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banda musical Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O grupo Aqui d'El-Rock [1] foi uma banda pioneira do punk-rock em Portugal, formada no Bairro do Relógio em Lisboa (1977) e a primeira a alcançar registo discográfico em vinil neste estilo musical.
Aqui d’El-Rock | |
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Concerto C.A.C.O. Lisboa - 29/04/1978 | |
Informação geral | |
Origem | Lisboa |
País | Portugal |
Género(s) | Punk-Rock |
Período em atividade | 1977–1981 |
Editora(s) | Metrosom, Rave Up Records, Zerowork Records |
Ex-integrantes | Zé Serra Fernando Gonçalves Alfredo Pereira Oscar Martins Carlos Cabral Alberto Barradas Carlos Gonçalves |
Página oficial | Facebook Página, YouTube Canal |
O Aqui d’El-Rock foi uma banda fundada em Lisboa, no Bairro do Relógio (aka Bº do Cambodja), por Zé Serra (bateria), Fernando Gonçalves (baixo eléctrico), Alfredo Pereira (guitarra eléctrica) e Oscar Martins (voz e guitarra eléctrica). Os 3 primeiros fizeram parte de conjuntos de baile a partir de 1973 que tocavam repertório vocacionado para tal fim, interpretando mais tarde covers de grupos como Black Sabbath, Led Zeppelin, Grand Funk Railroad, The Stooges entre outros.
A vontade de uma dedicação exclusiva à sonoridade rock e à composição de canções em língua portuguesa, inspiradas na estética associada ao punk, a mudança de regime entretanto ocorrida em Portugal com a Revolução do 25 de Abril de 1974, determinou a re-orientação da filosofia do grupo, que passou a designar-se de Aqui d’El-Rock. A banda, que se estreou no Clube Atlético de Campo de Ourique (Lisboa, 29 de Abril de 1978), viria a protagonizar uma das primeiras manifestações do punk-rock em Portugal, o que foi enfatizado na publicação de dois registos em vinil (1978 e 1979), nos quais o termo punk aparece destacado na capa do primeiro. Os escassos recursos utilizados na gravação, a baixa qualidade do registo sonoro e a utilização de alguns instrumentos construídos pelos próprios músicos, evidenciaram o carácter arrebatado do grupo, expressando igualmente o ideal de autenticidade, um dos valores centrais no movimento punk.[2]
Recorrendo à metáfora e à ironia, as suas canções abordavam situações do quotidiano urbano como o desemprego, a marginalidade e os excessos. A agressividade do estilo musical e performativo, assente na simplicidade estrutural e nos ritmos vigorosos de estilo rock’n'roll, reforçavam o carácter contestatário e provocador, dentro do universo da música moderna, à complexidade e ao virtuosismo do denominado “rock sinfónico” que se vinha a acentuar desde o início da década de 70. Após a gravação do segundo single (1979), o grupo partilhou espectáculos com outros recém-formados que desenvolviam estilos musicais também inspirados no punk-rock (UHF, Os Faíscas, Xutos & Pontapés,[3] entre outros), destacando-se a participação na 1ª parte do espectáculo do grupo inglês Eddie & The Hot Rods (Coliseu dos Recreios de Lisboa, Julho de 1978). A canção ‘Há que violentar o sistema’, uma referência no repertório da banda, deu origem a um dos primeiros video-clipes de um grupo português de rock (RTP, Agosto de 1978)[4]
Após a saída de Alfredo Pereira (meados de 1979), Carlos Cabral (guitarra eléctrica), Carlos Gonçalves (voz) e Alberto Barradas (guitarra eléctrica e voz secundária) integraram o grupo, em curtas e diversas fases, que coincidiram com o periodo em que este veio a participar na abertura de vários espectáculos de artistas estrangeiros, nomeadamente de Lene Lovich (Lisboa e Porto), Wilko Johnson & The Solid Senders e Cheap Trick (Lisboa e Porto).
Apesar da curta carreira, o Aqui d’El-Rock destacou-se inicialmente por criar um repertório em língua portuguesa e protagonizou uma das primeiras manifestações do denominado rock português. O seu carácter pioneiro e marginal, inspirou o surgimento de outras bandas do estilo.
Algumas das suas canções integraram colectâneas revivalistas como a “Grande Geração Rock” (Metrosom, 1997), dedicada a grupos de rock portugueses, e “Killed By Death Vol. 41” (Redrum, 1998), dedicada ao punk-rock.
Em 2001 os brasileiros Ratos de Porão fizeram uma versão de "Eu não sei". Em Portugal, este tema foi alvo de uma cover feita pelos Eskizofrénicos e os Speedtrack regravaram (com uma lírica adaptada) o clássico "Há que violentar o sistema". Esta canção teve também uma nova abordagem feita pelos Clockwork Boys no final de 2005 e os Avô Varejeira em 2010.
Em 2007, como comemoração dos 30 anos da fundação da banda, foi publicada pela italiana "Rave Up Records", uma edição limitada de 500 cópias de um EP em vinil vermelho.
A letra do tema "Há que violentar o sistema", foi uma das líricas incluídas como objecto de análise do livro "As Palavras do Punk", de Paula Guerra & Augusto Santos Silva (Alêtheia Editores, 2016).[5]
Na sua fase final (último trimestre de 81 a Março de 82), o grupo adoptou a denominação Mau-Mau (Alberto Barradas, Fernando Gonçalves, Oscar Martins e Zé Serra), e criou um novo repertório enformado pelos estilos emergentes da sonoridade new wave, de que são exemplo os temas editados em single de 1982 (‘Xangai’ e ‘Vietsoul’).
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