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Armínio Fraga Neto (Rio de Janeiro, 20 de julho de 1957) é um economista brasileiro, que possui também a nacionalidade norte-americana.[1][2] Ex-presidente do Banco Central do Brasil e sócio-fundador da Gávea Investimentos, é um dos economistas mais influentes do Brasil.[3]
Armínio Fraga | |
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Armínio Fraga no World Economic Forum on Latin America, 2009 | |
23º Presidente do Banco Central do Brasil | |
Período | 4 de março de 1999 até 1º de janeiro de 2003 |
Presidente | Fernando Henrique Cardoso |
Antecessor(a) | Gustavo Franco |
Sucessor(a) | Henrique Meirelles |
Dados pessoais | |
Nascimento | 20 de julho de 1957 (67 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileiro norte-americano |
Alma mater | Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro |
Profissão | economista |
Fraga é, ou já foi, membro de diversas organizações internacionais incluindo o Group of Thirty (Grupo dos Trinta),[4] o Conselho Internacional do banco JP Morgan, o Conselho do China Investment Corporation, o Council on Foreign Relations (CFR), a Junta de Assessores ao Presidente do Foro de Estabilidade Financeira, a Junta Assessora de Pesquisas do Banco Mundial, o Diálogo Interamericano e a Junta de Diretores de Pro-Natura dos Estados Unidos.[5][6]
Armínio é membro da ilustre família pernambucana Souza Leão, sendo trineto do barão de Morenos.[7]
Armínio Fraga é graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Durante a graduação, em 1976, foi estagiário na Atlântica-Boavista Seguros. Obteve seu mestrado em 1981, pela mesma universidade. Mais tarde, em 1984, foi estagiário na Divisão de Finanças Internacionais da Reserva Federal (FED), em Washington, D.C.[1] Em 1985, obteve o título de doutor em Economia pela Universidade Princeton, com a tese Empréstimos Internacionais e Ajuste Econômico.[8]
Entre 1985 e 1988, lecionou no Departamento de Economia PUC-RJ e na Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entre 1988 e 1989, foi professor assistente visitante do Departamento de Finanças da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, e, entre 1993 e 1999, professor adjunto de Assuntos Internacionais na Universidade Columbia em Nova York.
Paralelamente, já em 1985, começara a atuar no mercado financeiro, como economista-chefe e gerente de operações do Banco de Investimentos Garantia, funções que exerceu até junho de 1988.[9] Entre julho de 1989 e maio de 1991, foi vice-presidente do banco de investimentos Salomon Brothers, em Wall Street. Entre julho de 1991 e novembro de 1992, foi membro e diretor do Departamento de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil.[1]
Em agosto de 1993, foi contratado como Managing Director do Soros Fund Management LLC[10] (do magnata George Soros),[11] sediado em Nova York, onde permaneceu por seis anos. Lá, Fraga atuou como o principal conselheiro de investimentos do Quantum Group of Funds, unidade de negócios sediada em Curaçao (Antilhas Neerlandesas) e nas Ilhas Cayman, que realizava toda sorte de investimentos em países emergentes, com destaque para hedge funds.
Em março de 1999, deixou a diretoria da Soros Fund Management para voltar ao Banco Central do Brasil, agora como presidente, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso.[12] No mesmo ano, recebeu o prêmio de Economista do Ano, da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).
Deixou a presidência do Banco Central em janeiro de 2003 e, alguns meses depois, em agosto, criou a Gávea Investimentos, empresa de gestão de patrimônio e DTVM.[13][14][15]
Em maio de 2007, o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz apontou Armínio Fraga como um dos economistas qualificados (ao lado de Kemal Dervis) para presidir o Banco Mundial.[16] Dois anos depois, em abril de 2009, Armínio Fraga, foi eleito presidente do conselho de administração da BM&FBOVESPA pelos membros do conselho.[17] No mesmo ano, foi apontado, pela revista Época, como um dos 100 brasileiros mais influentes do ano.[5] Armínio é também membro do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, sediado em São Paulo.
Em 2010, Fraga vendeu a Gávea Investimentos para a JP Morgan, assumindo porém o compromisso de permanecer à frente da empresa pelos cinco anos seguintes.[18] Em 2015, porém, decidiria recomprar a Gávea.[19][20]
Em março de 2013, tomou posse como membro do conselho administrativo da Universidade Columbia no Brasil, com sede no Rio de Janeiro.[21]
Em abril de 2014, o candidato a Presidente da República Aécio Neves anunciou que, caso fosse eleito, Fraga seria seu Ministro da Fazenda. No entanto, Aécio foi derrotado por Dilma Rousseff, reeleita no segundo turno das eleições.[22]
Entre os economistas desenvolvimentistas e keynesianos, Armínio Fraga é geralmente considerado como um liberal.[23] Em termos de política econômica para o Brasil, ele defende a autonomia do Banco Central, o câmbio flutuante e o cumprimento de metas de superávit fiscal e de inflação. Ainda segundo Fraga, o aumento do salário mínimo só deve ocorrer quando houver aumento de produtividade. Em maio de 2016, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Fraga mostrou-se contrário à privatização da Petrobrás, inclusive defendendo a injeção de dinheiro público na empresa.[24][25][26][27]
Fraga assumiu o Banco Central (BC) em 1999, quando o fim da chamada "âncora" cambial,[28] que havia sido um dos pilares iniciais do plano de estabilização da economia (Plano Real), provocou pânico entre os agentes econômicos. O "mercado" passou, então, a projetar uma inflação de 20% a 50% para o ano. Apesar dessas expectativas, a inflação de 1999 ficou bem abaixo disso (pouco menos de 9%) e, nos anos seguintes, até 2001, as taxas se mantiveram em queda. Entretanto, quando Armínio Fraga deixou o BC, no final do governo Fernando Henrique, a inflação havia passado dos 12%. Durante seu mandato,[29] as taxas anuais de inflação, medidas pelo IPCA, foram as seguintes:[30]
A taxa de inflação média, no período 1999-2002, foi de 8,78%.
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