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André do Amaral (Oliveira do Hospital, Oliveira do Hospital, c. 1450/1455 - depois de 1523/c. 1525) foi um religioso, militar, político e diplomata português.
Frei André do Amaral era filho primogénito de Martim Gonçalves do Amaral ou Martim Gonçalves Pereira, nascido cerca de 1415 em Midões e falecido em Midões, Fidalgo, Senhor da Casa de Midões, e de sua mulher Mécia Rodrigues Homem ou Mécia Dias Homem,[1] filha de Diogo Álvares Homem, a quem sucedeu no Morgado e Capela instituídos por seu bisavô em linha directa o guerreiro Cavaleiro Domingos Joanes,[1] de Oliveira do Hospital, onde jaz em túmulo com estátua equestre e suas armas, usadas por seus descendentes, os do Amaral ditos de Touriz, lugar da Freguesia da Vila de Midões.[2][3]
Chanceler-Mor, Embaixador e Conservador-Geral da Ordem de Rodes (depois de Malta), e nela Comendador de Vera Cruz, Ansemil, Chavão, Vila Cova, Alcafache e Fontelo. Foi um dos Substitutos dos Procuradores do Tesouro no Quarto Capítulo-Geral do Grão-Mestre Pierre d'Aubusson em Rodes, Conservador Conventual, General das Galés de Religião e Embaixador Extraordinário do Grão-Mestre Philippe Villiers de l’Isle-Adam para tratar com o Governo de D. Manuel I de Portugal de negócios relativos ao Priorado do Crato contra o Provimento do 1.º Conde de Tarouca, D. João de Meneses.[1]
Frei André do Amaral foi, também, do Conselho de D. Manuel I de Portugal.[1][4][2]
A 21 de Novembro de 1513, D. Manuel I deu privilégio para que todos, incluindo os homiziados, os frequentadores da feira anual de Vera Cruz, para que possam ir, estar e voltar a suas casas com segurança, três dias antes e três depois da feira. André do Amaral, enviado do Grão-Mestre por seu Embargador e Comendador, mostrou uma Carta de D. Afonso V de Portugal concedendo o mesmo privilégio.[5][2]
A 7 de Fevereiro de 1514, Frei André do Amaral, Chanceler de Rodes e Embaixador do Grão-Mestre, tendo em conta os serviços prestados, não só a el-Rei como a Deus e à Religião, quando, como Capitão da Armada dos Cristãos, tomou e desbaratou a armada do Turco que ia carregar de madeira para as galés e navios do Sultão, destinados a danificar as Armadas e coisas da Índia, foi nomeado Conselheiro d'el Rei, com todas as honras e graças, privilégios, mercês e franquezas inerentes aos do Conselho Régio.[6][2]
A 23 de Abril de 1515, Frei André do Amaral, do Conselho d'el-Rei, Chanceler-Mor e Embaixador de Rodes, Comendador da Vera Cruz, etc, da linhagem dos de Domingos Joanes de Oliveira do Hospital, teve mercê feita por D. Manuel I de Carta de Armas com seu brasão, com os respectivos privilégios, liberdades, honras, graças e mercês. Posto que Domingos Joanes não fosse da linhagem dos do Amaral, assim se encontram classificadas na Armaria Portuguesa, do erudito Anselmo Braamcamp Freire.[3] Outorgou a petição do beneficiário, depois de feita inquirição por Índia, Rei de Armas. Ficou provado o beneficiário ser filho legítimo de Martim Gonçalves do Amaral e de Mícia Dias, neto de Catarina Vicente, trineta de Domingos Joanes. O diploma descreve as armas de acordo com as que se encontram na sepultura de Domingos Joanes, sita na igreja de Santa Cruz de Oliveira do Hospital.[7] Contudo, há aqui qualquer confusão ou erro de redacção, pois Mécia (Mícia) Dias (Homem) é que era trineta de Domingos Joanes.[2] As Armas de Domingos Joanes são as seguintes: de azul, uma aspa firmada de prata, acompanhada de quatro flores-de-lis de ouro; timbre: uma aspa de prata com uma das flores-de-lis de ouro entre os braços superiores.[3]
A 12 de Dezembro de 1515, D. Manuel I doou a Frei André do Amaral, do seu Conselho, Chanceler-Mor e Embaixador de Rodes, uma fazenda que pertencia a seu irmão Afonso Eanes, aliás Afonso Anes do Amaral, lavrador e morador em Midões, que a perdeu por a ter adquirido de forma ilícita pela morte de Vicente Vaz.[8][2]
Frei André do Amaral instituiu em Tourais um Morgado com Capela na Igreja Matriz de Midões, onde jaz em túmulo com suas armas.[2]
Durante o Cerco de Rodes pelos Turcos do Império Otomano em 1522, Frei André do Amaral foi acusado de manter correspondência secreta com o Sultão e Califa Solimão I, o Magnífico, prometendo facilitar-lhe a entrada na ilha, o que lhe valeu ser decapitado por delito de traição. Jácome Bafio, na sua História da Religião de Malta, quando descreve a Tomada de Rodes, é o primeiro a atribuir a sua perda a uma traição movida por Frei André do Amaral e pelo seu criado Brás Dias. Todavia, outros Historiadores afirmam que tal traição não existiu, e não foi mais do que uma calúnia levantada pelos Cronistas, no intuito de serem agradáveis a Philippe Villiers de l’Isle-Adam, cuja eleição o Frade sempre contrariara. Vem, ainda, confirmar esta versão o facto de uns parentes seus, Bernardo Pais do Amaral e Lourenço de Albuquerque do Amaral Cardoso, serem admitidos na Ordem de Malta sem dispensações, porquanto tiradas as Inquirições e Provança, se provara que não existia Decreto algum na Ordem que punisse André do Amaral.[1]
Era primo-tio de Pedro Rodrigues do Amaral.
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