Doença de Ménière
distúrbio do ouvido interno caracterizado por episódios de vertigem intensa, tinido nos ouvidos, perda auditiva e desconforto no ouvido / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A doença de Ménière é um distúrbio do ouvido interno caracterizado por episódios de vertigem intensa, tinido nos ouvidos, perda auditiva e desconforto no ouvido.[2][3] Geralmente só um dos ouvidos é que é afetado, pelo menos nos episódios iniciais. No entanto, ao longo do tempo pode começar a afetar os dois ouvidos.[2] Na maioria dos casos, os episódios têm uma duração de 20 minutos a algumas horas.[4] O intervalo de tempo entre os episódios varia.[2] À medida que o tempo avança, a perda auditiva e o tinido nos ouvidos podem-se tornar permanentes, ainda que ligeiros.[3]
Doença de Ménière | |
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Esquema de cóclea (em espanhol) | |
Sinónimos | Hidropsia coclear, Hidropsia endolinfática, síndrome de Ménière[1] |
Especialidade | Otorrinolaringologia |
Sintomas | Vertigem, tinido nos ouvidos, perda de audição, desconforto no ouvido[2][3] |
Início habitual | 40–60 segundos[2] |
Duração | De 20 minutos a algumas horas em cada episódio[4] |
Causas | Desconhecidas[2] |
Fatores de risco | Antecedentes familiares[3] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas, exame auditivo[2] |
Condições semelhantes | Enxaqueca vestibular, acidente isquémico transitório[1] |
Tratamento | Dieta com pouco sal, diuréticos, corticosteroides, aconselhamento psicológico[3][2] |
Prognóstico | Perda auditiva e tinido crónico após ~10 anos[4] |
Frequência | 0,3–1,9 em cada 1000[1] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | H81.0 |
CID-9 | 386.0 |
CID-11 | 683932278 |
OMIM | 156000 |
DiseasesDB | 8003 |
MedlinePlus | 000702 |
eMedicine | emerg/308 |
MeSH | D008575 |
Leia o aviso médico |
Embora a causa da doença de Ménière não seja totalmente compreendida, é provável que envolva fatores genéticos e ambientais.[2][1] Existem várias teorias para explicar o porquê da sua ocorrência, incluindo constrições nos vasos sanguíneos, infeções virais e reações autoimunes.[2] Cerca de 10% dos casos são familiares.[3] Acredita-se que os sintomas se manifestem como resultado da acumulação de líquido no labirinto do ouvido interno.[2] O diagnóstico tem por base os sintomas e, em muitos casos, um exame auditivo.[2] Entre outras condições que produzem sintomas semelhantes estão a enxaqueca vestibular e acidente isquémico transitório.[1]
Não existe cura.[2] Os ataques são geralmente tratados com medicação para aliviar as náuseas e a ansiedade.[3] A generalidade das medidas de prevenção são pouco apoiadas por evidências científicas.[3] Podem ser tentadas medidas como uma dieta pobre em sal, diuréticos e corticosteroides.[3] A fonoaudiologia e a fisioterapia podem ajudar a coordenar o equilíbrio, ao passo que o aconselhamento psicológico pode ajudar com a ansiedade.[3][2] Quando outras medidas não são eficazes, podem ser tentadas injeções no ouvido ou cirurgia, embora estas medidas estejam associadas a riscos.[4][2] A aplicação de tubos de ventilação timpânica, embora popular, não é apoiada por evidências.[4]
A doença foi descrita pela primeira vez por Prosper Ménière no início do século XIX.[4] A doença de Ménière afeta entre 0,3 e 1,9 em cada 1 000 pessoas.[1] Os primeiros episódios são mais comuns entre os 40 e 60 anos de idade.[2] A condição afeta com maior frequência mulheres do que homens.[1] Ao fim de 5 a 10 anos, os episódios de vertigem intensa geralmente desaparecem e a pessoa permanece com uma ligeira perda de equilíbrio, assim como com tinido e perda auditiva ligeira no ouvido afetado.[4]