Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética era o título que recebia o chefe de Governo da União Soviética, responsável pela liderança do Partido Comunista. O título nasceu após a consolidação do poder por Josef Stálin na década de 1920. Oficialmente o líder soviético possuía o título de Secretário-Geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética. Informalmente eram chamados (principalmente na imprensa) pelo acrônimo Gensek.[1]
O cargo de Secretário-Geral do PCUS era uma posição meramente administrativa quando foi criada em 1922, com Josef Stálin sendo o seu primeiro titular, sob a liderança de Vladimir Lenin. Uma vez Stálin tendo consolidado o seu poder sobre o Politburo este cargo tornou-se de fato o de líder do partido e mandatário da URSS.
Quando a liderança do Comitê Central foi reestruturada, após a morte de Stálin, em 1953, o cargo permaneceu brevemente desocupado, mas dois políticos veteranos do Politburo, Georgi Malenkov, o novo Premier, e Nikita Kruschev, assumiram o título. Em março de 1953, Malenkov foi removido do cargo, deixando Kruschev no controle efetivo do cargo e do poder político na URSS, ao ser eleito para a liderança do Comitê Central em 7 de setembro de 1953.
Em 1977 foi promulgada uma nova Constituição para permitir que o stalinista Leonid Brejnev acumulasse os cargos de Presidente do Soviete Supremo e Secretário-Geral do Partido Comunista. Em 1991, em meio à tentativa de golpe de Estado que pretendia derrubar Mikhail Gorbatchov, o senador Vladimir Ivashko assumiu interinamente o cargo, por cinco dias. Em 29 de agosto de 1991, sob a euforia popular e o comando de Boris Iéltsin, o Soviete Supremo dissolveu o cargo de Secretário-Geral.
Denominação do cargo
O cargo de máximo responsável pelo Secretariado do Comité Central do PCUS teve várias denominações ao longo do tempo:
- Entre 1919 e 1922, a denominação foi de Secretário-responsável (em russo: Ответственный Секретарь);
- Entre 1922 e 1953, a denominação foi de Secretário-geral (em russo: Генеральный секретарь);
- Entre 1953 e 1965, a denominação foi de Secretário-primeiro (em russo: Первый секретарь);
- Entre 1965 e 1991, a denominação foi de Secretário-geral (em russo: Генеральный секретарь).
História do cargo
Durante os primeiros anos da União Soviética, o cargo de secretário-responsável foi exercido pelos membros do Secretariado do Comité Central, Iakov Sverdlov, Nikolai Krestinski, Elena Stasova e Viatcheslav Molotov. Porém, tratava-se apenas de um cargo administrativo e não constituía nenhum rol especialmente importante dentro da estrutura do Partido, cuja direção exercia de facto em Lenin.
Contudo, o cargo foi adquirindo paulatinamente maior poder, que se consolidou com o nomeamento de Josef Stalin como tal em 1922. Quando Stalin se tornou líder indiscutido do Politburo do Comité Central, o cargo de secretário-geral transformou-se em sinônimo de líder do Partido e, pois, governante de facto da URSS.
O próprio Stalin propus abolir o cargo em dezembro de 1927, depois do XV Congresso do PCUS. A proposta foi, porém, rechaçada. Contudo, após o XVII Congresso, não foi nomeado nenhum secretário-geral e o cargo deixou de facto de existir. Nos seguintes congressos, em 1934, 1939 e 1952, também não houve qualquer nominação nem confirmação do cargo de Secretário Geral e, por outra parte, desde 1934, Stalin assinava os documentos simplesmente como Secretário do Comité Central, o qual se manteve até a sua morte em 1953. Embora isso, a Grande Enciclopédia Soviética refere Stalin como "secretário-geral desde 1922 até 1953".
Após a morte de Stalin, com a reestruturação do Comité Central e do Politburo, o cargo de secretário-geral manteve-se livre brevemente. Porém, Georgi Malenkov foi incluído no Secretariado ao ser primeiro-ministro da URSS. A queda de Malenkov em março de 1953 pela sua proximidade com Lavrenti Beria, permitiu Nikita Khrushchev assumir o cargo de primeiro-ministro e poder desse modo consolidar a sua posição dentro do Secretariado. Com efeito, em 7 de setembro desse ano, Khrushchev foi designado como primeiro-secretário do Comité Central, atualizando assim a denominação do cargo. No plenário do Comité Central de 8 de abril de 1966, Leonid Brezhnev foi nomeado novamente secretário-geral, seguindo a linha já consolidada de concentração de cargos. Após Brezhnev, o seguinte secretário-geral foi Mikhail Gorbatchev, que renunciou ao seu cargo em agosto de 1991, após o golpe de Estado, sendo substituído por Vladimir Ivashko durante 5 dias, até o fim das atividades do Partido Comunista da URSS em 29 de agosto daquele ano.
Secretários-gerais do Comité Central
- Josef Stalin: 3 de abril de 1922 - 5 de março de 1953
- Georgi Malenkov: 5 de março de 1953 - 7 de setembro de 1953
- Nikita Khrushchev: 7 de setembro de 1953 - 14 de outubro de 1964
- Leonid Brezhnev: 14 de outubro de 1964 - 8 de abril de 1982
- Iúri Andropov: 12 de novembro de 1982 - 9 de fevereiro de 1984
- Konstantin Chernenko: 13 de fevereiro de 1984 - 10 de março de 1985
- Mikhail Gorbatchov: 11 de março de 1985 - 24 de agosto de 1991
- Vladimir Ivashko: 24 de agosto de 1991 - 29 de agosto de 1991
Secretários-Gerais do Partido Comunista da União Soviética
- Josef Stalin
(1922-1953) - Nikita Khrushchov
(1953-1964) - Leonid Brejnev
(1964-1982) - Mikhail Gorbatchov
(1985-1991)
Referências
- «генсек — Викисловарь». ru.wiktionary.org (em russo). Consultado em 13 de agosto de 2021
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