Temas LGBT na ficção especulativa
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Temas LGBT na ficção especulativa referem-se à incorporação de temas lésbicos, gays, bissexuais ou transgêneros (LGBT) na ficção científica, fantasia, ficção de horror e gêneros relacionados. Tais elementos podem incluir um personagem LGBT como protagonista, explorar a sexualidade ou gêneros que se afastam do heteronormativo.
A ficção científica e a fantasia têm sido, tradicionalmente, puritanas, gêneros destinados a leitores masculinos, e podem ser mais restritas do que a literatura de não-ficção, por suas convenções e o efeito que estas convenções têm nas representações de sexualidade e gênero. No entanto, a ficção especulativa também dá aos escritores e leitores, a liberdade para imaginar sociedades que são diferentes das culturas da vida real. Esta liberdade faz da ficção especulativa um meio útil de análise do viés sexual, forçando o leitor a reconsiderar seus pressupostos culturais heteronormativos. Também foi alegado por críticos como Nicola Griffith, que os leitores LGBT se identificam fortemente com mutantes, alienígenas e outros personagens estranhos encontrados na ficção especulativa.
Antes da década de 1960, a sexualidade explícita de qualquer tipo, era rara na ficção especulativa, porque as editoras controlavam o que era publicado para tentar proteger o seu público-alvo, leitores adolescentes do sexo masculino. Com o número de leitores mais amplo, tornou-se possível incluir personagens que foram homossexuais disfarçavelmente, embora estes tendiam a ser vilões e as lésbicas permaneceram quase inteiramente sem representação. Na década de 1960, a ficção científica e a fantasia começaram a refletir as mudanças e reivindicações dos movimento dos direitos civis e o surgimento de uma contracultura. A New Wave e autoras de ficção científica feminista criaram culturas em que a homossexualidade, bissexualidade e uma variedade de modelos de gênero eram a norma, e representações simpáticas de sexualidades alternativas eram comuns.
A partir da década de 1980, a homossexualidade ganhou muito mais ampla aceitação no mainstream, e foi, muitas vezes, incorporada em outra formas convencionais de histórias na ficção especulativa. As obras emergiram para além da simples representação da homossexualidade e passaram explorar as questões específicas e relevantes para a comunidade LGBT. Este desenvolvimento foi ajudado pelo crescente número de autores abertamente gays ou lésbicas e a sua rápida aceitação pelo fandom de ficção especulativa. Surgiram revistas e publicações especializadas em conteúdo gay e uma série de prêmios reconhecendo as realizações LGBT no gênero. Como consequência, no século XXI, uma flagrante homofobia não é mais considerada aceitável pela maioria dos leitores de ficção especulativa. A inclusão de temas LGBT em quadrinhos, televisão e cinema continua a atrair a atenção da mídia e controvérsia, enquanto a percepção da ausência de representação, junto com as representações irreais, provocam críticas das fontes LGBT.