outros, o estatuto orgânico do Banco Central, através do decreto lei 13.126/1957. Os objetivos desta reforma eram liberalizar o sistema financeiro, eliminar a nacionalização de depósitos e a atribuição de crédito pelo Banco Central.[6]

Em 1976, após a tomada do poder da ditadura militar liderada por Jorge Rafael Videla, o economista Adolfo Diz foi nomeado chefe do Banco Central, que permaneceria no cargo até 1981. Nesse período, foi implementado um sistema de desvalorização programada, apelidado de "la tablita" em referência à tabela de datas que indicava os valores cambiais a seguir.[7]

Durante o governo de Raúl Alfonsín houve quatro presidentes no BCRA. Em Junho de 1985, o governo lançou o plano Austral para conter a inflação. O plano funcionou bem no início, mas terminou com o ressurgimento da inflação em 1988 e no ano seguinte o país entraria na hiperinflação.[8]

Durante a presidência de Carlos Menem iniciou-se um período de instabilidade no Banco Central, em 1991 foi aprovada a Lei da Conversibilidade (lei nº 23.928), pela qual a partir de 1º de janeiro de 1992, um peso equivalia a um dólar norte-americano.[9]

Após a crise de 2001, o governo interino de Eduardo Duhalde nomeou Mario Blejer como presidente do BCRA, que renunciou cinco meses depois devido à "falta de garantias para reestruturar o sistema financeiro" e pela sua posição a favor da dolarização da economia que não foi partilhada pelo governo.[10]

Durante a presidência de Mauricio Macri, uma das primeiras medidas do governo Macri foi acabar com o “Cepo”. Foi aplicado um esquema de metas de inflação, utilizando a taxa de juros para tentar controlar a inflação.[11] Devido à instabilidade cambial, se reintroduziu o “Cepo” com limite de 10.000 USD por mês.[12]

Durante a presidência de Alberto Fernández, o “Cepo” foi mantido e foi acrescentado um imposto de 30% à compra de moeda estrangeira, conhecido como: Imposto PAIS.[13] Em setembro de 2020, as restrições cambiais foram aumentadas através de uma série de novos requisitos para poder ter acesso à compra de moeda estrangeira.[14] Isso gerou oito dias úteis de “feriado cambial”, em que os bancos não venderam dólares para se adaptarem às novas regulamentações.[15]

Em 2023, Javier Milei tomou posse como presidente, e as suas propostas de governo incluem a adoção do dólar americano e, consequentemente, o encerramento do banco central. No entanto, em abril de 2024 reconheceu que o plano de dolarização da economia não foi implementado por medo de impeachment.[16][17]

Regulamentação

A Carta Orgânica que rege o Banco Central da República Argentina (Lei 24.144) define em seu artigo 1º o banco central como uma entidade autônoma do Estado nacional.[18]

No artigo 3, enumera os objetivos desta Instituição: “O banco visa promover, na extensão de seus poderes e dentro do quadro das políticas estabelecidas pelo governo nacional, estabilidade monetária, estabilidade financeira, emprego e desenvolvimento econômico com equidade social.”

A estabilidade monetária é o objetivo principal do Banco Central. O foco central desta instituição é fortalecer nossa moeda, alcançando inflação de acordo com parâmetros internacionais. Por sua vez, a estabilidade financeira será a maneira pela qual o Banco Central poderá contribuir para o objetivo final de sua missão.

Referências

  1. «Argentina Foreign Exchange Reserves, 1956 – 2025 | CEIC Data». www.ceicdata.com. Consultado em 1 de abril de 2025
  2. Clarín, Redacción (30 de janeiro de 2025). «Antes de reducir el ritmo de devaluación, el Banco Central bajó la tasa de interés del 32% al 29%». Clarín (em espanhol). Consultado em 1 de abril de 2025
  3. «Historia». www.bcra.gob.ar (em espanhol). Consultado em 1 de abril de 2025. Cópia arquivada em 21 de março de 2025
  4. «Argentina.gob.ar». Argentina.gob.ar (em espanhol). Consultado em 1 de abril de 2025
  5. «Infoleg». servicios.infoleg.gob.ar. Consultado em 1 de abril de 2025
  6. Clarín, Redacción (17 de março de 2013). «Martínez de Hoz: murió el ideólogo del programa económico de la dictadura militar». Clarín (em espanhol). Consultado em 1 de abril de 2025
  7. «14 de junio de 1985 – Lanzamiento del Plan Austral». Argentina.gob.ar (em espanhol). 14 de junho de 2024. Consultado em 1 de abril de 2025
  8. «InfoLeg - Información Legislativa». servicios.infoleg.gob.ar. Consultado em 1 de abril de 2025
  9. «Blejer: "Es muy complicado volver a un esquema de convertibilidad"». LA NACION (em espanhol). 11 de agosto de 2002. Consultado em 1 de abril de 2025
  10. «El Gobierno levantó el cepo: desde el jueves habrá un solo tipo de cambio». www.minutouno.com. 17 de dezembro de 2015. Consultado em 1 de abril de 2025
  11. Jueguen, Francisco (28 de outubro de 2019). «Cepo. El Gobierno endurece el cepo cambiario y sólo se podrán comprar US$200 mensuales por persona». LA NACION (em espanhol). Consultado em 1 de abril de 2025
  12. «Punto por punto, cómo y cuándo se aplica el impuesto PAIS». www.cronista.com (em espanhol). 7 de janeiro de 2020. Consultado em 1 de abril de 2025
  13. «Wayback Machine» (PDF). www.bcra.gov.ar. Consultado em 1 de abril de 2025. Cópia arquivada (PDF) em 1 de setembro de 2022
  14. Hurtado, Angie Nataly Ruiz (11 de janeiro de 2024). «Milei insiste en idea de cerrar el Banco Central de Argentina: 'Tarde o temprano'». El Tiempo (em espanhol). Consultado em 1 de abril de 2025
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