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Classe de armas de fogo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Pistola-metralhadora (português europeu) ou submetralhadora (português brasileiro), ou ainda metralhadora de mão, é uma arma automática que pode eventualmente ter seletor de tiro: semiautomático, rajadas de 2 tiros, de 3 tiros e rajada contínua. Tem tamanho reduzido para uso de mão, sem fixação por tripé, utilizando um calibre usual de pistolas, como o 9x19mm Parabellum, .45 ACP e .40 S&W. A utilização mais adequada é em tiro instintivo a pequenas distâncias, visto que sua precisão é prejudicada pela elevada cadência de tiro.
A denominação "pistola-metralhadora" é mais comum em Portugal e as denominações metralhadora de mão (terminologia militar) ou submetralhadora (mídia) no Brasil - esse termo foi cunhado por John T. Thompson, para descrever seu conceito de projeto como uma arma de fogo automática com menos poder de fogo do que uma metralhadora (daí o prefixo "sub") [1]. Como uma metralhadora deve disparar cartuchos de fuzil para ser classificada como tal, as submetralhadoras não são consideradas metralhadoras.[2] No passado, algumas variantes deste tipo de armas eram denominadas "carabinas metralhadoras", "mosquetes automáticos" ou "mosquetes-metralhadores".
A submetralhadora foi desenvolvida durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) como uma arma ofensiva de curta distância, principalmente para ataques de trincheiras. No seu auge, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), milhões de submetralhadoras foram fabricadas para tropas de assalto e auxiliares cujas doutrinas enfatizavam o fogo supressivo de curta distância. Novos projetos de submetralhadoras apareceram com frequência durante a Guerra Fria,[3] especialmente entre forças especiais, comandos de operações secretas e soldados de infantaria mecanizados. O uso de submetralhadoras para combate na linha de frente diminuiu nas décadas de 1980 e 1990 e,[3] no início do século XXI, as submetralhadoras foram amplamente substituídas por fuzis de assalto,[3] que têm um alcance efetivo mais longo, maior poder de freamento e podem penetrar melhor nos capacetes e trajes de proteção usadas pelos soldados modernos.[4] No entanto, ainda são usadas pelas forças de segurança, unidades táticas da polícia e guarda-costas para combate em ambientes confinados porque são "uma arma do calibre de uma pistola, fácil de controlar e com menor probabilidade de penetrar excessivamente no alvo".[4]
Em 1915 surgiu a italiana Villar Perosa um novo tipo de arma automática, usada na Primeira Guerra Mundial e que a partir na década de 1920 se difundiu nos arsenais do mundo: a metralhadora de mão, pistola-metralhadora ou submetralhadora, que se destacou por ter grande quantidade de munição e cadência de fogo, ser simples, barata, rústica, pequena e eficaz à curta distância, muitas vezes uma imposição das condições, como uso dentro de edificações, fortificações, trincheiras ou veículos.
Originalmente funcionam no sistema de culatra aberta e sem trancamento, em que o ferrolho é lançado para frente por uma mola, avança com ímpeto, carrega a munição para a câmara e uma porção pontiaguda atinge a espoleta um instante antes do encaixe completo da munição, sendo a pressão da expansão dos gases dentro da câmara equilibrada pela inércia de movimento frontal do ferrolho, impulsionado pela mola que também, por sua força, auxilia na retenção, e pela expansão diametral do estojo que pressiona-se contra as paredes internas da câmara. O sistema é um aperfeiçoamento do já conhecido em pistolas para munição de baixa potência, no máximo .380 Auto. Para a utilização com munição mais potente foram aumentadas a massa do ferrolho e a força da mola, recebendo adicionalmente grande distanciamento da posição de partida do ferrolho e a exata antecipação da ignição da espoleta. Há dimensionamentos que possibilitam o uso desse sistema até em canhões de 30mm. Posteriormente surgiram mecanismos mais complexos, e mais caros, com tiro semiautomático de culatra fechada, sem no entanto terem-na trancada. No tiro automático é preferível, como nas metralhadoras, que seja de culatra aberta, para evitar que o cano aquecido produza ignição da pólvora da munição,
Os alemães criaram as revolucionárias Maschinenpistole (literalmente Pistola-Metralhadora), cujo desenvolvimento levou às primeiras armas produzidas em escala industrial para utilização militar com uso de cobertura de plástico nas laterais e elementos mecânicos feitos em aço estampado, muito mais baratos e rápidos para produzir do que em aço forjado e usinado, sem perda de qualidade funcional ou durabilidade, tornando-se um novo padrão industrial para armas leves que perdurou até o uso intensivo de plástico não só em revestimento mas também estruturalmente (chassis). O cano é obrigatoriamente forjado e usinado ou martelado. A mais conhecida e cinematográfica delas é a MP-40, vulgarmente conhecida como Schmeisser, indevidamente atribuída a Hugo Schmeisser mas projetada por Heinrich Vollmer.
Os EUA também desenvolveram a submachine gun (submetralhadora) Thompson. Criada para a polícia e não para o exército, os gângsteres da época logo se interessaram por ela. A Thompson imortalizou-se associada a figuras como Al Capone e é presença indispensável em filmes com temática da Lei Seca. No uso militar recebeu o apelido de "Tommy Gun", sendo simplificada para produção massificada para os militares estadunidenses, pois era de confecção trabalhosa e cara, mesmo simplificada, entrando em ordem de substituição pela M3, projetada sob inspiração da MP-40, com uso intensivo de aço estampado.
Os soviéticos foram os maiores utilizadores deste tipo de arma, sendo a PPSh-41 tão reconhecível e representativa do Exército Vermelho. Sua ubiquidade, por ser barata e fácil de fabricar, era até indesejada pois, se era útil em combates urbanos, era pouco eficaz nos largos espaços soviéticos, e os soldados reclamavam da insuficiência de fuzis, totalmente feitos a forja e usinagem, bem mais onerosos de fabricar.
Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, a Reino Unido precisou, urgentemente, de alguma arma que pudesse competir com as MPs alemãs. A solução foi importar Thompsons dos EUA, o que se mostrou ineficaz, a Thompson era cara e os ingleses não conseguiam importá-las na quantidade necessária. A solução foi criar uma submetralhadora própria, a machine-carbine (carabina-metralhadora) Sten. Apesar de feia, rústica e usando uma montagem de qualidade no mínimo duvidosa (a Sten costumava desmontar quando caía no chão), ela funcionava, e acima de tudo, era barata. Foram criadas várias versões, incluindo uma com silenciador.
Mesmo após o final da guerra, as pistolas-metralhadoras continuaram fazendo sucesso. Diversos tipos foram criados nos últimos 60 anos. Entre elas, tem-se as alemãs MP5 e UMP5; as israelenses Uzi; a belga FN P90; a austríaca Steyr TMP; as estadunidenses Ingram MAC e outras.
As pistolas-metralhadoras tem uso militar e policial. No caso militar são utilizadas em ações de operações especiais, em que sua portabilidade e tamanho sejam vantajosos. No caso policial são leves, portáveis e de melhor utilização nos restritos espaços urbanos, onde não são requeridos nem desejáveis os tiros de longo alcance dos fuzis de assalto. Parece que a única exceção é das polícias do Rio de Janeiro, Polícia Militar e Polícia Civil, que por padrão usam fuzis de assalto, por ser este o tipo de arma que têm de enfrentar. É o que diz Rodrigo Pimentel no documentário Notícias de uma Guerra Particular, então capitão do BOPE[desambiguação necessária], posteriormente coautor do livro Elite da Tropa e inspirador do personagem Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite, baseado em seu livro.
A primeira geração de pistolas-metralhadoras caracterisava-se por grande cuidado na fabricação, com amplo emprego de usinagem e com coronhas de madeira. Exemplos: Thompson e Bergmann MP18.
A segunda geração surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, para redução de custos e maior rapidez na fabricação, através de peças estampadas em vez de usinadas, e eventualmente coronhas rebatíveis para uso em espaços restritos, como casamatas, blindados e aviões. Exemplos: MP40, Sten, M3 Grease Gun, PPSh-41, PPS-43.
A terceira geração caracteriza-se pela maior parte da massa do ferrolho envolver o cano à sua frente. Isso faz com que, apertando o gatilho, que solta o ferrolho, este avançando para a extremidade frontal e sendo sua massa abruptamente freiada nessa localização, cause abaixamento da boca do cano, compensando automaticamente, a cada tiro, a elevação de boca causada pela saída da bala anterior. Exemplos: Uzi, Beretta M12, Ingram MAC e Mekanika Uru.
A quarta geração caracteriza-se pelo sistema de "ferrolho fechado", embora não necessariamente trancado, com o que obtém-se tiro semiautomático mais preciso pela ausência de movimento de grandes massas deslocando-se longitudinalmente, instabilizando a pontaria, movendo-se apenas o percussor ou o cão e a agulha, como em pistolas e fuzis. Exemplos: FN P90, HK UMP e HK MP5, as HKs tendo sido adotadas por grande parte das forças policiais e especiais do mundo, deslocando a UZI. A MP5 é de dotação da Polícia Federal brasileira e do Grupo de Operações Especiais (GOE) português, a FN P90 apenas do GOE.
Atualmente a pistola-metralhadora é utilizada sobretudo para combate no interior de edifícios e para auto-proteção de alguns tipos de forças militares (tripulações de blindados, polícia militar, forças especiais, etc.) e por forças policiais. Você pode reparar que muitas dessas Submetralhadoras aparecem em jogos, como Call of Duty, Medal of Honor e F.E.A.R.
Em certos países, sobretudo nos EUA, as armas automáticas compactas são, ocasionalmente, subdivididas, conforme o seu tamanho, em pistolas metralhadoras (machine pistols), submetralhadoras (submachine guns) ou carabinas metralhadoras (machine carbines). Quando é feita esta divisão, o termo "pistola metralhadora" refere-se às armas mais pequenas (normalmente do tamanho de pistolas convencionais com o carregador inserido no punho), sendo a denominação "carabina metralhadora" empregada na Grã-Bretanha e "submetralhadora" nos Estados Unidos para as armas de maior tamanho. A Itália e o Brasil, antes da Segunda Guerra Mundial, utilizaram também os termos, hoje em desuso, "mosquete automático" ou "mosquete-metralhador" para definir esta classe de armamento.
Em Portugal essa distinção nunca é feita, sendo todas as armas automáticas compactas denominadas "pistolas-metralhadoras".
No Brasil todas essas armas são chamadas de "submetralhadora" ou "metralhadora de mão", sendo reservado o termo "pistola-metralhadora" apenas para armas automáticas com dimensões próximas às de uma pistola convencional, como a norte-americana Ingram MAC-10, alemã Mauser C96 Schnellfeuer, a russa Stechkin APS, a israelense Micro uzi e a italiana Beretta 93R.
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