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Líder revolto manaó Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Ajuricaba foi líder da nação indígena dos manaós, no início do século XVIII. Revoltou-se contra os colonizadores portugueses, negando-se a servir como escravo. Deste modo, se tornou um símbolo de resistência e liberdade,[1] além de ser considerado uma figura heroica para os cidadãos manauaras.
Ajuricaba | |
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Nascimento | Barcelos |
Morte | 1728 rio Amazonas |
Cidadania | Brasil |
Etnia | Manaós |
Ajuricaba nasceu em território do atual estado do Amazonas. Passou muitos anos afastado de sua aldeia mas, foi obrigado a retornar ao convívio dos demais após o assassinato do seu pai, cacique dos manáos, pelas mãos dos invasores portugueses. [1] Os manáos tinham um acordo com as lideranças portuguesas, onde a etnia permitiria o comércio de membros de outras tribos como escravos para os portugueses. Ajuricaba seria contra tal acordo de comércio de escravos. Desentendimentos posteriores, levaram à morte do cacique.[2]
Assumindo o posto que foi de seu pai, Ajuricaba, observando a "traição" portuguesa, procurou os holandeses, que viviam mais ao norte, onde hoje é o atual Suriname. Os holandeses eram inimigos de Portugal e logo se associaram ao plano manauara.[2] Bem armados, os manaós enfrentavam os portugueses, atacando as missões do rio Negro, resistindo e impedindo a ação das "tropas de resgate" (tropas portuguesas em busca de escravos indígenas) dentro de sua área de influência. Os portugueses temiam que outros povos indígenas da região seguissem o exemplo dos Manaós, abrindo o caminho para uma invasão no vale do Rio Negro. Após negociações de paz, que não duraram, os portugueses começaram uma "guerra justa" contra os manaós em 1727.
Maia da Gama, após organizar uma força de ataque contra os manáos, assim descreve a morte de Ajuricaba[3]:
(...) buscando-o os nossos na sua Aldeya se pos em defensa antes de se fechar o serco, porem com os tiros de hua pessa de Artelharia que nos nossos levavão, se resolverão a fogir, e a desemparar a Aldeya com outros principaes, que com elle se achavão na mesma Aldeya para o defenderem, e seguidos dos nossos nesta ocazião, e nos dias seguintes buscando-o nas Aldeyas dos seus alliados, foi ultimamente prezo o dito barbaro, regullo, e infiel Ajuricaba e seis ou sete principallotes dos seus aliados, e que com elle se acharão e se fizerão duzentas ou trezentas prezas (...)
Enviado a Belém onde seria vendido como escravo, durante a viagem, preso em ferros, Ajuricaba e seus homens tentaram matar os soldados da canoa onde estavam. Falhada a tentativa, Ajuricaba atirou-se à água com outro chefe, preferindo o suicídio à escravidão.[3]
O suicídio de Ajuricaba foi considerado heroico tanto por seu próprio povo quanto pelos portugueses[1] e sua figura ficou na memória popular repercutindo em diversas rebeliões e enfrentamentos de líderes indígenas contra os colonizadores.[4]
A Amazônia, ao longo dos anos 70, foi cenário para diversas produções cinematográficas e teatrais, tanto nacionais quanto estrangeiras. Em 1974, Ajuricaba foi personagem central da peça A Paixão de Ajuricaba, poema dramático que narra a resistência dos povos indígenas ao colonialismo, tendo, como personagem principal, Ajuricaba. Oswaldo Caldeira, em 1977, produz o longa metragem dramático Ajuricaba, o Rebelde da Amazônia.[5] O filme, filmado na própria floresta amazônica, narra a resistência do cacique Ajuricaba à presença do colonizador português na região. A narrativa de Ajuricaba é construída de maneira não linear, intercalando alguns momentos da segunda década do século XVIII ao tempo presente, dinâmica que realça uma certa continuidade histórica. [6]
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