Antônio Carlos Campos Machado (Cerqueira César, 31 de outubro de 1939 – São Paulo, 6 de janeiro de 2024)[2] foi um advogado e político brasileiro.[3] Foi deputado estadual de São Paulo por nove mandatos consecutivos, entre 1987 e 2023.[4]
Campos Machado | |
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Campos Machado | |
Deputado estadual de São Paulo | |
Período | 15 de março de 1987 até 15 de março de 2023 (9 mandatos consecutivos) |
Dados pessoais | |
Nome completo | Antônio Carlos Campos Machado |
Nascimento | 31 de outubro de 1939 Cerqueira César, SP |
Morte | 6 de janeiro de 2024 (84 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Cônjuge | Wilma Campos Machado |
Partido | PTB (1988-2020) Avante (2020-2023) PSD (2023-2024) |
Profissão | Advogado criminalista |
Serviço militar | |
Condecorações | Medalha Santos-Dumont[1] |
Foi por anos filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), afastando-se da sigla em 2020 por discordar da aproximação do partido com o bolsonarismo. Ao ingressar então no Avante, o deputado atribui sua derrota na eleição de 2022 à desorganização do partido. Ingressou por fim no Partido Social Democrático. Morreu em janeiro de 2024.
Biografia
Nascido no município de Cerqueira César, no estado de São Paulo, casou-se com Marlene Campos Machado,[5] com quem teve três filhos.
Formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e atuou como advogado criminalista.[6][carece de fonte melhor] Ingressou na carreira política por meio de Jânio Quadros.[7]
Machado morreu no dia 6 de janeiro de 2024, aos 84 anos vítima de uma leucemia.[8]
Carreira política
Em 12 de janeiro de 1994, o deputado pediu à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo as informações levantadas num inquérito que investigava supostos desvios de recursos do Sindicato dos Condutores do ABC para o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Machado desconfiava de desvios para as campanhas dos deputados Luiz Gushiken e Luiz Azevedo; ambos negavam as acusações.[9]
Emenda Constitucional 01/2013
Em 2013, Campos Machado propôs a emenda constitucional 01/2013,[10] que tinha por objetivo tornar exclusiva atribuição do procurador geral de justiça funções institucionais do Ministério Público, como "zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos" e "promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos",[11] quando a autoridade alvo da reclamação for alguém exercendo função de governador ou vice, secretário de Estado, deputado estadual, membro do Poder Judiciário, membro do Ministério Público, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) ou prefeito.
A proposta foi criticada por tentar reduzir os poderes do Ministério Público e considerada uma forma de mandonismo.[12] Em artigo de opinião da Folha de S.Paulo, o deputado defendeu sua proposta respondendo que buscava com ela inibir perseguições pessoais e políticas.[13]
Troca de partido
Em dezembro de 2020, Campos Machado deixou o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) após o partido demonstrar cada vez mais uma inclinação ideológica aliada ao governo Bolsonaro e ao bolsonarismo.[14]
Logo após, Campos filou-se ao Avante e assumiu a diretoria estadual. Em entrevista no evento de filiação, o deputado disse que o então presidente do PTB, Roberto Jefferson, havia se transformado num "ditador, de uma radicalidade incrível." Ele disse ser amigo de Jefferson há 25 anos, mas que um novo Roberto havia aparecido há dois, três meses. Perguntando sobre o futuro do PTB com esse novo Jefferson, respondeu que não via futuro: "Ele diz que é conservador. Espera um pouquinho. Todo mundo é conservador, no sentido de que família é família, mãe é mãe. Isso é ser conservador, agora a maneira como as coisas estão sendo levadas é um ponto fora da curva, de desequilíbrio mental total."[15]
Campos Machado negou que o Avante fosse um partido nanico, contou que presidente Luiz Tibé lhe havia dado carta-branca e se disse audacioso: esperava para a eleição seguinte eleger três deputados federais e cinco estaduais.[15]
Na eleição de 2022, obteve 39 mil votos e não conseguiu se reeleger; era membro da Alesp havia 35 anos.[16]
O ex-deputado criou a "SP Frente Cidadã", uma organização suprapartidária que visava resgatar o trabalhismo em São Paulo. Em agosto de 2023, Campos Machado se filiou ao Partido Social Democrático (PSD). O presidente da sigla, Gilberto Kassab, apadrinhou a filiação de Machado.[17]
Referências
- «Relação de Agraciados do Mérito Santos-Dumont» (PDF). Força Aérea Brasileira (pdf). Consultado em 8 de setembro de 2020
- «Políticos do Brasil». Uol. Consultado em 22 de Agosto de 2014
- «Painel: Ex-deputado Campos Machado vai se filiar ao PSD». Folha de S.Paulo. 25 de julho de 2023. Consultado em 28 de julho de 2023
- «Campos Machado». Assembleia Legislativa de São Paulo. Consultado em 6 de janeiro de 2024
- Nascimento, Gilberto (12 de agosto de 2014). «Conselho evangélico tenta fechar apoio conjunto a candidatos». Brasil Econômico - Último Segundo. Consultado em 22 de Agosto de 2014
- «Sítio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo». Consultado em 22 de Agosto de 2014
- Raphael Rocha (6 de janeiro de 2024). «Morre o ex-deputado estadual Campos Machado, aos 84 anos». Jornal Diário do Grande ABC. Consultado em 6 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 6 de janeiro de 2024
- «Ex-deputado Campos Machado morre aos 84 anos». G1. 6 de janeiro de 2024. Consultado em 6 de janeiro de 2024
- «Campos Machado pede auditoria». Folha de S.Paulo. 13 de janeiro de 1994. Consultado em 7 de janeiro de 2024
- «Emenda constitucional 01/2013». Sítio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado em 22 de Agosto de 2014
- «Artigo 129 da Constituição Federal do Brasil». Sítio do Senado Federal. Consultado em 22 de Agosto de 2014
- Livianu, Roberto; Cavalcanti, Felipe (27 de março de 2013). «Mandonismo à Paulista». Folha de S.Paulo. Consultado em 22 de Agosto de 2014
- Campos Machado (18 de abril de 2013). «Sobre a distorção da verdade». Folha de S.Paulo. Consultado em 22 de agosto de 2014
- Pedro Venceslau; Paula Reverbel (12 de dezembro de 2020). «Roberto Jefferson provoca racha interno ao 'bolsonarizar' PTB». Estadão. Consultado em 6 de janeiro de 2021
- «Painel: Após 30 anos, Campos Machado troca PTB por Avante e chama Jefferson de ditador». Folha de S.Paulo. 11 de dezembro de 2020. Consultado em 7 de janeiro de 2024
- Rafael Balago (3 de outubro de 2022). «Assembleia de SP tem baixa renovação e será formada por 59% de reeleitos». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de janeiro de 2024
- «Painel: Ex-deputado Campos Machado vai se filiar ao PSD». Folha de S.Paulo. 25 de julho de 2023. Consultado em 7 de janeiro de 2024
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