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A tradição guru-shishya (ou guru-shishya parampara ou linhagem, ou relação professor-discípulo) é um relacionamento espiritual dentro da tradição Hindu que está centrada na transmissão de ensinamentos de um guru (professor, गुर) a um 'śiṣya' (discípulo, शिष्य). O termo shishya dificilmente equivale ao termo ocidental discípulo, e em algumas partes da Índia é sinomino do termo chela. No contexto Hindu, o termo guru significa aquele que ensina ou comunica o conhecimento. Este conhecimento, que pode ser vedanta, arte Agâmica, arquitetura, música ou espiritual, é comunicado através do desenvolvimento da relação entre guru e discípulo. O princípio deste relacionamento é o conhecimento, especialmente o sutil ou conhecimento avançado, é melhor conduzido através de uma forte relação baseada nos ideais que o estudante respeita, confia, tem devoção e obediência, e na instrução pessoal pela qual o estudante eventualmente domina o conhecimento que o guru personifica.
A palavra Sikh é uma derivação do termo em Sânscrito - shishya.
A relação guru-shishya é uma pratica que evoluiu do componente fundamental do Hinduísmo, desde o começo da tradição oral nas Upanishads (c. 2000 BC). O termo Upanishad deriva da palavra em Sânscrito upa (próximo), ni (chão) e şad (sentar) — "sentar próximos no chão" de um mestre espiritual e receber instruções na tradição guru-shishya. Um exemplo da dinâmica pode ser achada na personificação do relacionamento entre Krishna e Arjuna, no seguimento da Bhagavad Gita chamado Mahabharata, e entre Rama e Hanuman no Ramayana. Nas Upanishads, gurus e shishya aparecem em uma variedade de posições (o marido respondendo as questões sobre a imortalidade, um jovem sendo ensinado por Yama, ou a morte personificada, etc.). Às vezes os sábios são mulheres e às vezes as instruções (ou a mais pura inspiração) são buscadas por um rei.
Nos Vedas, o brahmavidya ou conhecimento de Brahman é comunicado do guru para o shishya de boca a orelha, conhecida tradicionalmente como guru-shishya parampara, ou linhagem.
Dentro do espectro da religião Hindu, o relacionamento entre guru-shishya pode ser achado em numerosas variações incluindo o Tantra. Alguns elementos comuns neste relacionamento incluem:
Tradicionalmente, a palavra usada para uma sucessão de mestres e discípulos na antiga cultura indiana é parampara (paramparā em IAST).[1][2] No sistema parampara, acredita-se que o conhecimento (em qualquer campo) seja transmitido através de gerações sucessivas. A palavra em Sânscrito figurativamente significa "uma série ou sucessão ininterrupta". Às vezes definida como "a transmissão de um conhecimento Védico", que acredita-se ser sempre confiada à ācāryas.[2] Um parampara estabelecido é frequentemente chamado sampradāya, ou escola de pensamento. Por exemplo, no Vixnuísmo um número de sampradayas são desenvolvidos seguindo um único professor, ou um acharya. Enquanto alguns defendem a liberdade de interpretação outros afirmam que "Embora um ācārya fala de acordo com o tempo e as circunstâncias em que ele apareceu, sustenta a conclusão inicial, ou siddhānta, da literatura Védica."[2]
Nos relacionamentos entre Guru-shishya, há uma grande variação de níveis de autoridade que podem ser atribuídas ao guru. Este nível de autoridade se estende aos mais altos níveis de autoridade como frequentemente encontrado no bhakti yoga, tais como no movimento Sathya Sai Baba, até os mais baixos níveis, como achados nas forma de Pranayama do yoga no movimento Sankara Saranam. Entre estes dois extremos de um espectro há uma enumerável variação de graus e formas de autoridade.
Advaita vedānta requer todos que procurem estudar o advaita vedānta to fação através de um Guru (professor). O Guru deve ter as seguintes qualidades (ver Mundaka Upanishad 1.2.12):
O buscador deve servir ao Guru e lhe submeter questões com toda a humildade de forma a remover todas a suas dúvidas (veja Bhagavad Gita 4.34). Ao fazer isto, o advaita diz, o buscador atingirá o moksha (liberação do ciclo de nascimentos e mortes).
A tradição Guru-shishya determina como parte importante na continuidade da tradição Shruti no Vaidika dharma. Os Hindus acreditam que os Vedas foram transmitidos através das eras de Guru para shishya. Os Vedas prescrevem para um jovem brahmacharia deve ser enviado a um Gurukul onde o Guru (referido também como acharya) ensina ao aluno os Vedas como também os Vedangas. O aluno aprende o prayoga para realizar yajnas. O período de estadia varia (Manu Smriti diz que o período pode ser de 12 anos, 36 anos ou 48 anos). Após a estadia no Gurukul o brahmacharia retorna ao lar após realizar um cerimônia chamada samavartana.
A palavra Śrauta é derivada da palavra Śruti que significa aquele que presta atenção. A tradição Śrauta de transmissão dos Vedas através das gerações consistiu sumariamente a tradição oral do Guru (mestre) para o Śishya (estudante). Mas recentemente muitas escolas védicas fazem uso de livros para ensinar os Vedas para os seus estudantes.[3]
Ver também: Śrauta
A mais conhecida forma de relação Guru-shishya o relacionamento bhakti entre guru-shishya. O Bhakti (Sânscrito) "Devoto" significa de entregar a Deus, deuses ou ao guru (sânscrito guru bhakti = devoção ao professor). Bhakti estende da simplicidade na expressão da devoção até o princípio da dizimação do ego no prapati, que é a rendição total. A forma do relacionamento bhakti entre guru-shishya geralmente incorpora três crenças ou praticas principais:
Dentro do relacionamento bhakti entre guru-shishya, um certo tipo de dependência às vezes se desenvolve entre o guru e o shishya, que pode ser de algum modo similar ao relacionamento em pais e filhos.[carece de fontes]
A transmissão Parampará ou Paramparay da linha tradicional e milenar Raja Vidya Yoga se apresenta no Bhagavad Gita, capítulo do Mahabharata, como podemos ver no site:
No processo de dizimação do ego prapati (Sânscrito, "jogando fora o ego"), o nível de submissão da vontade do shishya para a vontade do guru é às vezes extrema. Isto é total, submissão incondicional para com Deus ou o guru, frequentemente ligado a atitude de impotência pessoal, autossubmissão, e resignação. Esta doutrina é talvez aquela que melhor expressa os ensinamentos dos quatro santos Samayacharya, que compartilhavam um profundo e místico amor por Siva que incluía:
Nesta mais extrema forma às vezes isto inclui:
Em troca de tal absoluta submissão em direção ao guru, o shishya espera que o guru lhe de a orientação necessária para que o shishya algum tipo de progresso espiritual. Frequentemente um guru afirmará que ele ou ela é capaz de levar um shishya diretamente ao mais alto estado possível da espiritualidade e da consciência, às vezes se referindo no interior do Hinduísmo como o moksha. Na relação relação bhakti guru-shishya o shishya é frequente acreditar que o guru tenha poderes, que são consistentes a deificação do guru que também e parte deste relacionamento.
Na tradição Theravada Budista, o mestre é um valioso e honoravel mentor digno de grande respeito e uma fonte de inspiração no caminho da iluminação. Na tradição Tibetana, entretanto, o professor é visto como a base para a realização espiritual e a base do inteiro caminho. Sem o professor, afirma-se, não pode haver nenhuma experiência e introspecção. O guru deve ser visto como Buda. Em textos tibetanos, a ênfase é colocada em cima de elogiar as virtudes do guru. Os ensinamentos Tântricos incluem fazer visualizações para o guru e oferecer preces ao guru. O guru se torna conhecido como vajra (literalmente "diamante") guru, aquele que é a fonte da iniciação nas beldades tântricas. O discípulo é obrigado a fazer uma série de voitos e compromissos para assegurar a manutenção da ligação espiritual e que quebrar tal ligação e uma falha seria.
No Vajrayana (budismo tântrico) o guru é definido como o próprio "caminho" para o si. O guru não é um indivíduo que inicia uma pessoa, mas a própria natureza do buda refletida na pessoa na personalidade do guru. Em retorno, o discípulo deve demonstrar uma grande devoção para o seu guru, que eles consideram ter as qualidade de um Bodhisattva.
Rob Preece, em The Noble Imperfection(Nobre imperfeição),[4] escreve que enquanto o relacionamento professor/discípulo pode ser uma experiência frutífera e inestimável, o processo o relacionamento espiritual com os professores também pode ter seus dissabores.
Estas são o resultado do naïveté entre ocidentais com a natureza da relação guru/devoto e a consequências de uma falta da compreensão na parte de professores orientais a respeito da natureza da composição psicológica ocidental. Preece introduz a noção de transferência para explicar o modo pelo qual o relacionamento guru/discípulo se desenvolve sob a perspectiva da psicologia ocidental. Eles escreve: "Em seu modo mais simples a transferência ocorre quando um pessoa inconscientemente estabelece o outro com os atributos que na realidade são projetados dentro de si mesmo." No desenvolvimento deste conceito, Preece escreve que quando nós transferimos um qualidade interior para outra pessoa nós começamos a dar poder a esta outra pessoa sobre nós é consequentemente fazemos a projeção, levando o potencial para grande discernimento e inspiração, mas também potenciais perigos. "Ao dar este poder a alguém ele acaba tendo uma certa influencia sobre nós isto é difícil de resistir, enquanto nós nos tornamos cativados ou enfeitiçados pela força do arquétipo".
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