O Sistema Integrado é o conjunto de empreendimentos responsáveis pelo fornecimento de água potável na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Esse sistema é composto por sete grandes sistemas produtores, quais sejam: Rio das Velhas, Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores, Morro Redondo, Ibirité e Catarina, todos controlados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).[1]

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Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, criado para proteção especial de mananciais essenciais para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Sistema Rio das Velhas

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Floresta Estadual do Uaimii, localizada a montante do ponto de captação de água do Sistema Rio das Velhas

O Sistema Produtor Rio das Velhas (SRV) é o maior sistema de produção individual de água da COPASA, com vazão de outorga de 8,771 m³/s, e atende a aproximadamente 40% do abastecimento de água em toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte.[1] A captação de água é do tipo superficial, com tomada direta no rio das Velhas, no distrito de Bela Fama, município de Nova Lima.[2]

A construção do Sistema Rio das Velhas iniciou-se em 1958 e sua conclusão ocorreu em 1973. Em 1979 foram concluídas as obras da segunda etapa do projeto, quando foi atingida a capacidade para o fornecimento médio de 5200 l/s. O Sistema Rio das Velhas é atualmente responsável pelo fornecimento de água a mais de dois milhões de pessoas, abrangendo os municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Raposos, Ribeirão das Neves, Sabará e Santa Luzia.

O Tratamento da água é constituído das seguintes unidades principais:[2]

  • Duas barragens submersas;
  • Duas alças de sedimentação que constituem na bifurcação do rio, com trechos naturais e artificiais em cada uma;
  • Gradeamento para retenção de resíduos grosseiros, e peneiras rotativas para retirada e resíduos finos em ambas as alças;
  • Duas barragens com 3 comportas de descarga cada uma;
  • Canal de admissão de água à elevatória de água bruta;
  • Estação elevatória de água bruta;
  • Duas adutoras de água bruta;
  • Estação de tratamento de água (ETA).

O abastecimento público corresponde a 61,74% da vazão outorgada na Bacia do Rio das Velhas.[3]

Sistema Paraopeba

O Sistema Integrado do Rio Paraopeba é o conjunto de empreendimentos de armazenamento, captação, tratamento e distribuição de água na bacia do rio Paraopeba para consumo na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O sistema é composto por três reservatórios construídos para armazenamento e captação de água: Sistema Rio Manso, Serra Azul e Sistema Vargem das Flores. Os três sistemas funcionam de forma integrada para abastecimento da população.[4]

Sistema Serra Azul

O Sistema Serra Azul compreende o conjunto de empreendimentos da represa Serra Azul, estação de tratamento de água e distribuição de água tratada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O reservatório é formado pelo represamento do ribeirão Serra Azul no município de Juatuba, que inunda porções dos territórios deste município, de Igarapé e de Mateus Leme. A represa é a terceira maior do Sistema Paraopeba. A água é captada numa vazão de 2.940 litros por segundo. A barragem e a ETA localizam-se em Juatuba.[5]

Além do ribeirão Serra Azul, outros cursos de água contribuem para formação do reservatório: córrego do Brejo, córrego Sobradinho, ribeirão do Diogo, córrego Curralinho, córrego Potreiro e córrego da Estiva. A Área de Proteção Especial Serra Azul, criada para proteger do manancial, abrange os municípios de Igarapé, Itaúna, Juatuba e Mateus Leme.[6][7]

Sistema Vargem das Flores

Ver artigo principal: Várzea das Flores

O Sistema Várzea das Flores ou Vargem das Flores compreende o empreendimento da represa Vargem das Flores, estação de tratamento de água e distribuição de água tratada da ETA. A barragem e a estação de tratamento de água localizam-se em Betim. O reservatório é formado pelo represamento do rio Betim e inunda os territórios de Betim e Contagem.[8]

A localização de Vargem das Flores é estratégica, pois, diferentemente dos demais mananciais que atendem a RMBH ele situa-se próximo dos centros de consumo,especialmente Contagem e Betim, além de posicionar-se em cota altimétrica mais elevada do que os demais mananciais abastecedores da RMBH.[9] A bacia hidrográfica do reservatório é protegida pelo APE Vargem das Flores, com 12.300 hectares, criado pelo Decreto 20.793 de 8 de setembro 1980. A APE abrange os municípios de Contagem e Betim.[10]

Sistema Rio Manso

Ver artigo principal: Represa Rio Manso

O Sistema de Abastecimento de Água do Rio Manso compreende os empreendimentos de represamento do rio Manso, estação de tratamento de água e distribuição de água tratada na RMBH. A implantação do Sistema ocorreu entre os anos de 1985 e 1991, funcionando de forma provisória até março de 1992, quando a operação foi normalizada. A barragem foi construída no leito do rio no município de Brumadinho, com capacidade para regularizar a uma vazão de 8,24 m³/s. Nesse município também se localiza a ETA, com capacidade de tratar 4,00 m³/s de água.[11]

A represa inunda uma área de 1080 hectares nos municípios de Brumadinho e Rio Manso. O volume do maciço é de 9.500.00m³. Toda a bacia hidrográfica do Rio Manso é protegida pela APE Rio Manso, criada por Decreto em 1988. Existe também a APA Rio Manso, criada por decreto municipal para proteção de uma porção da bacia dentro do município de Rio Manso.[11]

Captação de água do rio Paraopeba em Brumadinho

Durante o período de seca na Região Sudeste,[12][13][14] o volume útil dos reservatórios do Sistema Paraopeba reduziu-se consideravelmente.[15] O volume dos reservatórios do Sistema, que atingiu o máximo anual de 92,7% em 1/05/2013, chegou ao mínimo de 70,0% em dezembro do mesmo ano. Em 2014, o volume dos reservatórios reduziram-se drasticamente, iniciando o ano com 76,8% e terminando com 33,5%. Em 2015, a situação foi ainda pior, com o volume reduzindo-se ainda mais, mesmo no verão que é época de chuvas, para 30,2%, vindo a atingir o mínimo anual de 21,3% em 1/12/2015.[4]

Para garantir fornecimento de água à população da região metropolitana, a COPASA realizou uma obra para a implantação da captação de água do Rio Paraopeba, em Brumadinho. A intervenção consiste na captação de 5.000 litros de água bruta por segundo do Rio Paraopeba, que é bombeada para a ETA Rio Manso. O investimento foi de R$ 128,4 milhões, aportados pelo Governo de Minas.[16]

Em junho de 2016, o volume do Sistema Paraopeba atingiu 162 milhões de metros cúbicos de água, o que corresponde a quase 59% da capacidade máxima. O aumento do volume deve-se não só à intervenção das obras da COPASA, mas às chuvas de janeiro e fevereiro do mesmo ano. Após o período chuvoso, o nível dos reservatórios do Sistema permaneceu constante.[17]

Sistema Morro Redondo

O Sistema Morro Redondo, de responsabilidade da COPASA possui três captações: Fechos, Mutuca e Cercadinho. A estação de tratamento de água (ETA) localiza-se no bairro Belvedere, em Belo Horizonte e abastece parte do município de Nova Lima e a parte alta da zona sul de Belo Horizonte.[18][19]

Sistema Ibirité

O Sistema Ibirité compreende as captações de água localizadas na porção setentrional do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, no município de Ibirité. Os pontos de captação ocorrem nos córregos Taboão, Bálsamo e Rola-Moça ou Fubá, que são afluentes do ribeirão Ibirité. Este ribeirão está inserido na sub-bacia do Rio Paraopeba, na Bacia do rio São Francisco, e nasce em uma cota de 980m.[20][21][22]

Sistema Catarina

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Vista aérea do manancial do manancial do ribeirão Catarina, Casa Branca, Brumadinho

O Sistema Catarina compreende as captações de água no ribeirão Casa Branca e no Ribeirão Catarina, afluentes do rio Paraopeba. Os pontos de captação e as nascentes dos ribeirões estão localizadas no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na localidade rural de Casa Branca, em Brumadinho.[20]

O manancial do Ribeirão Catarina é protegido pela unidade de conservação de uso sustentável Áre de Proteção Especial Catarina, com 579 hectares, bem como pelo Parque Estadual da Serra do Rola-Moça.[23][22]

Ver também

Referências

  1. «Dimensão Ambiental». Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. 17 de outubro de 2016
  2. «Parecer Único nº 321/2013» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 14 de novembro de 2013. Consultado em 19 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 20 de outubro de 2016
  3. «Esclarecimento outorgas e crise hídrica». Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM. 8 de julho de 2015. Consultado em 19 de outubro de 2016. Arquivado do original em 20 de outubro de 2016
  4. «Nível dos Reservatórios». Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. 17 de outubro de 2016
  5. «Publicação de Processos Deferidos». Instituto Mineiro de Gestão de Águas – IGAM. 8 de agosto de 2014
  6. «Carta do Brasil - Esmeraldas». Biblioteca Central do IBGE. 19 de setembro de 2016
  7. «Carta do Brasil - Igarapé». Biblioteca Central do IBGE. 19 de setembro de 2016
  8. «Parecer Técnico DISAN 091/2005» (PDF). Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM. 16 de setembro de 2005
  9. «Relatório de Controle Ambiental – ETA Vargem das Flores» (PDF). Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM. 1 de abril de 2005
  10. «Decreto nº 20.793, de 8 de setembro de 1980» (PDF). Governo do Estado de Minas Gerais. 17 de outubro de 2016
  11. «Parecer Único SUPRAM CM nº 238/2010» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 18 de junho de 2010
  12. Wellton Máximo (10 de janeiro de 2015). «Verão deve terminar com chuvas abaixo da média no Centro-Sul do país». Agência Brasil. Consultado em 14 de março de 2015. Cópia arquivada em 14 de março de 2015
  13. Wellton Máximo (29 de março de 2014). «Chuvas no Sul e no Sudeste podem voltar ao normal só em 2016». Agência Brasil. Consultado em 11 de abril de 2014. Cópia arquivada em 14 de março de 2015
  14. Raquel Freitas e Pedro Ângelo (20 de março de 2015). «Após verão seco, reservatórios têm metade do nível de 1 ano atrás em MG». G1 - O portal de notícias da Globo. Consultado em 19 de outubro de 2016
  15. «Copasa inicia obra de captação de água do Rio Paraopeba em Brumadinho» (PDF). Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. 17 de outubro de 2016
  16. João Henrique do Vale (30 de junho de 2016). «Sistema Paraopeba atinge maior volume de água dos últimos dois anos, diz Copasa». Estado de Minas. Consultado em 19 de outubro de 2016
  17. «Parecer Único Nº 300/2012» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 5 de dezembro de 2012
  18. «APE Manancial Mutuca». Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. 17 de outubro de 2016
  19. «Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na bacia do rio Paraopeba» (PDF). Instituto Mineiro de Gestão de Águas – IGAM. 8 de julho de 2013. Consultado em 19 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 20 de outubro de 2016
  20. «Parecer Único nº 200/2008» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 28 de agosto de 2008
  21. «Decreto nº 22.092, de 08 de junho de 1982» (PDF). Governo do Estado de Minas Gerais. 17 de outubro de 2016

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