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Sinfonia n.º 8 (Mahler)
Sinfonia por Gustav Mahler / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Sinfonia n.º 8 em mi bemol maior de Gustav Mahler é uma das obras corais de maior escala do repertório orquestral clássico. Como exige uma enorme quantidade de instrumentistas e membros do coro, é frequentemente chamada «Sinfonia dos mil», embora a obra se interprete muitas vezes com menos de mil intérpretes e o próprio Mahler não tenha aprovado esse epíteto. A peça foi composta num único período de inspiração em Maiernigg, no sul da Áustria, no verão de 1906. Foi a última obra que Mahler estreou em vida, tendo obtido com um grande êxito de crítica e de público quando a dirigiu na estreia absoluta em Munique, em 12 de setembro de 1910.
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A fusão da canção e da sinfonia tinha sido uma característica das primeiras obras de Mahler. No seu período «intermédio» de composição (a partir de 1901), uma mudança de rumo levou-o a produzir três sinfonias puramente instrumentais. A Oitava, que marca o final do período «médio», marca o seu regresso a uma combinação de orquestra e voz num contexto sinfónico. A estrutura da obra não é convencional; em vez de seguir a estrutura normal em vários movimentos, a obra está dividida em duas partes. A primeira parte é baseada no texto latino de um hino cristão escrito no século IX por Rabano Mauro para as festividades do Pentecostes, Veni Creator Spiritus («Vem, Espírito Criador») e a segunda parte é um arranjo das palavras da cena final do Fausto de Goethe. As duas partes estão unidas por uma ideia comum, a da redenção através do poder do amor, unidade transmitida mediante temas musicais comuns. A obra é vocal de uma ponta à outra, sendo a introdução do segundo andamento a única passagem puramente instrumental. Não é uma sinfonia com solistas e coros, mas sim uma sinfonia para solistas, coros e orquestra.[1]
Mahler estava, desde o princípio, convencido da importância da obra, ao renunciar ao pessimismo que tinha marcado grande parte da sua música, oferecendo a Oitava como expressão de confiança no eterno espírito humano. No período após a morte do compositor, as interpretações foram relativamente pouco comuns. No entanto, a partir de meados do século XX, a sinfonia foi incluída com regularidade nos programas das salas de concertos de todo o mundo e se foi gravada em muitas ocasiões. Sem deixar de reconhecer a sua grande popularidade, os críticos modernos têm opiniões diversas sobre a obra, alguns encontrando o seu otimismo pouco convincente, e consideram que é artística e musicalmente inferior a outras sinfonias de Mahler. No entanto também já foi comparada com a Nona Sinfonia de Beethoven como declaração da definição humana do seu século.
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